Pedro Henrique Figueiredo
21/04/2025 14:55 - Atualizado em 22/04/2025 09:20
Papa Francisco
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Vatican News
A Igreja ensina que, em consequência do pecado original, o homem deve sofrer “a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado” (Gaudium et Spes, 18; Gn 2,17). Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu na madrugada desta segunda-feira (21) às 2h35min (horário de Brasília), 7h35min (horário local). Detalhes sobre a causa da morte deve sair, provavelmente, às 15h, no horário de Brasília.
O Santo Padre se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões, após ter ficado 38 dias internado. Ele morreu em seu apartamento, na residência da casa Santa Marta, na cidade do Vaticano, onde ele vivia desde sua eleição no ano de 2013.
Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. Ele foi o Papa de número 266 da Igreja Católica.
Uma série de ritos e procedimentos, neste momento, serão seguidos. Eles foram estabelecidos na Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, estipulada pelo Papa João Paulo II no ano de 1966. Essas diretrizes regulamentam desde a constatação oficial da morte até a preparação para a eleição do novo pontífice.
A Diocese de Campos lamenta a morte do Papa: “Unidos em oração, a Diocese de Campos decreta luto oficial de 3 dias, onde ficam suspensas as reuniões de grupos e movimentos. Nesta segunda-feira (21/04), convoco todos os fiéis leigos e sacerdotes para a Santa Missa em Sufrágio, às 19h, na Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador, no Centro de Campos”.
"Nós também na Igreja não ficaremos órfãos. É dogma de Fé que São Pedro terá perpétuos sucessores. Logo terá início o Conclave que elegerá um novo Papa. Estabeleço, portanto, que se elevem humildes e instantes preces ao Senhor para que ilumine o espírito dos eleitores", disse Dom Fernando Rifan.
"A morte do Papa Francisco é uma perda muito grande para a humanidade. Deixa um legado riquíssimo, não um legado material, mas um legado de causas. A causa da paz, a bandeira da paz, a bandeira verde, azul das matas e das águas, ou seja, da criação. E a bandeira marrom dos pobres", relatou Dom Roberto Francisco Ferrería Paz.
Segundo fontes do Vaticano, será celebrada a Santa Missa Exequial do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Giovanni Battista, por volta das 5h (horário de Brasília) no sábado. A Missa Exequial é uma celebração litúrgica católica realizada por conta do falecimento de uma pessoa e durante o funeral. O rito está previsto no livro "Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice", que determina as cerimônias fúnebres do pontífice.
O caixão com o corpo do pontífice será trasladado da Capela de Santa Marta, casa onde viveu o pontífice, para a Basílica de São Pedro na quarta-feira (23) às 4h no horário de Brasília, 9h no horário local, e ficará exposto para homenagens do público. O traslado terá procissão que passará pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protomártires Romanos, sairá pelo Arco dos Sinos em direção à Praça de São Pedro e entrará na basílica pela porta central.
Francisco morreu aos 88 anos na segunda-feira (21). O Vaticano informou que o papa sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível.
Veja o passo a passo até a eleição do novo Papa
Início dos ritos A morte do papa desencadeia uma elaborada série de rituais que serão orquestrados pelo camerlengo, um cardeal do Vaticano que exerce uma função parecida com a de assistente do papa.
O corpo do papa será colocado em uma urna funerária nesta segunda-feira e permanecerá em uma câmara até o funeral. Além de ter que constatar a morte do pontífice, o camerlengo é o responsável por lacrar a residência e o escritório papais, dentro do Vaticano.
O objetivo é garantir que nada seja removido ou alterado nesses espaços até que um novo papa seja eleito e possa tomar posse.
O camerlengo também tem que preparar o funeral do papa em consulta com outros cardeais da Igreja, sobretudo se, em vida, o papa em questão não deixou um plano pronto para esse momento. Nesse estágio, entram questões como o traslado do corpo dentro e fora do Vaticano, impedir que fotos indevidas sejam tiradas e organizar todo o passo-a-passo do rito.
Agora, a preparação é para o velório
O corpo do Papa Francisco repousará inicialmente para visitas privadas da casa papal, funcionários do Vaticano, chefes de Estado e líderes religiosos. Em seguida, será levado para a Basílica de São Pedro para ser velado e permitir que o público preste suas homenagens.
Em um dia definido pelo camerlengo e até o início do conclave, os cardeais se reúnem diariamente para administrar os negócios diários da igreja, bem como coordenar o funeral e o conclave. Os cardeais devem se reunir a qualquer momento na próxima terça-feira (22) para decidir a data do funeral, que terá início em cinco a sete dias.
O próximo passo são as “Novendiales” – Nove Dias Santos
A igreja observa um ritual romano antigo conhecido como “Novendiales” (ou Nove Dias Santos), que prevê nove dias de luto e começa após a missa de funeral. Começando com a missa de corpo presente, um cardeal diferente celebra um rito fúnebre público para o pontífice a cada dia.
O momento mais aguardado, o Conclave
Uma votação secreta para eleger o próximo papa é realizada na Capela Sistina, sede do conclave. As cédulas são queimadas após as votações, com multidões aguardando do lado de fora, na Praça de São Pedro, a fumaça branca que sai da chaminé da capela, sinalizando a chegada do novo pontífice.
O conclave deverá ter início daqui a aproximadamente 15 a 20 dias. Até 13 dias depois do conclave, o nome do novo papa deverá ser anunciado.
Finalmente, o novo Papa
Uma missa é celebrada para empossar o próximo papa, o que geralmente ocorre alguns dias após sua eleição.
Ainda que seja o novo papa quem escolhe quando e onde realizar a missa, ela geralmente é realizada na Basílica de São Pedro. A missa de posse deverá ocorrer até 5 dias depois do anúncio do novo papa.
A morte do ser humano
“Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (…) antes que o pó volte à terra de onde veio, e o sopro volte a Deus que o concedeu” (Eclo 12, 2.7).
A morte foi transformada por Cristo. Jesus também passou pela morte, própria da condição humana; assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo batismo, o cristão já está sacramentalmente ‘morto com Cristo’ para viver uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse ‘morrer com Cristo’ e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor” (§1010).
Deus chama o ser humano para si a partir da morte. São Paulo disse: “O meu desejo é partir e estar com Cristo” (Fl 1, 23); então, o cristão deve transformar sua morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo (Lc 23, 46). Santa Teresinha dizia: “Não morro, entro para a vida".
A morte encerra o “tempo de graça e de misericórdia” que Deus nos oferece, para cada um para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Não existe reencarnação; ensina a Igreja o seguinte: Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27).
Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unindo-o novamente à nossa alma (cf. Cat. §1016). Mas, iremos ressuscitar com Cristo, como afirma o Catecismo: definitivamente “no último dia” (Jo 6, 39-40.44.54;11,24); “no fim do mundo” (LG, 48). A ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo (§1001).
E para finalizar, São Francisco de Assis, no “Cântico das Criaturas”, assim rezou: “Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal.”
Por fim, descanse em paz Papa Francisco.
Dom Roberto Francisco e outro fiel da Diocese de Campos falaram e prestaram condolências sobre a morte do Santo Padre.
A decisão, decorrente de ação proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2007, já está transitada em julgado e não cabe recurso
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