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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
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Espaço do antigo camelódromo (Fotos: Genilson Pessanha)
“Esse espaço corre o risco de dar início a uma cracolândia”. Esse desabafo é do comerciante Leandro Ferreira, dono de um trailer ao lado do espaço do antigo camelódromo, no Parque Alberto Sampaio, em Campos. O local está abandonado e trazendo prejuízo e medo aos comerciantes do entorno. Na última terça-feira (10) a Prefeitura chegou a informar que começaria a limpeza nessa quinta (12), mas nada havia sido feito até essa sexta (13).
Segundo Leandro, desde a inauguração do Shopping Popular Michel Haddad, no dia 10 de dezembro de 2022, o espaço do antigo camelódromo foi tomado por andarilhos e usuários de drogas, o que afasta os clientes da praça localizado no mesmo espaço, onde estão os trailers. “A inauguração foi no sábado e domingo à noite já tinha moradores em situação de rua, usuários de droga e andarilhos ali dentro. Se não fossemos nós aqui e o movimento que causamos por conta dos trailers, eles já tinham colocado fogo e tombado tudo. Isso aí é um perigo e pode dar início a uma cracolândia”, disse.
A equipe da Folha entrou no galpão onde estava instalado o antigo camelódromo e constatou muita sujeira, entulho e lixo espalhado por todo o espaço. Grades usadas para dividir os boxs também foram deixados para trás, além de capas para celulares e itens usados pelos antigos permissionários e revirados pelos moradores em situação de rua que vagam pelo local.
— Aos poucos tudo lá dentro vai sumindo porque o pessoal entra, procura cobre ou o que se pode vender e sai carregado com o que acha, levando para os ferros velhos. Os restos de comida atraem bichos e insetos e à noite, as fogueiras para derreter o cobre e se aquecer são constantes. Um descaso total — disse o comerciante.
Leandro disse, ainda, que o furto dos fios faz com que o local fique em total escuridão depois das 17h30. “Isso também impacta nas nossas vendas. Como as pessoas vão vir até aqui sem luz? Como vamos vender sem energia? As pessoas têm medo de passar aqui no final da tarde, que dirá entrar para comprar algo. Fora o banheiro que está insalubre porque depois da desocupação o local foi tomado por pessoas que depredaram o banheiro”, explicou.
Sem movimento, comerciantes amargam prejuízos. O comerciante Amaro Sérgio Almeida, também dono de um trailer ao lado do antigo camelódromo, reclamou de outras ações do poder público que, segundo ele, deixam a desejar.
— Nós aqui estamos ajudando para que esse lugar não seja derrubado de vez pelas pessoas que entram aí dentro. Porque se não fossemos nós aqui, mesmo que indiretamente, em menos de um mês eles já teriam tomado tudo aqui e quem sabe até teria ocorrido uma tragédia — disse Amaro.
Mesmo com todo o perigo decorrente do abandono do local, os comerciantes dos trailers permanecem ao lado do espaço e buscam por ajuda. Segundo eles, sem luz, sem banheiro e sem estrutura para seguir trabalhando, fica inviável manter o comércio.
— Quando chove, isso aqui vira um esgoto a céu aberto. Temos nossa clientela que nos mantêm aqui, mas é difícil mesmo com ajuda deles. Tem uma geladeira dentro do lago na ponte aqui que até agora não foi tirada. Não temos mais luz, banheiro e ficamos de forma constante em alerta por conta desses movimentos no antigo camelô. O pessoal estaciona carros e motos aqui porque trabalham aqui ou arredores. Estamos abandonados igual ao antigo camelô — reforçou Amaro.
A equipe de reportagem enviou uma nova demanda à Prefeitura, uma vez que a previsão de início da limpeza do espaço não foi cumprida, e aguarda posicionamento.