Campos no mapa da ciência internacional com pesquisa de medicamento
Dora Paula Paes - Atualizado em 28/11/2021 12:55
Seis meses após iniciar pesquisa clínica, de nível internacional com o medicamento Azvudine para tratamento do Covid-19, em fase III, os próximos passos serão aguardar liberação e revisão do estudo por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.O foco principal do medicamento é a capacidade de redução da carga viral da Covid-19 que, segundo profissionais da área de saúde, da Santa Casa de Misericórdia de Campos, mostra resultados positivos com pacientes que estavam em estado de moderado à grave.
“Estamos na fase final da pesquisa, com dados promissores, que só serão divulgados depois da autorização da Anvisa e revisados pelo Ministério da Saúde. Os dados parciais mostram um medicamento extremamente promissor, com resultados muito positivos com pacientes que estavam em estado moderado à grave de Covid. O medicamento tratou 178 pacientes no nosso estudo clínico”, informa o diretor da Santa Casa, o médico Cléber Glória.
A pesquisa é uma parceria entre a HRH Holdings Brasil-China, o Instituto Galzu e a unidade hospitar em Campos.Para sua realização no município, foi montada uma estrutura para atender às exigências da Anvisa.
“O Azvudine é uma medicação testada para HIV com muita segurança, com pouquíssimos efeitos colaterais. Os pacientes estão muito seguros, um ambiente foi preparado, com uma equipe multidisciplinar enorme. Os pacientes ficam monitorizados o tempo inteiro. Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) foi montada apenas para os pacientes que aceitaram participar do estudo. Ainda, disponibilizamos durante o tratamento contato via videoconferência para manter a proximidade do paciente com seus familiares”, explicou Cléber Glória.
A pesquisa está sendo feita em apenas três países: China, Rússia e Brasil. “A história mostra que é necessária uma medida prática, ou seja, um medicamento que inibe a multiplicação do vírus, epor isso estamos aqui”, disse a presidente do Instituto Galzu, Paula Cabral, no lançamento, em 29 de abril.“Como sabemos, a China possui a maior experiência no tratamento do Covid-19. Desde os primeiros casos, que surgiram na província de Wuhan, os chineses foram os primeiros a testar medicamentos no tratamento à doença”, chegou a pontuar.
Os trabalhos de pesquisa começaram em novembro de 2020, sendo aprovados em abril deste ano pelos órgãos regulatórios do Ministério da Saúde: Conselho de Ética e Pesquisa (CEP), Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) e Anvisa.
Na ocasião da assinatura do acordo de cooperação, em abril deste ano, o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho disse que essa parceria poderia salvar vidas: “O País errou na condução da pandemia”, ressaltou. No dia, o município ainda passava pela dificuldade de falta de vacina. “Essa pesquisa ocorre na China, na Rússia e no Brasil. Campos foi escolhido para sediá-la e estamos muito felizes”, chegou a discursar o prefeito.

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