Podendo virar clube-empresa, Americano vai da incerteza à esperança por futuro promissor
Matheus Berriel 30/12/2023 11:27 - Atualizado em 30/12/2023 11:29
Tolentino Reis, presidente do Americano
Tolentino Reis, presidente do Americano / Foto: Rodrigo Silveira
Originalmente prevista para abril, a eleição do presidente do Americano se estendeu por oito meses, vindo a ser concluída apenas no dia 21 de dezembro. Enfim, o pleito não apenas ocorreu, como foi marcado por uma reviravolta. A preocupação da torcida alvinegra com a falta de candidatos deu lugar à esperança, pois o presidente eleito e empossado no último dia 21 tem como principais metas alterar o estatuto e transformar o Cano em clube-empresa, visando a atrair investidores, além de finalizar a construção do novo estádio Godofredo Cruz, recolocar o clube na primeira divisão do Campeonato Estadual e, posteriormente, levá-lo de volta ao cenário nacional.
— Estou assumindo a presidência para a gente trabalhar nos moldes que eu preciso para transformar o Americano num clube-empresa. Posteriormente, é a minha empresa que vai tomar conta do clube, e a gente vai trazer investimentos — disse no dia da posse o empresário carioca Tolentino Reis, atuante no Rio de Janeiro e em Armação dos Búzios. — Vou trazer todos os meus investidores. Estou muito entusiasmado com o que estou vendo no clube, com a qualidade dos atletas da base e a receptividade que estou tendo. Ficou tudo muito alinhado. A gente está muito tranquilo para trabalhar da forma como tem que trabalhar, e o conselho também apoiando isso — enfatizou o presidente, eleito para um mandato de três anos, mas com objetivo de executar o projeto por no mínimo uma década.
Originalmente, o mandato do agora ex-presidente alvinegro Vagner Xavier terminaria em abril. No cargo desde maio de 2020, ele informou que não seria candidato à reeleição, mas, na ausência de postulantes à presidência num primeiro momento, decidiu permanecer até o término da Série A2 do Campeonato Estadual, que começou em maio. Na prática, a prorrogação do mandato teve que ser ainda maior, passando a valer até o fim da participação do clube na Copa Rio. Como também não houve inscrição de candidaturas numa segunda chamada para a eleição, adiada para setembro, foi criada uma junta administrativa, tendo o próprio Vagner como responsável por seguir assinando em nome do clube. Ainda houve um adiamento para o dia 16 de dezembro, mais uma vez sem candidaturas apresentadas, até que foi oficializado o interesse do empresário Tolentino Reis em assumir o Cano.
Fundador do projeto social Instituto Formando Campeões (IFC) e do evento de lutas Gringo Super Fight, Tolentino foi candidato a prefeito de Búzios em 2020, ficando em quarto naquela eleição, com 852 votos.
Junto a ele, também chegaram a nova vice-presidente de comunicação, Laila Póvoa; o diretor-executivo, Bruno Mercante, e o diretor de futebol, o agente Fifa Francis Leonardo. A vice-presidência executiva ficou a cargo de Francisco Barros, que já integrava a diretoria no mandato de Vagner Xavier.
Dentro de campo, o Americano teve bons resultados, mas sem conquistas no futebol profissional. Treinado por Rafael Soriano, terminou a Série A2 do Campeonato Estadual em quinto, não se classificando à fase semifinal, e foi eliminado pelo Nova Iguaçu nas oitavas da Copa Rio. Mais longe foi a base alvinegra, vice-campeã estadual da Série A2 sub-20 e campeã regional sub-17.
Tentando o segundo acesso consecutivo para voltar à segunda divisão do Estadual, o Goytacaz bateu na trave desta vez. Apesar da boa campanha sob comando do técnico Luciano Quadros, chegando a ficar invicto por seis jogos, o alvianil não conseguiu ir além da semifinal da Série B1. Foi eliminado pelo Duque de Caxias, terminando a competição em quarto. Se tivesse avançado à decisão, automaticamente teria garantido o acesso para a A2.
Mais curta foi a campanha na Copa Rio, que o Goyta disputou com o elenco em formação e, ainda treinado por Guilherme Júnior, foi superado pelo Olaria na primeira fase.
Antes da curta passagem no comando do Goytacaz, que durou aproximadamente um mês, o próprio Guilherme Júnior foi o técnico do Campos Atlético. E o Roxinho até fez uma campanha digna na quinta divisão, ostentando 10 jogos de invencibilidade. Porém, após uma polêmica envolvendo jogadores que disputaram competições amadoras simultaneamente à Série C, o clube foi eliminado pelo Uni Souza nas quartas de final, continuando na última divisão do futebol fluminense.
Da região — O ano não foi bom para os demais clubes do Norte Fluminense envolvidos em competições profissionais. Em agosto, o Macaé Esporte foi rebaixado da segunda para a terceira divisão do Rio. Disputou a Série B1 na mesma temporada e não conseguiu retornar à A2, pois terminou esse campeonato apenas em oitavo, mais perto de um novo rebaixamento do que do acesso.
O Serra Macaense, por sua vez, caiu da terceira para a quarta divisão, tendo agora que disputar a Série B2 na próxima temporada. Foi para o mesmo escalão da Carapebus, que já disputou a B2 este ano e ficou na quinta colocação.
Único dos três a disputar a Copa Rio, o Macaé ficou pelo caminho na primeira fase, perdendo nos pênaltis para o Duque de Caxias.

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