Matheus Berriel
14/05/2021 19:58 - Atualizado em 14/05/2021 20:16
Presidente do Goytacaz em coletiva nesta sexta
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Foto: Rodrigo Silveira
Não há mais clima para a continuidade da parceria entre o Goytacaz e a G7 Football Investiment, responsável pela gerência do futebol do clube desde a última temporada. Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (14), o presidente do clube, Datagnan Fernandes, disse que várias partes do contrato foram descumpridas pela empresa, e que esta teria causado prejuízos ao Goyta, o que possibilitaria o fim do mesmo sem pagamento de multa. Dois dias antes, o diretor jurídico da G7, Alexey Dantas, já havia comentado as acusações, que circulavam em redes sociais. Ele alega que o projeto foi montado para o prazo de 10 anos e que as dificuldades impostas pela pandemia atrapalharam o trabalho em 2020. A empresa pretende manter o vínculo, mas diz que, em caso de rompimento unilateral, há uma cláusula que prevê pagamento de multa — com valor não divulgado.
— (O clube deseja) uma questão amigável. Se isso não for possível acontecer, a esfera judicial está bem pronta, o Goytacaz está bem calçado de documentos de que não causou nenhum dolo à G7, e sim a G7 que causou dolo ao Goytacaz — disse o presidente Dartagnan Fernandes. — Nos últimos 50 anos, foi o pior time feito dentro da nossa agremiação. E ainda mais: rebaixar um time, evidentemente, por um erro administrativo... Eles falaram em coletiva que não querem caça às bruxas, mas a responsabilidade foi do funcionário que eles trouxeram, além de ter participação do Bernardo (Rust), que está aqui e que não tinha gerência sobre quem mandava, o gerente de futebol, senhor Celso (Bandeira) — complementou.
Hoje membro da equipe de comunicação do clube, Bernardo fazia parte do departamento de futebol. Segundo ele, cumpria ordens da G7, sem poder de tomar decisões, e a função de vigiar contratos cabia a Celso Bandeira. Bernardo comentou ainda que já não estava no departamento de futebol na ocasião em que o meia Pepeu atuou sem seu nome constar no Boletim Informativo de Registro de Atletas (Bira).
Durante a coletiva dessa sexta, o presidente do Goytacaz também afirmou que Alexey Dantas mentiu na entrevista de quarta-feira (12). Segundo Dartagnan Fernandes,entre os problemas que motivam a iniciativa de encerrar a parceria está a derrota em uma ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) causada por inépcia da G7.O dirigente alvianil alegou ainda que a empresa apresentou um balanço de despesas sem notas fiscais, o que impossibilita a comprovação dos gastos citados;que a G7 não tinha dinheiro para investir no clube, e a reta final da campanha na Série B1 do Campeonato Estadual de 2020 só teria sido possível devido a investimentos próprios de Leonardo Gaia, diretor do Goyta, para pagar a folha salarial do elenco; que a empresa decidiu sozinha pela contratação do técnico Lucho Nizzo, com a sua discordância, e que também não promoveu reuniões para definir conjuntamente os jogadores contratados.
— Ele (o Alexey) disse que a G7 não sairia no prejuízo, e é lamentável ele não ler o contrato existente, em que o Goytacaz só paga, através do contrato, uma multa se causar dolo à G7. E todos nós sabemos o que é dolo. Sem causar dolo, o Goytacaz está isento da multa. Portanto, quem causou dolo ao Goytacaz foi a G7 — reafirmou Dartagnan.
Por telefone, o diretor jurídico do Goytacaz, Luis Felipe Pinto, disse que a G7 firmava contratos apenas com o elenco, e que, no caso de colaboradores, eram feitos acordos verbais. “Salvo engano, os contratos foram feitos só para os jogadores. Com o pessoal que prestou serviço, eles sempre falavam que iam contratar, iam fechar contrato... A gente prestava serviço para eles, mas até hoje não teve contrato assinado”, declarou. “Em questão de honorários, é um valor bem razoável (de dívidas). Inclusive, foi retirada nota, foi enviada uma notificação para eles, e eles disseram que não tinham me contratado, quando, na verdade, tinham feito um contrato verbal. E, até hoje, nada”, complementou.
A Folha entrou em contato com Alexey Dantas, que não se posicionou até a noite desta sexta, como também não informou o telefone de Celso Bandeira, citado por Dartagnan. Na coletiva da G7, Alexey comentou que havia sido informado pelo presidente do Goytacaz, mas que a empresa ainda não tinha recebido a notificação oficial sobre o interesse no fim da parceria.
As imagens mostram o motorista próximo do carro e andando normalmente; em nota, o IMTT informou que o carro pertence a uma empresa prestadora de serviço