Veraneando em Atafona, presidente da Acerj avalia o ano de Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo
Matheus Berriel 30/12/2023 10:54 - Atualizado em 30/12/2023 10:56
Eraldo Leite, radialista esportivo e presidente da Acerj
Eraldo Leite, radialista esportivo e presidente da Acerj / Foto: Matheus Berriel
Veraneando em família na praia de Atafona, em São João da Barra, o radialista e presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj), Eraldo Leite, fez um balanço do desempenho dos quatro grandes clubes cariocas nesta temporada. As avaliações foram realizadas em entrevista coletiva a jornalistas e radialistas esportivos de Campos e Macaé, durante confraternização de fim de ano organizada pelo próprio Eraldo, na última quinta-feira (28).
Apesar de o Fluminense ter perdido para o Manchester City na decisão do Campeonato Mundial de Clubes, Eraldo apontou o tricolor como o grande vitoirioso de 2023, tendo conquistado a Taça Guanabara, o Estadual e a Copa Libertadores da América.
— No Mundial, ganhou do Al Ahly jogando bem, jogando o seu futebol, e só perdeu para o melhor time do mundo no momento, mas também jogando o seu futebol. O Fluminense tomou 1 a 0 e continuou saindo de trás, tocando a bola e tentando evoluir, quebrando as linhas de marcação. Então, acho que o Fluminense foi o grande vencedor da temporada — destacou Eraldo.
Ao Flamengo de 2023, o presidente da Acerj reservou o termo fracasso. É um termo que faz jus aos “quase-títulos” do clube, vice-campeão da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana, do Campeonato Estadual e da Copa do Brasil, além de ter ficado em terceiro no Mundial de clubes de 2022, disputado em fevereiro; em terceiro na Taça Guanabara e em quarto no Campeonato Brasileiro, sendo eliminado nas quartas de final da Libertadores.
— O Flamengo fracassou redondamente ao não conquistar nenhum dos títulos que disputou. Esteve perto dos títulos, mas sempre um perto-longe — disse Eraldo Leite. — Falta um pouco de disciplina e ordem no Flamengo, falta um pouco de comando de cima para baixo, a partir da diretioria. Não é só comando do time ali, mas comando vindo lá de cima, com exigências maiores de quem paga os investimentos tão altos feitos pelo clube. Acho que o Flamengo vai apertar um pouco nisso na próxima temporada — pontuou.
Do Vasco, o campista viu uma temporada decepcionante, salva pelos reforços do segundo semestre, que ajudaram o clube a se livrar do quinto rebaixamento no Brasileirão. “O Vasco, ao contrário do Botafogo, fez um primeiro turno muito ruim. Não fosse a virada acontecida na segunda janela de transferências, teria caído para a segunda divisão”, destacou.
Quanto ao Botafogo, foi feita uma leitura bastante particular:
— Parece que o Botafogo fracassou, mas acho que o Botafogo foi vitorioso na temporada. Lá no início, era inimaginável o Botafogo como quinto colocado do Campeonato Brasileiro. É porque a gente fica vendo o que aconteceu depois. É mais fácil avaliar em cima do resultado do que em cima da expectativa. A expectativa em relação ao Botafogo era brigar para não cair e, quem sabe, ficar em 10º lugar, quem sabe beliscar um G-8 se fosse G-8, nem em G-6 se pensava. Muitos times fizeram mais investimentos. Era muito pouco provável que o Botafogo ocupasse o lugar que ocupou. A frustração ficou por conta (da queda de rendimento depois) do que ele fez de surpreendente no primeiro turno do campeonato. Sempre coloquei em meus comentários que o Botafogo ocupava um lugar que não era dele. Aqueles 13 pontos de vantagem na liderança não eram uma realidade. O Botafogo não tinha time e investimento para estar 15 pontos à frente do Flamengo, 13 pontos à frente do Palmeiras — enfatizou Eraldo. — Enfim, acho que o Botafogo terminou dentro do que ele podia, do que ele tinha planejado na temporada: ficar, no máximo, na Libertadores. E ele chegou! Na pré-Libertadores, mas chegou e vai disputar — concluiu.

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