Atletas da FME participam da clínica de vôlei com Bernardinho
Paulo Renato Pinto Porto 27/04/2018 21:08 - Atualizado em 30/04/2018 17:03
Bernardinho em Campos
Bernardinho em Campos / Rodrigo Silveira
Ao curso de mais de três décadas, o vôlei escalou respeitáveis degraus no cenário do esporte brasileiro, a ponto de alcançar o status de segunda modalidade na preferência nacional. Neste período, acumulou conquistas, entronizou ídolos e atraiu patrocinadores. O multicampeão Bernardinho, um dos principais responsáveis por este ápice e reconhecimento, como atleta e depois como treinador, esteve nesta sexta-feira (27) em Campos para uma clínica no Sesc, ao lado das jogadoras da seleção brasileira.
— O vôlei é hoje o segundo esporte no país, em razão de uma sequência de bons resultados e conquistas, além de ídolos que se tornaram referência para gerações — disse Bernardinho, alvo da tietagem de inúmeros fãs e admiradores.
Bernardinho em Campos
Bernardinho em Campos / Rodrigo Silveira
A coqueluche do vôlei começou a partir do Mundialito de 1982, no Rio, quando a seleção masculina venceu, por 3 sets a 2, a poderosa União Soviética, até então invicta, campeã olímpica e mundial. Naquele mesmo ano, a seleção conquistou a medalha de prata no Mundial na Argentina. Um ano depois, com Bebeto de Freitas, o Brasil conquista a primeira medalha olímpica com a memorável Geração de Prata.
Oito anos depois, a apoteótica conquista do ouro olímpico nos Jogos de Barcelona.
Nos últimos 15 anos, com Bernardinho, o vôlei masculino colecionou dois ouros olímpicos (2016 e 2016), três Campeonatos Mundiais, duas copas do Mundo, três Copa dos Campeões e oito Ligas Mundiais. No feminino, acumulou seis medalhas olímpicas consecutivas (de 1996, em Atlanta, a 2016, no Rio).
O salto para a glória não veio de graça. Seriedade, perfeccionismo, liderança, dedicação e profissionalismo fizeram dele um dos maiores campeões da história do esporte brasileiro, tendo acumulado mais de 30 títulos no comando do vôlei brasileiro. E fez dele um dos mais requisitados palestrantes do país. O segredo do sucesso?
— O segredo é você fazer melhor o que faz. Acreditar no que você faz, ter perseverança e acreditar no que faz. Eu acredito no esporte como ferramenta de transformação, pelo convívio, a autoestima, a integração. E por transmitir valores como a disciplina. E busco fazer bem — acrescentou.
"O segredo é buscar fazer sempre melhor"
Para Bernardinho, o chamado legado olímpico após os Jogos de 2016 não pode ser minimizado.
— Sim, o país tinha outras prioridades. Mas há muitas coisas que hoje estão sendo utilizadas. Fico triste quando vejo uma grande obra na área do transporte como o BRT sendo vandalizada. Não adianta apenas culpar o ente público. Precisamos acabar com essa ideia de que o que é público não é de ninguém. É de todos nós — lamentou.
Se até então os escândalos apenas atingiam o futebol e passaram depois a chamuscar outros esportes, culminando com a prisão do ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, para Bernardinho tais episódios levam o Brasil a rever urgentemente seus valores.
— O Brasil tem dado esses péssimos exemplos. É lamentável ver o esporte, um instrumento de transformação e educação, sendo usado dessa maneira. O Brasil precisa rever seus valores e sair dessa cultura ruim que assola o país. — analisou.
Filiado ao Partido Novo, a cada eleição Bernardinho é cogitado como candidato a algum cargo. Assediado, descarta, tergiversa, mas acena com uma possibilidade futura.
— Cada um tem que fazer sua parte. Nenhum salvador da pátria vai fazer. O Partido Novo é ficha limpa, não aceita recursos públicos, isso me atrai. Mas não serei candidato. Futuramente, quem sabe... — admitiu.

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