Pesquisa do Ipec encomendada pela Globo e divulgada no início da noite desta quarta-feira (5) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 51% das intenções de votos no segundo turno da eleição, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 43%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Nos votos válidos, a sondagem apontou que Lula tem 55% e Bolsonaro 45%.
No levantamento, foram entrevistadas 2 mil pessoas entre os dias 3 e 5 de outubro, em 129 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02736/2022.
Na pesquisa anterior de cenário de 2º turno, divulgada na véspera da votação no 1º turno, Lula tinha 52% das intenções de voto e Bolsonaro 37%.
No primeiro turno das eleições, Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%) e Bolsonaro 51,07 milhões (43,2%).
Aos olhos do especialista - William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE, analisou a pesquisa. Confira:
A primeira pesquisa Ipec deste segundo turno estima, no cenário espontâneo, quando o voto é mais consolidado, 78,2 milhões brasileiros votando em Lula no próximo dia 30 (50% do eleitorado) e 62,6 milhões de eleitores votando em Bolsonaro (40% do total). Deste conjunto, 75,1 milhões votariam em Lula com certeza, enquanto 56,3 milhões não abririam mão do voto no atual presidente. No cenário estimulado, mais suscetível à alteração dos números, os eleitores de Lula e Bolsonaro sobem, respectivamente, para 79,8 milhões (51% do eleitorado) e 67,3 milhões (43% dos eleitores). No indicador mais importante das eleições de segundo turno, a rejeição, que estabelece o teto das intenções de voto dos candidatos, os números são os mesmos do voto espontâneo, porém invertidos: 78,2 milhões brasileiros (50% do eleitorado) não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, enquanto 62,6 milhões se recusariam a votar em Lula (40% do total). Cerca de 143,9 milhões de brasileiros (92% do eleitorado) já estariam completamente decididos em quem votar no segundo turno, restando apenas 12,5 milhões de eleitores (8% do total) em disputa.
No que diz respeito às pesquisas de segundo turno entre estes dois candidatos, três importantes detalhes devem ser levados em consideração. O primeiro é a margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O segundo é que uma rejeição superior a 50% torna matematicamente impossível a vitória eleitoral. E o terceiro detalhe é que as pesquisas de intenção de voto não conseguem dimensionar o ganho de eleitores entre as últimas 48 horas de campanha e o depósito do voto da urna, impulsionado pelas correntes de Whatsapp e pelas redes sociais, movimento que costuma ser utilizado com maior eficiência e intensidade pela estratégia eleitoral de Jair Bolsonaro.
