Arnaldo Neto
09/07/2022 08:14 - Atualizado em 09/07/2022 09:53
Após um longo período com poucas mortes em decorrência da Covid-19, chegando a registrar vários boletins sem óbitos, por três semanas consecutivas o informativo da Prefeitura de Campos traz a informação sobre seis óbitos por semana. Em relação aos óbitos divulgados nos boletins de 24 de junho e 1º de julho, a Prefeitura informou que as vítimas tinham comorbidades e oito delas, que passaram por análise individual, estavam com o esquema vacinal incompleto. A subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde do município orienta a todos que mantenham o esquema vacinal em dia e recomenda fortemente o uso de máscaras. Em Campos, a variante com predominância comprovada em circulação no momento é a Ômicron. “Com a cepa original e as subvariantes BA.4 e BA.5”, informou a Prefeitura.
O boletim divulgado nessa sexta-feira (08) aponta, ainda, que é alta a taxa de contaminação no município, com 314 novos casos de Covid em uma semana. Também chama a atenção o crescimento da taxa de ocupação de leitos nas redes públicas e privadas, que em determinados momentos da pandemia, após a massificação da vacinação, chegou a ser zerada. A ocupação nas UTIs das redes públicas e privadas é de 55%, enquanto a de leitos clínicos está em 55,2%.
Antes da divulgação do boletim dessa sexta, a Folha questionou à Prefeitura sobre os 12 óbitos registrados nos informes das duas semanas anteriores. De acordo com a Prefeitura, foram seis homens e seis mulheres. Deste total, 10 com 70 anos ou mais, um de 66 anos e outro de 56. “Oito passaram por análise individual e foi constatado que estavam com o esquema vacinal para Covid-19 incompleto (variando de duas doses ou três doses), sendo que 87% havia tomado a última dose há mais de 6 meses da data do falecimento. Os demais não deram entrada no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM- Datasus)”, relatou a administração municipal. Ainda de acordo com a Prefeitura, as vítimas apresentavam comorbidades, “entre elas cardiopatias; diabetes; câncer ou trombose”.
O aumento de casos de Covid e de óbitos não é perceptível só em Campos, mas ocorre justamente pela circulação das variantes que já estão presentes e predominantes no município, segundo especialistas. A BA.4 e BA.5 driblam a proteção existente contra as outras cepas. “É uma nova onda, com certeza. A gente já tem um aumento de número de casos, seguido do aumento da nossa média móvel de óbitos. Se configura a quarta onda no Brasil”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Julio Croda, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nessa sexta.
Além de orientar sobre o uso de máscaras e medidas de higiene, a secretaria de Saúde de Campos convoca para vacinação de toda população acima de 5 anos. E para as pessoas com idade acima de 40 anos, imunossuprimidas com 18 anos ou mais, além profissionais de saúde estão disponíveis a 4ª dose. “Procurem completar o esquema vacinal com até 4 doses para manter o nível de anticorpos elevados e tenham maior proteção no que diz respeito à contaminação pela doença, evitando formas graves e óbitos em decorrência da Covid”, recomenda.
Campos registrou, desde o início da pandemia, 60.294 testes positivos para Covid, que mataram 1.850 pessoas.
Orientações para o uso correto de máscaras
O uso de máscaras, assim como a correta higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, tem sido uma maneira bastante eficaz de proteção contra diversos vírus que causam doenças respiratórias, entre eles a Covid. Apesar de eficaz, esse equipamento de proteção exige cuidados e algumas recomendações, como o período de troca, dependendo do tipo de material a ser usado.
Seja de pano, cirúrgica ou as com formato “bico de pato”, como a N-95/PFF2, as máscaras são essenciais tanto para proteger de uma eventual infecção quem a está usando, quanto para redução e eliminação de vírus de pessoas, por exemplo, que estão assintomáticas.
O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde, Rodrigo Carneiro, informa quais são os tipos mais comuns de máscara, a duração de cada uma e quanto tempo devem ser trocadas.
De acordo com o médico, as máscaras de uso de assistência à saúde, as cirúrgicas, têm uma duração de até seis horas, devendo ser trocadas após esse período. Já as N-95, têm uma durabilidade maior, entre 15 ou 30 dias, de acordo com a recomendação de cada fabricante, podendo ser usadas desde que sejam guardadas em local sem exposição à luz, sem umidade e sem ser amassada. Outra recomendação é que, ao colocar a máscara, é fundamental que ela esteja vedada no nariz e abaixo do queixo, de forma a garantir o poder de filtração.
Já as máscaras de pano, também devem ser trocadas a cada seis horas, porém, elas não são descartáveis. “Essas máscaras podem ser lavadas com água e sabão, que é suficiente para inativar os vírus respiratórios e elas devem ser secas, preferencialmente com luz do sol, podendo ser usadas logo após”, acrescentou o infectologista.