Cinema: Na cauda do cometa
Edgar Vianna de Andrade - Atualizado em 09/09/2020 17:14
“Christine, o carro assassino” e “Comboio do terror” têm seus roteiros fundamentados em contos de Stephen King. O primeiro, dirigido, por John Carpenter, deve ser classificado como um filme de terror, pois um espírito ciumento e maligno se encarna num automóvel, levando-o a cometer assassinatos. “Comboio do terror” é o único filme roteirizado e dirigido por Stephen King. Data de 1986. Trata-se de um filme bem característico da cultura norte-americana das estradas: autopistas, postos de combustíveis, motéis, lanchonetes de beira de estrada e caminhões, muitos caminhões gigantes e bebedores de gasolina. Ah, e armas.
Se a franquia “Velozes e furiosos” movimenta-se no universo do natural, “Christine” está no plano do sobrenatural e “Comboio do terror” situa-se a meio caminho do terror e da ficção científica. Ao comentar “Repo-man”, citei vários filmes em que automóveis ocupam papel relevante e me esqueci de “Comboio do terror”, filme bem próximo de “Westworld”. Neste, androides programados para representarem seus papeis sem falha começam a apresentar comportamentos imprevistos. Defeitos mecânicos? Revolta dos androides? Certamente uma advertência quanto à segurança da alta tecnologia. Já “Comboio do terror” oferece uma explicação natural para o comportamento anômalo das máquinas: a Terra é envolvida pela cauda de um cometa por mais tempo do que o previsto. As facas elétricas passam a atacar pessoas. Os videogames e as máquinas de venda de refrigerantes agridem e matam seus usuários.
Papel destacado cumprem os caminhões e outros veículos auto-motorizados. Eles ganham vida própria e se comunicam com os humanos por meio do código Morse em buzinadas. Tudo começa quando uma ponte levadiça não obedece ao comando de empregados e provoca uma série de acidentes fatais. Claro que, sendo um típico filme de produção barata que tangencia o “trash”, existe um mocinho, uma mocinha e um bandido. Muita gente morre, muito sangue esguicha.
Os caminhões parecem liderados por um que tem no para-lamas uma assustadora máscara de palhaço. Eles sitiam um posto, circulando em torno dele. Convocam uma retroescavadeira e uma metralhadora como segurança e pedem combustível. Os veículos estão com fome ou com sede. Eles perseguem quem desobedece suas ordens. Mas tudo termina com uma fuga sensacional e com o fim da rebelião das máquinas quando a cauda do cometa deixa de envolver a Terra.
Gladiadores, escravos, trabalhadores explorados se rebelaram contra seus patrões. Não fosse a cauda do cometa, talvez o filme ganhasse mais força com a rebelião das máquinas.

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