Nesta sexta-feira (28), data do controverso aniversário de Campos dos Goytacazes, a Academia Campista de Letras (ACL) recebe em sua sede, no Jardim São Benedito (Praça Nilo Peçanha), a partir das 18h30, todos os interessados e interessadas em construir o 6º Festival Doces Palavras (FDP!). Trata-se de um chamado a uma conversa com a curadoria, uma espécie de audiência pública para reunir sugestões da sociedade para o evento.
Desde a primeira edição, em 2015, essa construção tem sido assim, tendo como base muito diálogo. O Festival se consolidou com um modelo de organização com três pilares:
O da curadoria independente e aberta formada por tantos quantos queiram participar, especialmente representantes de entidades culturais, instituições da área de educação e produtores e produtoras de literatura e de doces tradicionais campistas (sim, para quem está chegando agora: o festival mistura, literalmente e literariamente, doces com palavras);
O da realização pela Prefeitura de Campos dos Goytacazes, com todas as secretarias necessárias envolvidas, especialmente a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e a Secretaria de Educação, como acontece com a Bienal do Livro;
E o das instituições públicas e privadas parceiras (podem até ser chamadas de correalizadoras), entre elas a Câmara de Vereadores de Campos, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), o Instituto Federal Fluminense (IFF), o Liceu de Humanidades de Campos, a Ordem dos Advogados do Brasil, entre tantas outras, citando apenas as que integram o quadrilátero histórico da Praça Barão do Rio Branco (Praça do Liceu).
Divulgação Secom-Campos
São dez anos, com as cinco edições bienais realizadas, de um grande aprendizado. A proposta original foi levada pela ACL e pela AIC (Associação de Imprensa Campista) à Prefeitura (na época, ao secretário Wainer Teixeira) em 2013. Em 2014, um momento na Bienal do Livro lançou a proposta para realização em 2015, com participação da então prefeita Rosinha Garotinho. Desde este momento inicial, foi firmado o pacto de realização pelo poder público, com curadoria voluntária e independente feita pela sociedade.
A primeira edição, de 23 a 27 de setembro de 2015, foi saudada como um grande sopro de campistice que, à época, andava um tanto quanto envergonhada. Cabruncos e lamparões se soltaram orgulhosos e pairou um clima de subversão, ainda que com diálogo. A proposta de criar palco para tantas expressões e linguagens culturais da região foi amplamente acolhida.
A segunda edição, de 20 a 24 de setembro de 2017, foi um grande marco de consolidação do evento, uma vez que foi realizado de modo republicano pela Prefeitura de Campos, mesmo sob um governo de grupo político diferente daquele onde, na gestão anterior, a proposta havia sido implementada. O então prefeito Rafael Diniz, naquele momento, deu exemplo de que os bons projetos devem continuar, independentemente das mudanças de vento na política. Também foi neste ano a aprovação na Câmara, seguida de sanção pelo prefeito, da Lei 8792, que tornou o FDP! um evento oficial do calendário do município.
Mas o grande teste de fogo foi o da terceira edição, após a Prefeitura de Campos, sob o mesmo governo de Diniz, ter se recusado a realizar o Festival, após muitas tratativas e avançado estágio de organização para acontecer novamente em setembro. Às vésperas, o governo alegou falta de recursos, cancelou o evento, e as entidades, instituições de ensino e demais agentes culturais, com grande apoio dos veículos de imprensa, realizaram o FDP! de forma descentralizada, na urgência e na garra, com mais de 80 atividades em 16 espaços, entre 2 de novembro e 7 de dezembro de 2019, e é muito importante citar todos aqueles que não deixaram o FDP! morrer naquele momento crítico:
Associação de Imprensa Campista (AIC), Academia Campista de Letras (ACL), Coletivo de Doceiras Campistas, Academia Pedralva de Letras e Artes, Centro Universitário Fluminense (Uniflu), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Casa de Cultura Villa Maria, Editora da UENF (Eduenf), Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP-Uenf), Academia de Letras do Brasil/Campos (ALB), Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes, Santa Paciência Casa Criativa, Confraria Musical, Associação de Autoras e Autores Campistas, Oráculo Espaço do Saber, Centro Cultura Marcelo Sampaio, Cineclube Goitacá, Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, Escola Municipal de Gestão do Legislativo (Emugle), União de Trovadores do Brasil (UBT), Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Clube do Vinil de Campos, Espaço Multicultural Kátia Macabu e Festival Terra de todos os ritmos.
Para a quarta edição, o desafio foi outro: o de enfrentar os obstáculos da pandemia da Covid-19. A Prefeitura de Campos reassumiu o seu compromisso de realizadora, liderou todo o processo por meio da FCJOL, interagiu com a curadoria independente e o festival aconteceu de forma híbrida, entre 14 e 26 de setembro de 2021, com a maioria das mesas e oficinas de modo online e algumas mesas presenciais, respeitados os cuidados exigidos à época (como uso de máscaras e distanciamento).
Divulgação Secom-Campos
A mais recente das edições, a quinta, mais enxuta em relação às demais, realizada em apenas três dias entre 22 e 24 de setembro, registrou uma ampliação de público, especialmente nos shows, e marcou o retorno ao quadrilátero Histórico do Liceu, tendo sido também muito importante para a consolidação do evento.
Agora está lançado o desafio de fazer acontecer a sexta edição. De acordo com a Prefeitura de Campos, a realizadora, o agendamento para setembro está mantido (mesmo após os dois adiamentos sofridos pela Bienal do Livro). Cabe às entidades e demais agentes culturais fazerem a sua parte na curadoria, indicando os temas, especialistas e atrações culturais que deverão fazer parte de mais um momento de valorização da cultura de Campos dos Goytacazes e de toda a região.
Viva o FDP!
* Jornalista, professor e escritor. Membro da Academia Campista de Letras.
De acordo com a Seap, Vanessa Jesus de Almeida, que era moradora de Macaé, estava no isolamento do presídio por suspeita de tuberculose; neste domingo, presas atearam fogo em colchões após demora na retirada do corpo pelo rabecão
A informação foi confirmada na unidade hospitalar e também pela assessoria; ele deu entrada na manhã desta quarta-feira (26) por "intoxicação exógena por veneno"
A sinalização será iniciada nesta quinta-feira em 25 cruzamentos da cidade, em ambos sentidos das avenidas 28 de Março e Pelinca, além da rua Gil de Góis