A questão é: como o Papa é eleito?
Pedro Henrique Figueiredo - Atualizado em 09/04/2025 11:22
Praça São Pedro
Praça São Pedro / Opus Dei
Uma dúvida que é comum entre católicos e não católicos é: “Como é escolhido o Papa?”. “Habemus Papam”, essa frase é uma das mais famosas do mundo quando se anuncia o eleito para ocupar a Cátedra de São Pedro, em Roma, a já conhecida fumaça branca nas chaminés do Vaticano é motivo de festas entre os fiéis católicos. Nos últimos dias as mídias foram bombardeadas com notícias sobre a saúde do Papa e muitas notícias surgiram de um novo possível Conclave.
Mas, como é feita a eleição mais importante da Igreja Católica Apostólica Romana?
Esta eleição já passou por muitas modificações ao longo da história da Igreja, e não se sabe com precisão o processo de escolha de todos os Papas. Mas, a definição do processo tal como o conhecemos hoje se deu no ano de 1271, instituído pelo Papa Gregório X. Foi ele quem estabeleceu que o processo para a escolha do novo Papa passaria a ser “cum clave”, ou seja, “com chave” (do latim). Com restrições progressivas com o passar do tempo de votação. Estabeleceu-se, então, as determinações e regras básicas para organização dos conclaves futuros. Uma das razões para essa reestruturação da eleição papal foi a demora no período de votação, uma demora excessiva.
No caso do Papa Gregório X, o processo de escolha durou quase dois anos e, para evitar um período tão longo, determinou-se que os cardeais teriam três dias para realizar a escolha. Após esse tempo, eles teriam sua alimentação limitada apenas uma refeição pela manhã e outra na parte da tarde. E se, depois de cinco dias, ainda não houvesse acordo no resultado final, os cardeais recebiam apenas pão, água e vinho. Esta foi uma das formas encontradas para que os cardeais estivessem com foco total à vontade divina, abertos e em unidade.
As normas atuais foram determinadas por São João Paulo II, em sua Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Desde então, após a morte do Papa ou sua renúncia, como foi o caso do Papa Bento XVI, a assembleia de cardeais reúne-se com total sigilo e isolamento. Cardeais vindo do mundo inteiro integram o total de 120 votantes para a escolha do novo Sumo Pontífice.
O Conclave
A etapa fundamental de como é escolhido um papa é o conclave. Para ele ser eleito, o escolhido precisa receber dois terços do total de 20 votos. Nenhum Cardeal pode se abster do voto ou ao menos votar em sim mesmo. Quanto às rodadas de cotação, estas ocorrem quatro vezes ao dia (duas votações matutinas e mais duas vespertinas).
Quando o requisito da maioria de votos não é alcançado, os papéis são queimados com produtos químicos que fazem a fumaça na cor negra, indicando ao mundo que a eleição irá prosseguir, sem um resultado final.
Passadas diversas etapas, e tendo, por fim, um eleito, o cardeal de mais idade pede o consentimento do eleito com a seguinte frase: “Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?”. Em caso de afirmação, os papéis são queimados novamente e a fumaça sai na cor branca, como anúncio da escolha, ao mundo exterior, acompanhado ainda dos sinos da Basílica de São Pedro.
O sucessor eleito, dirige-se, portanto, a uma pequena sala onde o esperam as vestes papais. Esta sala é chamada de “Sala das Lágrimas”, já que, conforme a tradição, todos os eleitos choram dentro dela, diante da magnitude da missão que acabaram de assumir que é apascentar o rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo
O novo Papa coloca as vezes, escolhe seu nome pontifício e é apresentado ao mundo inteiro com a fórmula conhecida “Habemus Papam”.
Na praça de São Pedro, localizada no Vaticano, o mundo celebra o anúncio do sucessor de Pedro. E a Igreja, única em um só coração, recebe seu novo Pastor, aquele que foi chamado a cumprir a vontade de Deus aqui na Terra.

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