Matheus Berriel
27/06/2023 18:41 - Atualizado em 27/06/2023 19:55
Iniciado por lideranças empresariais, da cultura e do turismo de Campos, o movimento para evitar o fechamento da livraria mais antiga do Brasil chegou à Câmara Municipal. Foi lançada na sessão desta terça-feira (27) a campanha SOS Ao Livro Verde, com objetivo de tornar a livraria um patrimônio imaterial da cidade, e não apenas o seu prédio, tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos dos Goytacazes (Coppam) desde 2013. Já assinado por 14 vereadores, um documento será enviado ao Coppam e também à Procuradoria geral do município.
— Vamos tentar salvar esse patrimônio, que é nosso e não podemos perder — disse na sessão o vereador Nildo Cardoso, destacando que seu primeiro emprego foi na Ao Livro Verde, em 1973.
Nildo participou da sessão usando uma camisa da Ao Livro Verde. Além de fazer o requerimento verbal para o envio do documento ao Coppam e à Procuradoria do município, aprovado por unanimidade, ele sugeriu outras medidas. Uma delas foi destinada ao presidente da Câmara, Marquinho Bacellar, pedindo que solicite ao seu irmão e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, uma ajuda à Ao Livro Verde. Segundo Nildo, quase R$ 1,5 milhão das dívidas, totalizadas em 1.886.264,91, são débitos junto ao Banco do Brasil, ao Itaú, ao Bradesco e à Caixa Econômica Federal. Foi sugerida pelo vereador a renegociação desses débitos, com parcelamento sem juros. Por fim, Nildo pediu que seja marcada uma audiência pública na Câmara, para o tema ser debatido pelos vereadores com entidades culturais.
Conforme divulgado jornalista Vitor Menezes e confirmado pelo blog nessa segunda-feira (26), desde o dia 31 de maio tramita na 5ª Vara Cível da Comarca de Campos um pedido de autofalência de Ao Livro Verde. Fundada em 1844, a livraria consta no “Guinness Book”, o livro dos recordes, como a mais antiga do Brasil. Desde que a Folha da Manhã noticiou o risco de fechamento de Ao Livro Verde, no último dia 14, foi fortalecido um movimento com intuito de evitar tamanha perda histórico-cultural. Um abraço no prédio de Ao Livro Verde está marcado para a próxima sexta-feira (30), às 15h, com participação de representantes do setor cultural de Campos.