Sem a presença da oposição no plenário, a primeira sessão da Câmara de Campos no retorno das atividades após o recesso de Carnaval, na tarde desta terça-feira (8), não aconteceu mais uma vez. O presidente Fábio Ribeiro (PSD) anunciou que os vereadores faltosos terão seus salários descontados.
— Temos que seguir o regimento. Primeiro, é o corte de salário. Vereador tem que conhecer o regimento interno. A partir de hoje vai ser descontado porque houve quórum para a abertura da sessão, mas não houve para deliberação — disse o presidente.
Na sequência, o vereador de oposição Rogério Matoso (DEM) chamou a ação de Fábio de ditatorial e lembrou que o grupo entrou com representação contra a presidência no Ministério Público por causa da anulação da eleição realizada em 15 de fevereiro.
A sessão também foi encerrada sem quórum no dia 23 de fevereiro, quando vereadores de oposição deixaram o plenário após Fábio não ter incluído na pauta a eleição dos demais cargos da Mesa Diretora no biênio 2023/2024. Na véspera, a sessão já havia sido cancelada também por conta de protesto da oposição.
No dia 15 de fevereiro, o líder oposicionista Marquinho Bacellar (SD) chegou a ser proclamado como vencedor da eleição para presidente da Câmara no próximo biênio, por 13 votos a 12, mas o resultado foi suspenso por Fábio Ribeiro. Posteriormente, a Mesa Diretora acolheu um recurso protocolado pela base governista para anular o resultado com base no argumento de que o vereador Nildo Cardoso (PL) não votou. Isso contraria o regimento interno da Casa, que prevê o voto nominal e expresso.
Por outro lado, a oposição contesta a decisão de Fábio e diz que o pedido de anulação é apenas para a votação a presidente, e que a escolha dos demais cargos deveria continuar normalmente, dando prosseguimento à pauta.
Desde então, Fábio Ribeiro tem tentado dar continuidade à pauta do dia 15, com a análise de vetos realizados pelo prefeito Wladimir Garotinho (PSD), mas a oposição promete esvaziar as sessões enquanto não houver a continuidade da votação.