Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense aderiram, nesta quarta-feira (26), à Greve Nacional de Advertência em protesto contra medidas da atual gestão da Petrobras. A paralisação de 24 horas foi aprovada por 94% dos petroleiros em assembleias realizadas entre os dias 15 e 23 de março deste ano. A principal reivindicação, segundo nota do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), é a reabertura da negociação sobre o Teletrabalho e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de necessidade de maior efetivo de trabalhadores e melhores condições de trabalho. Já a Petrobras disse, através de nota, que já vem repondo efetivo de trabalhadores e que anunciou publicamente a contratação de novos empregados, além de melhorias nas condições de trabalho. 

Segundo a nota do Sindipetro NF, as medidas da atual gestão “enfraquecem a negociação coletiva e impactam diretamente nos direitos da categoria”.  A mobilização também denuncia retrocessos que estariam afetando a segurança e as condições de trabalho no Sistema Petrobras, setor que registrou seis fatalidades no fim de 2024 segundo o sindicato. Além disso, questionaram ainda as medidas de segurança para evitar acidentes, mortes e adoecimentos dos trabalhadores.

Segundo o Sindipetro, outras situação reivindicadas são:

- Contra a redução da Remuneração Variável, que pode diminuir em 31% os valores apresentados nos simuladores de dezembro de 2024, enquanto os acionistas terão aumento de 207% nos repasses de lucro;

- Fim dos PEDs do Plano Petros, garantindo uma solução definitiva para os aposentados e pensionistas;

- Criação de um Plano de Cargos, Carreira e Salário unificado, que valorize a negociação coletiva e corrija distorções salariais;

- Reposição do efetivo, com a convocação de concursados e abertura de novos concursos públicos;

- Garantia de segurança na retomada da produção da Fafen-PR, com efetivo adequado;

- Melhoria das condições de trabalho dos prestadores de serviço, com fim da escala 6x1 e isonomia de jornada;

- Contra qualquer forma de diferenciação entre trabalhadores antigos e novos, incluindo adicionais de transferência e ajuda de custos.

Em nota, a Petrobras esclareceu que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também informou que já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.

"Por fim, convém destacar que a Petrobras possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia”, explicou a nota da empresa. 

A Petrobras informou ainda que foi notificada oficialmente pelas entidades sindicais sobre a paralisação agendada para esta quarta-feira (26). A empresa afirmou também que respeita o direito de manifestação dos empregados e diz que a Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial.

“A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos”, finaliza a nota.