Pedro Henrique Figueiredo
25/04/2025 10:00 - Atualizado em 25/04/2025 14:33
Influencer de SJB
/
Vanessinhajoy
“Eu comecei a fazer teatro para me desenvolver. Aí na pandemia tirei fiz meu tiktok e comecei a viralizar e não parei mais, já ganhei concurso da Fazenda da Record, fiz foto para a comercial da Alerj que está passando na tv. E estou tentando crescer”, disse Vanessa Rocha da Matta. Esse é um dos relatos da “Vanessinhajoy”, influencer na mídia digital, atualmente com 28 anos de idade. Em relação ao portador de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) costuma-se manifestar (2- 4 anos) na primeira infância e em sua maioria com as crianças do sexo masculino. A sua causa não se tem uma explicação exata e com isso, faz-se, necessário, um olhar multifatorial (LAZZARINI; ELIAS, 2022). É um transtorno de desenvolvimento neurológico que acaba afetando as habilidades físicas, motoras, de comunicação interpessoal (LAZZARINI; ELIAS, 2022).
Era comum diferenciar os tipos de autismo no passado, por exemplo, asperger, autismo tardio e outros. Porém, como os estudos bem mais avançados, O Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) mostra os transtornos do neurodesenvolvimento foram compilados agora em um único diagnóstico, o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
"Mediante o estudo do TEA, possamos aproveitar as artes que apresentam várias estratégias para o desenvolvimento humano como os filmes, os desenhos, os quadrinhos e dentre outras atividades, para entender melhor esse diagnóstico" (COSTA; YUNES, 2022; MARTÍNEZ, 2023).
"A igreja poderia nos incluir, eu sou no grupo de dança da igreja, mas eles só me colocam para dançar sempre uma parte separada. Isso não é inclusão. É uma exclusão dentro da inclusão”, comentou Vanessa.
Instagram
/
Reprodução
O padre Everton dos Santos Borges, da cidade de Planaltina (GO), reúne turmas inclusivas para batismo e catequese de crianças com autismo. A inciativa começou com o pedido de uma mãe que não conseguia batizar a filha e, depois do contato com as crianças, o padre descobriu que também é autista e tem o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). O primeiro batismo inclusivo foi feito especialmente para uma criança portadora do TEA.
A partir disso, surgiram, então, turmas de batismo e catequese adaptadas. Durante as cerimônias de batismo, o padre perguntar às crianças como preferem ser batizadas. Isso mostra a inclusão dentro da Igreja.
"Na minha família tem casos de autismo, inclusive autismo severo, e também tenho paróquianos com filhos com autismo, alguns severos, e tudo aquilo me fez de alguma forma me sensibilizar com a situação desses autistas, mas também de seus familiares", disse o padre Everton dos Santos.
“Depois que recebi o laudo de autista eu me senti melhor. Porque ser estranha sem laudo não é legal”, complementa a Vanessa.
A neuropsicóloga Josane Auxiliadora explica: “Acolher é sem preconceito. E ter algum familiar junto, porque pode ter uma crise lá dentro. E, por exemplo, se for numa reunião mais reservada, explicar antes para as outras pessoas que ele tem esse problema, de repente ele pode se sentir incomodado e querer sair dali, de não querer ficar muito tempo junto, ficar muito tempo parado num lugar. Eu acho que a informação é o que pode ser feito”.
A Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, é conhecida como a Lei Berenice Piana, e institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), reconhecendo o TEA como uma deficiência para todos os efeitos legais. Ela estabelece diretrizes para garantir o acesso a direitos e serviços, incluindo saúde, educação, assistência social, trabalho e acesso à justiça. Assim como a Vanessinha e todas as outras pessoas portadoras de alguma deficiência, todos eles têm e devem ter acesso à inclusão, seja dentro ou fora das quatro paredes da Igreja.