Técnicos da Uenf se juntam a professores na greve
Ana Laura Ribeiro e Jane Ribeiro 08/08/2017 14:12 - Atualizado em 09/08/2017 14:35
Selo Uenf
Selo Uenf
Os técnicos-administrativos da Universidade do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e professores da Faetec também aderiram nesta terça-feira (8) ao movimento de greve iniciada pelos professores da Uenf na última segunda-feira (7). Os técnicos, professores da Uenf e da Faetec paralisaram 100% das atividades. Na Faetec são 650 servidores, já a Uenf tem cerca de 1000 servidores e, destes, 640 são técnicos-administrativos. Nesta terça, alunos e servidores das instituições de ensino vinculadas à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia participaram de uma manifestação no Rio de Janeiro e foram recebidos com gás de pimenta pela Polícia Militar.
A greve ocorre devido à falta de repasses de verbas pelo governo estadual à instituição. Os servidores, tanto docentes como técnicos, passam por dificuldades por estarem com três meses de salário atrasados e sem receber o 13º salário. Nessa segunda, estudantes da Uenf também se manifestaram. Graduandos e pós-graduandos também estão sem receber as bolsas de estudos há três meses.
Técnico da Uenf e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj-Uenf), Cristiano Maciel explicou que, na assembleia, a maioria da categoria decidiu pela paralisação total das atividades. “Nós, da Sintuperj, aderimos à greve, já iniciada pelos professores, por tempo indeterminado. Tivemos 46 votos de aprovação, um pouco mais de 30 contra e quatro abstenções”, falou.
Protesto no Rio — O protesto, no Rio, aconteceu na tarde desta terça, no Palácio das Laranjeiras. Um grupo de alunos e professores da Uenf participaram do ato para, junto com os demais servidores da Secretaria Estadual de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Social (Uerj, Faetec e Uezo), cobrar respostas do governador Luiz Fernando Pezão sobre os salários, bolsas e verbas atrasadas.
  • Protesto de alunos e professores no Rio

    Protesto de alunos e professores no Rio

  • Protesto de alunos e professores no Rio

    Protesto de alunos e professores no Rio

  • Protesto de alunos e professores no Rio

    Protesto de alunos e professores no Rio

  • Protesto de alunos e professores no Rio

    Protesto de alunos e professores no Rio

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    Protesto de alunos e professores no Rio

Os manifestantes, de forma pacífica, exigiam uma posição do Governo do Estado o que não aconteceu. “Chegamos ao Largo do Machado por volta do meio dia e seguimos em marcha até o Palácio Guanabara, mas não fomos muito bem recebidos. Queríamos uma audiência com o governador Pezão e acabamos sendo recebidos pela PM com gás de pimenta. O movimento foi disperso e retornamos para Campos sem uma definição”, disse Braúlio Fontes, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Faetec adere ao movimento — Cerca de 650 servidores da Faetec também cruzaram os braços por tempo indeterminado. A decisão foi durante uma assembleia extraordinária que aconteceu em Quintino, no Rio de Janeiro. O motivo é o mesmo de todos os servidores do Estado. “Também estamos juntos com todos os servidores ligados a Secretaria Estadual de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Social. Não vamos abrir mão dos nossos direitos. Não dá mais para ficar esperando um salário que é nosso por direito. Só voltamos ao trabalho com o pagamento atualizado na conta”, disse Carlos Henrique Santos Oliveira, coordenador de interior da Faetec.
Em nota, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social repete que "reconhece a importância da Uenf e tem concentrado esforços na busca de soluções para a superação do atual quadro de dificuldades enfrentadas pela instituição. A adesão ao regime de recuperação fiscal, solicitada pelo governo do Rio, permitirá o reequilíbrio financeiro do estado, possibilitando a regularização do pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas e do custeio das atividades fundamentais para prestação de serviços à população".
Passoni em encontro com secretário
O secretário Gustavo Tutuca se reuniu, nesta terça-feira (8), com o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Luis Passoni, na sede da SECTDS, no Centro do Rio, para discutir a crise da universidade. Na conversa, o secretário se mostrou otimista com as ações propostas pelo Governo do Estado, como a venda da folha de pagamento dos servidores estaduais. Tutuca, que assumiu o cargo na última quinta-feira, já vem realizando reuniões com o corpo técnico da pasta para detalhar a real situação do órgão e das instituições de ensino vinculadas à SECTDS.
- A licitação da folha de pagamentos dos servidores e a assinatura do acordo de recuperação fiscal com o governo federal vão dar um alívio para o caixa do estado e, com isso, normalizar essa situação nos próximos meses. A minha expectativa é que, até outubro, nós vamos conseguir normalizar os serviços e os salários dos servidores, não apenas da Uenf, mas de todas as universidades vinculadas à pasta - comentou o secretário.
No encontro, Luis Passoni destacou que a maior reivindicação dos servidores da Uenf, que está em greve, é pela regularização dos salários. Ele acredita que, resolvida essa questão, e também a dívida com os fornecedores, os trabalhos possam ser retomados. Além do reitor, participaram da reunião o subsecretário executivo da pasta, Gabriell Carvalho Neves Franco dos Santos, e o chefe de gabinete da Uenf, Raul Ernesto Lopez Palácio.
- Realizamos esse encontro de trabalho com o novo secretário, que reassumiu a pasta da Ciência e Tecnologia, para passar a ele as reivindicações da Uenf. Nessa conversa, eu coloquei a necessidade de termos uma verba contínua para a manutenção da universidade, porque conseguiríamos nos organizar. A situação do Estado se agravou com a questão do atraso dos salários, que se somou às dívidas acumuladas, que vem desde 2015. Há um consenso de que a questão do salário é fundamental para conseguirmos resolver essa questão – declarou o reitor.

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