Casos de chikungunya caem, mas população ainda está vulnerável com o alto índice de infestação do Aedes
Verônica Nascimento 31/07/2018 13:11 - Atualizado em 01/08/2018 14:08
Atendimento no CRDI
Atendimento no CRDI / Antônio Leudo
Neste final de julho, já são quase quatro mil pessoas, de diferentes bairros de Campos, com chikungunya, mas a incidência da doença, que teve o pico no mês passado, começa a cair. No entanto, o Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) alerta que, se o combate ao vetor da doença não for intensificado no município, o índice de casos deve subir bastante em outubro, quando são esperados dias quentes e com chuvas, propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Os casos de chikungunya começaram a aumentar gradativamente a partir de abril e levaram a Prefeitura a decretar situação de emergência em junho, devido à epidemia da doença no município. O diretor do CRDI, Luiz José de Souza, explicou que já era prevista a queda na transmissão da doença de julho a setembro, meses de clima mais ameno, com temperaturas mais baixas. “Entretanto, com o vírus espalhado e a taxa de infestação do mosquito muito alta, em 6.2, a população ainda está muito vulnerável e o risco maior será quando o tempo esquentar e tivermos o calor associado à ocorrência de chuvas”, frisou o médico.
Atendimento no CRDI
Atendimento no CRDI / Antônio Leudo
De acordo com o diretor, a incidência e os riscos da chikungunya recaem principalmente em pessoas com mais de 50 anos de idade, sendo mais grave em idosos ou pessoas com doenças crônicas.
— Temos três estágios da doença: o agudo, em que o paciente melhora em 15 dias; o subagudo, que é quando a pessoa retorna após os 15 dias ainda com os sintomas da doença, que persistem por três meses; e o crônico, em que o paciente mantém os sintomas, as sequelas, por um ano ou mais. Em Campos, 40% dos pacientes estão no estágio subagudo, retornando ao CRDI com poliartrite, dores nas articulações, precisando de novo tratamento — explicou Luiz José de Souza.
Idosos e portadores crônicos com chikungunya requerem cuidados especiais, assim como as gestantes, segundo destacou o diretor. “As grávidas são acompanhadas até o nascimento do bebê, mesmo as que têm a doença nos primeiros meses da gestação, sendo que o risco de transmissão para o feto acontece quando a grávida adoece no final da gestação. Em um trabalho em parceria com a Fiocruz, quando a criança nasce, a placenta é enviada para análise, para verificar se houve transmissão da doença”.
Um dos pacientes atendidos no CRDI nesta terça-feira (31) foi Romeu Pinto, 67 anos, morador de Farol de São Thomé. “Estive aqui há uns 15 dias, fiz o exame e confirmou a chikungunya, mas tive de voltar, porque estou com muita dor nas pernas, braços, com muita falta de ar e está muito difícil, pois nem consigo dormir”, contou o paciente, que, segundo o médico, retornou de um quadro agudo e que, como tinha uma comorbidade, teve o quadro agravado para o subagudo.
— O paciente tinha uma doença pulmonar branda, uma pneumonia agravada pela chikungunya. O vírus da chikungunya exacerba, agrava o quadro de doenças crônicas, e é preciso acompanhar e tratar possíveis complicações — conclui Luiz José.

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