Enquanto não chega à Câmara o pacote de projetos do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) com uma série de medidas consideradas amargas, os vereadores de Campos discutiram, na sessão desta terça-feira (18), sobre a polêmica envolvendo a priorização de determinadas categorias profissionais na fila da vacinação contra a Covid-19.
Durante a sessão, foi lido os próximos projetos que começaram a tramitar na Casa. Entre eles, estavam do vereador Raphael Thuin (PTB), que determina a inclusão de bancários no grupo prioritário da vacinação; e do vereador Anderson de Matos (Republicanos), que também pretende colocar jornalistas e trabalhadores de supermercados no mesmo grupo.
Além disso, foram apresentadas propostas que tornam essenciais os serviços de contabilidade e advocacia, de autoridade de Fred Machado (Cidadania); e os jogos de futebol amador e as escolinhas de futebol, de Nildo Cardoso (PSL). Mais abrangente, o vereador do Republicanos também fez um projeto que reconhece como essenciais todas as atividades econômicas durante a pandemia.
O médico e parlamentar Abdu Neme (Avante) mostrou indignação com a quantidade de projetos de prioridade e subiu na tribuna para reclamar. “Tínhamos feito um acordo que não iríamos indicar mais projetos de prioridade na vacinação, de tornar uma atividade essencial por ser amigo de alguém. Fizemos um acordo. Até sobre os bancários, o Rogério Matoso (DEM) chegou a apresentar esse projeto, mas retirou na sequência”.
Logo depois, o presidente Fábio Ribeiro (PSD) explicou que o acordo era para enviar os projetos para avaliação do comitê de crise da Covid. “Fizemos o acordo para que toda questão sobre Covid fosse enviada ao comitê. Mas, após o retorno, vamos ter o objeto tramitando se houver uma posição favorável. Não posso cercear o direito do vereador de apresentar um projeto”.
— Então vamos continuar com cada um escolhendo grupos prioritários e que precisa da vacina, quem é mais prioritário, vai ficar sem — retrucou Abdu.
Matoso, por sua vez, explicou que existe orientação do Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, que define a ordem de vacinação. “Quando vamos ao gabinete de crise, ouvimos do prefeito que existe o PNI, que deixa restrita a vacinação aos grupos prioritários. Talvez nossa mensagem esteja chegando de maneira ruim. Passamos aqui a lei sobre os professores, mas não tinha vacina. Agora, por conta do novo plano, o MP também pediu, e conseguiram essa flexibilização. Muitos são essenciais porque estão nas ruas, mas há uma organização do PNI e, muitas vezes, estamos levando falsas esperanças para algumas categorias com esses projetos de lei — disse o vereador do DEM.