Menos custos durante a pandemia
19/06/2020 15:05 - Atualizado em 24/07/2020 18:44
A pandemia de Covid-19 tem imposto desafios à população brasileira, principalmente para manutenção da renda durante o isolamento social, mas muitas pessoas estão aproveitando este período para economizar. Viagens não realizadas, baladas não curtidas e compras deixadas para depois: a nova rotina tem reduzido consideravelmente os custos de muitos profissionais que tiveram as atividades suspensas sem perda da remuneração ou estão trabalhando em sistema de home office.
Este é o caso da gerente de Recursos Humanos Samira Tavares, que percebeu uma grande diferença nos gastos com alimentação e transporte. Devido à rotina de trabalho, normalmente, ela almoça fora de casa, mas, com o isolamento social, tem preparado suas refeições em casa.
— Minhas compras de mantimentos ficaram mais caras do que as que costumava fazer, mas nada comparável com o custo de comer em restaurante. Ter que preparar minhas refeições em casa é mais trabalhoso também, mas a economia é muito grande. No início do isolamento, cheguei a fazer bastante pedido de comida por aplicativo, mas depois decidi preparar minhas próprias refeições, por ser mais saudável e menos oneroso. Outra coisa que tem me ajudado bastante a economizar é deixar o carro na garagem. Meu custo com combustível também é alto normalmente. Não vejo a hora disso tudo passar, mas até que o isolamento tem me ajudado a juntar um dinheiro a mais. Inclusive, pretendo manter alguns hábitos dessa minha nova rotina depois que a pandemia passar — contou Samira.
Para Sérgio de Souza, a maior economia vem da impossibilidade de sair nos finais de semana para lazer. “Normalmente, gastamos em bares e restaurantes até sem perceber, por já fazer parte da rotina, além das idas ao shopping, mas agora, com o isolamento social, consegui juntar um dinheiro que nem esperava. Lógico que ainda gastamos pedindo comida em casa, bebendo uma cerveja com a família, mas nada que se compara com a vida antes da pandemia”.
O mestre em economia empresarial e professor universitário Paulo César Marques sugere a essas pessoas que estão conseguindo economizar que apliquem o dinheiro e tenham oportunidade de rendimento, evitando, ainda, gastos desnecessários quando a pandemia passar.
— Algumas pessoas que estão em isolamento e mantêm seus salários, como funcionários públicos das três esferas e servidores de estatais, estão fazendo pequenas economias com combustível, lazer, viagens, refeições fora de casa. Elas podem aproveitar para fazer uma aplicação mais conservadora, como a poupança, ou mais arriscada, como fundos de pensões, e colher frutos mais tarde — ressaltou Paulo César.
O especialista ressalta, entretanto, que essa não é a realidade da maioria da população. De acordo com ele, o comércio em geral foi prejudicado e gerou muitas demissões, assim como prestadores de serviços e profissionais liberais. “Quando a pandemia passar, vamos ter o caos do desemprego, pedidos de concordata. É um processo em cadeia, pois o prestador de serviço será afetado por quem perdeu o emprego, as vendas de carro, a venda de imóveis e vários outros setores. Esse processo em cadeia levará a um PIB negativo. Poucos setores registram aumento de receita durante a pandemia, como alguns comércios que tiveram um crescimento da demanda, como farmácias, alguns deliveries e vendas pela internet”.
Produtos mais caros nos supermercados
O crescimento da demanda por produtos nos supermercados durante a pandemia é um dos fatores que tem contribuído para o aumento dos preços de itens da cesta básica, que acendeu o alerta de consumidores.
A professora Patrícia Caldas conta que alguns itens da cesta básica estão mais caros a cada compra.
— Sem dúvidas, comer em casa é mais barato, mas os mantimentos sofreram aumentos de preços durante a pandemia. Tenho ficado assustada com o preço do leite e do feijão, por exemplo. Itens essenciais e que estão extremamente caros — conta.
Com o isolamento social, as famílias estão em casa e a procura por produtos nos supermercados aumenta, o que impacta na oferta e ajuda a elevar os preços, que sofrem, ainda, reflexo de efeitos sazonais e a alta do dólar. Em alguns casos, entretanto, há a prática de preços abusivos por estabelecimentos comerciais.
O Procon Campos afirma que realiza diariamente a fiscalização em diversos supermercados e drogarias de Campos para apurar denúncias de aumento abusivo nos preços de produtos, principalmente aos ligados à prevenção do coronavírus. Em relação a supermercados e produtos da cesta básica, o órgão afirma que não tem recebido denúncia específica.
“Todos os estabelecimentos fiscalizados foram notificados a apresentarem as três últimas notas fiscais de entrada e saída dos produtos considerados de alto valor para apurar se houve ou não aumento sem justa causa. Ao constatar esse tipo de aumento, os fornecedores respondem a um processo administrativo e podem ser multados”, informou o Procon, por meio de nota.

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