Vício em videogame é atestado como doença
- Atualizado em 19/06/2018 18:11
Divulgação
Vício em videogame é considerado transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11) lançada nesta segunda-feira (18), o transtorno dos jogos eletrônicos também foi adicionado à seção de transtornos que podem causar vícios.
É necessário um período de pelo menos 12 meses para que um diagnóstico seja atribuído, embora a duração possa ser reduzida caso todos os requisitos de diagnóstico forem cumpridos e os sintomas forem severos.
A CID-11 será apresentada para adoção dos Estados Membros em maio de 2019, durante a Assembleia Mundial da Saúde e entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022. Essa versão é uma pré-visualização e permitirá aos países planejar seu uso, preparar traduções e treinar profissionais de saúde. O documento também auxilia a identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte.
De acordo com a última revisão do manual de classificação de doenças da OMS, a compulsão por jogos eletrônicos é descrita como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente” podendo se tornar tão intenso que “toma a preferência sobre outros interesses da vida real”.
Para o psiquiatra da infância e da adolescência Rafael Vinhal, a revisão do CID 11 valida a nova classificação dos transtornos mentais já prevista no manual de transtorno psiquiátrico internacional. “Ela vem para reforçar. A dependência de jogos está cada vez mais presente nos consultórios, principalmente em adolescentes. Geralmente, ocorre em um ambiente sócio-familiar desestruturado, onde não há rotinas. O indivíduo deixa de sair de casa para jogar, mata aula, deixa de dormir, tudo passa a girar em torno do jogo. Tive pacientes que perderam o ano letivo porque dormiam tarde, acordavam tarde e não conseguiam ir para a escola”, conta.
Segundo Vinhal, é importante que os pais imponham rotina e normas claras, e tentem negociar com os filhos o uso dos eletrônicos. “Tem que ter horário para acordar, estudar, cumprir tarefas, brincar e dormir. Esse horário tem que mesclar brincadeira lúdicas com jogos. Não apenas virtuais. É preciso incentivar a prática de esportes, não deixar que levem eletrônicos para o quarto, proibir o uso duas horas antes de dormir para se acalmarem. Pode negociar e permitir o uso por algumas horas ou aumentar esse tempo no final de semana”, ressalta.
Quando os filhos não obedecem às regras e passam tempo demasiado no computador, é hora de procurar ajuda, diz. “Pode ser um psicólogo ou um psiquiatra. O alerta fica na mudança brusca de comportamento, no abandono de atividades sociais e hobbies para jogar. Se nada der certo, aí tem que proibir o uso. Primeiro utilizamos medidas comportamentais e dependendo, avaliamos se há outra comorbidade (depressão, ansiedade). Mas a princípio, é comportamental”, completa. (A.N.)

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