Cattleya fidelensis: Orquídea rara é símbolo de biodiversidade e identidade cultural em São Fidélis
A Cattleya fidelensis, uma das orquídeas mais raras do mundo, voltou a florescer, em São Fidélis, terra que ela foi descoberta em 1940, e, até hoje, desperta debates sobre preservação ambiental e identidade cultural. Esta planta, presente em algumas coleções particulares, como a de Luiz Henrique Macedo, orquidófilo de São Fidélis, estava há dois anos sem floração, dada a complexidade do cultivo. Luiz, que cultiva uma muda oriunda do espécime original descoberta pelo entusiasta da botânica e orquidófilo apaixonado, o também fidelense Júlio Lacourt Sodré, considera ela uma fonte valiosa de informações. A floração, que dura apenas cinco dias, é um evento raro e simbólico e para alegria de Luiz aconteceu agora, no final de novembro.
A descoberta de Sodré carrega um legado único. Inicialmente identificada como "Laelia fidelensis", a orquídea foi amplamente difundida com esse nome até 2008, quando, após estudos taxonômicos liderados pelo pesquisador Cássio Van Den Berg, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), foi reclassificada como Cattleya fidelensis.
O orquidófilo de São Fidélis, diz que essa planta está em sua posse desde o final da década de 90. "Eu sempre fui encantado por ela devido sua beleza e sua história. Uma incógnita no mundo da orquidofilia… Quase que uma lenda. Esse mistério todo que envolve a planta só fez despertar mais ainda o desejo de possuí-la, e outras espécies também. Haja visto que minha primeira orquídea eu a obtive com 12 anos de idade. Quanto à Laelia, todo esse mistério que envolve a planta só me fez ficar mais apaixonado ainda por ela! Caso observe é uma planta que não tem tanta “exuberância” ou talvez o termo certo seja “extravagância”. Ela possui uma coloração concolor, um único tom de cor, mas que a faz ser uma planta única", explica.
História e singularidade - O que torna a Cattleya fidelensis excepcional não é apenas sua raridade, mas também suas características biológicas únicas, como a presença de oito políneas – algo raro no universo das orquídeas. Apesar de sua notoriedade internacional entre botânicos e colecionadores, seu florescimento acontece uma vez por ano e é extremamente difícil, exigindo cuidados rigorosos e condições específicas. Por isso, sua recente floração é motivo de celebração, mas também de alerta sobre os desafios da conservação ambiental.
Um ano depois, em 1941, quando Júlio Sodré faleceu, a localização exata do habitat da planta se tornou um mistério. A orquídea foi sendo dividida e anos mais tarde alguns Orquidários já possuíam sementeiras dessa orquídea. Em 1967, Guido Pabst, fez a descrição formal da espécie. De lá para cá, muitos orquidófilos e pesquisadores procuraram essa orquídea na natureza, mas sem sucesso. Mas, depois que mudas autofecundadas produzidas em dois orquidários brasileiros começaram a florescer como uma população uniforme, ela foi reconhecida como uma espécie e levada para a Europa e Estados Unidos.
Importância científica e ecológica - A Cattleya fidelensis é uma relíquia da biodiversidade de São Fidélis e um lembrete da fragilidade de nossos ecossistemas. Apesar de não estar oficialmente ameaçada de extinção, a planta é derivada de um único espécime coletado na natureza, sem registros de novas descobertas em seu habitat original. Isso reforça a urgência de preservar as florestas locais, um refúgio para diversas espécies raras.
A reclassificação de Laelia fidelensis para Cattleya fidelensis reflete avanços tecnológicos na análise genética e filogenética. No entanto, os desafios para compreender completamente sua biologia permanecem, sublinhando a importância da ciência como ferramenta para sua conservação.
O projeto artístico de Alexandre Mury
A Cattleya fidelensis, uma das orquídeas mais raras do mundo, voltou a florescer, em São Fidélis, terra que ela foi descoberta em 1940, e, até hoje, desperta debates sobre preservação ambiental e identidade cultural. Esta planta, presente em algumas coleções particulares, como a de Luiz Henrique Macedo, orquidófilo de São Fidélis, estava há dois anos sem floração, dada a complexidade do cultivo. Luiz, que cultiva uma muda oriunda do espécime original descoberta pelo entusiasta da botânica e orquidófilo apaixonado, o também fidelense Júlio Lacourt Sodré, considera ela uma fonte valiosa de informações. A floração, que dura apenas cinco dias, é um evento raro e simbólico e para alegria de Luiz aconteceu agora, no final de novembro.
A descoberta de Sodré carrega um legado único. Inicialmente identificada como "Laelia fidelensis", a orquídea foi amplamente difundida com esse nome até 2008, quando, após estudos taxonômicos liderados pelo pesquisador Cássio Van Den Berg, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), foi reclassificada como Cattleya fidelensis.
O orquidófilo de São Fidélis, diz que essa planta está em sua posse desde o final da década de 90. "Eu sempre fui encantado por ela devido sua beleza e sua história. Uma incógnita no mundo da orquidofilia… Quase que uma lenda. Esse mistério todo que envolve a planta só fez despertar mais ainda o desejo de possuí-la, e outras espécies também. Haja visto que minha primeira orquídea eu a obtive com 12 anos de idade. Quanto à Laelia, todo esse mistério que envolve a planta só me fez ficar mais apaixonado ainda por ela! Caso observe é uma planta que não tem tanta “exuberância” ou talvez o termo certo seja “extravagância”. Ela possui uma coloração concolor, um único tom de cor, mas que a faz ser uma planta única", explica.
História e singularidade - O que torna a Cattleya fidelensis excepcional não é apenas sua raridade, mas também suas características biológicas únicas, como a presença de oito políneas – algo raro no universo das orquídeas. Apesar de sua notoriedade internacional entre botânicos e colecionadores, seu florescimento acontece uma vez por ano e é extremamente difícil, exigindo cuidados rigorosos e condições específicas. Por isso, sua recente floração é motivo de celebração, mas também de alerta sobre os desafios da conservação ambiental.
Um ano depois, em 1941, quando Júlio Sodré faleceu, a localização exata do habitat da planta se tornou um mistério. A orquídea foi sendo dividida e anos mais tarde alguns Orquidários já possuíam sementeiras dessa orquídea. Em 1967, Guido Pabst, fez a descrição formal da espécie. De lá para cá, muitos orquidófilos e pesquisadores procuraram essa orquídea na natureza, mas sem sucesso. Mas, depois que mudas autofecundadas produzidas em dois orquidários brasileiros começaram a florescer como uma população uniforme, ela foi reconhecida como uma espécie e levada para a Europa e Estados Unidos.
Importância científica e ecológica - A Cattleya fidelensis é uma relíquia da biodiversidade de São Fidélis e um lembrete da fragilidade de nossos ecossistemas. Apesar de não estar oficialmente ameaçada de extinção, a planta é derivada de um único espécime coletado na natureza, sem registros de novas descobertas em seu habitat original. Isso reforça a urgência de preservar as florestas locais, um refúgio para diversas espécies raras.
A reclassificação de Laelia fidelensis para Cattleya fidelensis reflete avanços tecnológicos na análise genética e filogenética. No entanto, os desafios para compreender completamente sua biologia permanecem, sublinhando a importância da ciência como ferramenta para sua conservação.
O projeto artístico de Alexandre Mury
Reconhecido nacionalmente, o artista fidelense Alexandre Mury também encontrou na Cattleya fidelensis uma inspiração para conectar arte, ciência e cultura local. Com acesso proporcionado por Luiz Henrique Macedo, que permitiu o estudo e a documentação do exemplar florido, Mury está desenvolvendo um projeto artístico que visa resgatar a orquídea como símbolo de São Fidélis.
O trabalho inclui fotografias e estudos visuais, além de planos para envolver artesãos locais na criação de peças que representem a planta, promovendo-a como patrimônio cultural.
Mury destaca a beleza efêmera da orquídea como uma metáfora para a urgência de proteger a biodiversidade. Seu projeto busca não apenas valorizar a planta, mas também estimular a conscientização ambiental entre a comunidade local e além.
Mury destaca a beleza efêmera da orquídea como uma metáfora para a urgência de proteger a biodiversidade. Seu projeto busca não apenas valorizar a planta, mas também estimular a conscientização ambiental entre a comunidade local e além.