Suzy Monteiro
30/03/2017 09:28 - Atualizado em 31/03/2017 13:30
Ao contrário da radialista Elizabeth Gonçalves, a Beth Megafone, que depôs durante mais de três horas, na última segunda-feira (27) detalhando como teria funcionado o “escandaloso esquema” do uso político do Cheque Cidadão, políticos citados por ela e que constam dos trechos publicados pela Folha da Manhã na edição dessa quarta (29) preferiram o silêncio. Apenas Thiago Godoy, ex-subsecretário de Governo, afirmou que Beth é movida pelo ódio e rancor.
O depoimento ocorreu dentro da Ação Penal que tem como réus os vereadores eleitos e não diplomados Ozéias (PSDB) e Miguelito (PSL), além da ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga e a ex-coordenadora do Cheque Gisele Koch. Beth afirmou, por exemplo, que colocou fogo em documentos “por ordem do senhor Anthony Garotinho” e que os cartões, nesse período, vinham desbloqueados também por ordem dele. Antes, os cartões chegavam bloqueados. Disse, também, que havia participado de reuniões sobre o Cheque, algumas na sala da então prefeita Rosinha, sempre com a presença de Garotinho. Procurada, a assessoria de Garotinho não se pronunciou.
Ela disse que Ana Alice era “monitorada 24 horas pelo Sr. Thiago Ferrugem através de telefonemas e WhatsApp”. Afirmou que, durante a fuga para o Rio, teve despesas pagas por Thiago Godoy. O vereador Thiago Ferrugem afirmou: “Meu jurídico me solicitou a me pronunciar apenas dentro dos autos, em respeito à Justiça”.
Já Godoy, que atua como advogado no caso, não se elegendo, disse que as denúncias não merecem credibilidade.
— Todas as prisões foram consideradas ilegais nesse processo, no qual venho atuando como advogado desde o início. Além disso, a falta de credibilidade dessa testemunha, pessoa movida pelo ódio e rancor que mudou de depoimento quatro vezes, já foi reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral. Fiquei surpreso com a tentativa de embaraçar o exercício profissional dos advogados desse caso com outra falsa afirmação. Se a intenção é me amedrontar, digo que não recuo pois aprendi com o meu avô, Mário Soares Malaquias, grande Defensor Público de Campos, que a advocacia deve ser exercida com coragem, honra e ética — disse.