"Servidor não será massa de manobra"
Citados como um dos motivos de impasse entre os Garotinhos e Bacellar para a não votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, “os servidores municipais não serão usados como massa de manobra por nenhum grupo político”. Quem afirma isso é a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep), Elaine Leão, que participou do último Folha no Ar do ano, na Folha da FM 98,3, nessa sexta-feira (29). “Ano passado teve aquele verdadeiro acordão, e os servidores foram esquecidos na LOA pelos dois lados”. Além de avaliar a disputa, ela comentou sobre os avanços da categoria e as dificuldades enfrentadas, principalmente para os aposentados e pensionistas. Filiada ao PDT, Elaine defende que o sindicato tem que ser suprapartidário e falou sobre colocar seu nome à disposição dos servidores para uma possível disputa em 2024, ressaltando ainda o desejo de ver mulheres na Câmara. No entanto, sabe das dificuldades que vai enfrentar dentro da própria categoria composta em Campos por 14 mil servidores ativos e 5,4 mil inativos.
Impasse da LOA — Primeiro eu me senti, acho que os servidores sentiram, muito usada com tudo isso acontecendo, porque em nenhum momento na LOA anterior, por exemplo, no anterior fala-ram de servidores, e aprovaram. Os servidores não estavam incluídos. Esse ano, como está tendo briga de poder, ambos (situação e oposição) citam os servidores. Sendo bem sincera, e sou sempre, não me sinto representada por essa Câmara de hoje como servidora pública. Se nós servidores, fôssemos o motivo ano passado, não teriam aprovado as contas de Rosinha, porque a Câmara aprovou e, assim vamos falar, não teve governo pior para o servidor público, onde nós tivemos a destruição da nossa Previdência, onde teve perda de plano de saúde, onde nós tivemos salário congelado... Enfim, só veio o Plano de Cargo na época, porque teve uma ação judicial. Quando eu escuto a Câmera falando de servidores, eu penso, que estão tentando nos usar, porque foi essa mesma Câmera agora que aprovou em 2022 uma reforma da previdência, sem fazer leitura do projeto de lei, que destruiu a nossa aposentadoria. Então eu fico me perguntando, o que está acontecendo agora? Por que agora nós somos importantes? Se o motivo (inclusão do servidor na LOA) foi esse, eu agradeço. Os servidores agradecem, mas nós temos a sensação que o motivo não é esse. Por todo o histórico da Câmara com os servidores públicos. Ano passado foi aquele momento que a oposição aprovou a LOA, aprovou tudo. Teve aquele verdadeiro acordão e os servidores foram esquecidos pelos dois lados. Ou seja, por isso, que eu falei que não vamos ser usados como massa de manobra, de forma nenhuma e também pelo governo. Que fique claro isso.
Audiência na CDL — Eu entendo que a gente tem que ocupar todos os espaços. Se o presidente da Câmara chamar agora, eu vou novamente, porque eu não vou perder nenhuma oportunidade de ocupar todo o espaço. É importante demais que a população conheça a nossa realidade, então ali eu achei muito oportuno, inclusive, que ali a maioria era governista, para que escutasse a nossa verdade, que o servidor não recebe bem.
Impacto no reajuste do servidor — Você o prefeito dizendo agora: “não vou conseguir dar o (restante do reajuste que ficou para 2024) porque o orçamento vai ter que ser o do ano passado, mas o orçamento do ano passado deu 6% inclusive. Então fica para a gente uma dúvida. Isso também é real ou eles estão tentando só amedrontar a gente para poder a gente se envolver? Nós vamos envolver de qualquer maneira, porque nós temos que ocupar todos os espaços de luta mesmo, mas nós ficamos assim, quem está falando a verdade agora? Acho também que se for para a briga deles, todo mundo vai ficar em desespero. Falei na audiência que nós não seremos massa de manobra nem de um lado e nem para o outro, porque o que nós precisamos é de um servidor não doente para cuidar da população. Mas, eu acredito, sinceramente que, em breve, vão chegar a um acordo e espero que não abandonem a gente nesse acordo como foi no ano passado.
Avanços à categoria — É fato que tivemos avanços. Não há como negar... Não foi fácil. Foi com muita luta, mas nós conseguimos avanços para os servidores. Algumas coisas na Justiça, outras na greve e também no diálogo. Por exemplo, o ex-prefeito Rafael Diniz nunca nos atendeu, então também não tem como não falar isso, e hoje o governo atual, o secretário Wainer, que é uma pes-soa que eu admiro, lógico que em alguns momentos, no campo do trabalho, eu vou discordar, a gente discute, ele fala, não, e eu tenho que dizer sim, mas é uma pessoa que sempre me atende muito educadamente, sempre atendeu. O Wainer nunca fechou a porta. Tivemos vários avanços no diálogo. O prefeito é bom de conversar. E hoje, quando fala assim: “olha, você prefere partir para a greve ou para o diálogo com o prefeito”? Para o diálogo, porque ele é daqueles que na guerra você também não leva... A queda de braço agora, entre ele e Marquinho Bacellar, ficou nítido. Essa queda de braço é boa para quem? Para o servidor não é... Aprendi que com ele (Wladimir) é bom ir de diálogo, e ele é bom, até mesmo porque ele escuta. Várias coisas foram no convencimento. Esse reajuste, que falam mal, sentei e falei, prefeito não vai ser bom para você, deixar passar zero de novo. Ele disse: “Elaine, mas ano que vem eu dou 10% no ano”. Falei para ele que no ano da eleição dar os 10% de vez ao servidor, faria a categoria se sentir massa de manobra. Disse divide agora, vamos lá... Foi um convencimento e ele escuta bem. Negociar é arte e o com o prefeito Wladimir é bom dialogar. Ele vai fazendo e aí eu vou puxando algo novo. Já entendi que é da característica desse governo soltar as coisas pingadas, assim devagar, para sempre ir dando alguma coisa, e ficou muito claro isso para mim (...) É lógico que nada é tão rápido quanto nós precisamos. Mas se você olhar 2022, nós dobramos o valor do vale alimentação. Nós tivemos o decreto da complementação, nós tivemos o ganho do IPCA, as letras do Plano de Cargos. Para 2024, nós já temos a inclusão das 49 categorias, que não estavam incluídas vão ter uma média de 20% de reposição como tiveram as que estão incluídas. Os avanços que, lógico, por serem lentos e não tão altos quanto a gente precisa, ainda sentimos o descaso de gestões passadas, porque foram muitos anos sem reajuste. Isso causou déficit enorme.
Aposentados e pensionistas — Sobre o aposentado é onde está difícil dialogar. O PreviCampos é um ponto muito sensível para esse governo. Eu não vou deixar de falar, eu não vou silenciar de forma alguma, porque foi esse grupo político, que destruiu o PreviCampos. É fato que hoje o Mário Filho tem feito excelente trabalho, um trabalho até para a gente recuperar a saúde financeira. Mas o preço também está muito amargo para o trabalhador, porque assim, por mais que ele esteja mui-to responsável com os investimentos seguros, a consequência do que passou ainda temos uma pre-vidência falida, com cálculo atuarial com déficit. Os aposentados, eles sofrem isso na pele. Eles sofreram no governo Rafael com salário parcelado e agora eles sofrem com um reajuste de infla-ção, apenas 5,79%, não teve 6% que nós tivemos, sofrem a falta da complementação previdenciária (...) Acredito que agora, com toda a segurança jurídica e em diálogo, nós estamos conseguindo fazer com o prefeito entenda a necessidade de pagar (a complementação previdenciária). Eu espero de verdade, que até fevereiro seja resolvido, eu tenho essa impressão, a última conversa foi boa, que isso vai vim retroativo de janeiro com toda a conversa, nós estamos fazendo, mostrando a realidade para o prefeito. Eu acho que isso vai melhorar agora. Queria muito que tivesse na LOA para poder ter a certeza.
Pretensões políticas — Não acho que eu tenha que fazer oposição todo o tempo e nem elogiar todo o tempo. Precisamos muito entender que nós temos lado, o do servidor. Tenho caráter, então não vou utilizar o servidor como massa de manobra (...) Sou filiada a partido, mas o sindicato não tem partido, porque ele é suprapartidário, ele vai dialogar com todos os partidos. Se nós tivéssemos envolvidos com a política, eles não aprovariam tudo o que aprovam nessa Câmara, porque eles iam ter medo. Infelizmente, muitas pessoas têm a sensação de que se vier candidato é trampolim políti-co. “Ah, se vier candidata, usou o sindicato” (...) Para você trabalhar para os servidores, para o servi-ço público, você precisa sim de uma cadeira na Câmara. Mas aí, Elaine, você vem candidata? Eu acho precipitado falar sobre isso agora, porque assim os servidores não têm esse entendimento da necessidade. Eu acho que nós precisamos fortalecer cada vez mais (...) Acho prematuro falar agora, mas eu me coloco à disposição. Ser presidente do sindicato nunca foi um projeto meu pessoal, ser vereadora nunca foi um projeto meu pessoal. Eu virei presente de sindicato...
Câmara sem mulher? — Horrível. Isso não pode acontecer mais. Eu acho que as mulheres precisam ocupar esse espaço. Nós precisamos muito de mulheres para discutir políticas públicas, porque isso dificulta muito a nossa vida de não ter. Nós precisamos da sensibilidade da mulher na política. As pessoas até brincam que o sindicato mudou muito depois da primeira mulher presidente (...) Está confirmado que as mulheres não votaram nas mulheres para a Câmara. Candidatas tiveram. Quer dizer, nós não estamos nem aprendendo a votar na gente mesmo, gente, vamos mudar essa reali-dade ano que vem. Mulher vote em outra mulher.
Impasse da LOA — Primeiro eu me senti, acho que os servidores sentiram, muito usada com tudo isso acontecendo, porque em nenhum momento na LOA anterior, por exemplo, no anterior fala-ram de servidores, e aprovaram. Os servidores não estavam incluídos. Esse ano, como está tendo briga de poder, ambos (situação e oposição) citam os servidores. Sendo bem sincera, e sou sempre, não me sinto representada por essa Câmara de hoje como servidora pública. Se nós servidores, fôssemos o motivo ano passado, não teriam aprovado as contas de Rosinha, porque a Câmara aprovou e, assim vamos falar, não teve governo pior para o servidor público, onde nós tivemos a destruição da nossa Previdência, onde teve perda de plano de saúde, onde nós tivemos salário congelado... Enfim, só veio o Plano de Cargo na época, porque teve uma ação judicial. Quando eu escuto a Câmera falando de servidores, eu penso, que estão tentando nos usar, porque foi essa mesma Câmera agora que aprovou em 2022 uma reforma da previdência, sem fazer leitura do projeto de lei, que destruiu a nossa aposentadoria. Então eu fico me perguntando, o que está acontecendo agora? Por que agora nós somos importantes? Se o motivo (inclusão do servidor na LOA) foi esse, eu agradeço. Os servidores agradecem, mas nós temos a sensação que o motivo não é esse. Por todo o histórico da Câmara com os servidores públicos. Ano passado foi aquele momento que a oposição aprovou a LOA, aprovou tudo. Teve aquele verdadeiro acordão e os servidores foram esquecidos pelos dois lados. Ou seja, por isso, que eu falei que não vamos ser usados como massa de manobra, de forma nenhuma e também pelo governo. Que fique claro isso.
Audiência na CDL — Eu entendo que a gente tem que ocupar todos os espaços. Se o presidente da Câmara chamar agora, eu vou novamente, porque eu não vou perder nenhuma oportunidade de ocupar todo o espaço. É importante demais que a população conheça a nossa realidade, então ali eu achei muito oportuno, inclusive, que ali a maioria era governista, para que escutasse a nossa verdade, que o servidor não recebe bem.
Impacto no reajuste do servidor — Você o prefeito dizendo agora: “não vou conseguir dar o (restante do reajuste que ficou para 2024) porque o orçamento vai ter que ser o do ano passado, mas o orçamento do ano passado deu 6% inclusive. Então fica para a gente uma dúvida. Isso também é real ou eles estão tentando só amedrontar a gente para poder a gente se envolver? Nós vamos envolver de qualquer maneira, porque nós temos que ocupar todos os espaços de luta mesmo, mas nós ficamos assim, quem está falando a verdade agora? Acho também que se for para a briga deles, todo mundo vai ficar em desespero. Falei na audiência que nós não seremos massa de manobra nem de um lado e nem para o outro, porque o que nós precisamos é de um servidor não doente para cuidar da população. Mas, eu acredito, sinceramente que, em breve, vão chegar a um acordo e espero que não abandonem a gente nesse acordo como foi no ano passado.
Avanços à categoria — É fato que tivemos avanços. Não há como negar... Não foi fácil. Foi com muita luta, mas nós conseguimos avanços para os servidores. Algumas coisas na Justiça, outras na greve e também no diálogo. Por exemplo, o ex-prefeito Rafael Diniz nunca nos atendeu, então também não tem como não falar isso, e hoje o governo atual, o secretário Wainer, que é uma pes-soa que eu admiro, lógico que em alguns momentos, no campo do trabalho, eu vou discordar, a gente discute, ele fala, não, e eu tenho que dizer sim, mas é uma pessoa que sempre me atende muito educadamente, sempre atendeu. O Wainer nunca fechou a porta. Tivemos vários avanços no diálogo. O prefeito é bom de conversar. E hoje, quando fala assim: “olha, você prefere partir para a greve ou para o diálogo com o prefeito”? Para o diálogo, porque ele é daqueles que na guerra você também não leva... A queda de braço agora, entre ele e Marquinho Bacellar, ficou nítido. Essa queda de braço é boa para quem? Para o servidor não é... Aprendi que com ele (Wladimir) é bom ir de diálogo, e ele é bom, até mesmo porque ele escuta. Várias coisas foram no convencimento. Esse reajuste, que falam mal, sentei e falei, prefeito não vai ser bom para você, deixar passar zero de novo. Ele disse: “Elaine, mas ano que vem eu dou 10% no ano”. Falei para ele que no ano da eleição dar os 10% de vez ao servidor, faria a categoria se sentir massa de manobra. Disse divide agora, vamos lá... Foi um convencimento e ele escuta bem. Negociar é arte e o com o prefeito Wladimir é bom dialogar. Ele vai fazendo e aí eu vou puxando algo novo. Já entendi que é da característica desse governo soltar as coisas pingadas, assim devagar, para sempre ir dando alguma coisa, e ficou muito claro isso para mim (...) É lógico que nada é tão rápido quanto nós precisamos. Mas se você olhar 2022, nós dobramos o valor do vale alimentação. Nós tivemos o decreto da complementação, nós tivemos o ganho do IPCA, as letras do Plano de Cargos. Para 2024, nós já temos a inclusão das 49 categorias, que não estavam incluídas vão ter uma média de 20% de reposição como tiveram as que estão incluídas. Os avanços que, lógico, por serem lentos e não tão altos quanto a gente precisa, ainda sentimos o descaso de gestões passadas, porque foram muitos anos sem reajuste. Isso causou déficit enorme.
Aposentados e pensionistas — Sobre o aposentado é onde está difícil dialogar. O PreviCampos é um ponto muito sensível para esse governo. Eu não vou deixar de falar, eu não vou silenciar de forma alguma, porque foi esse grupo político, que destruiu o PreviCampos. É fato que hoje o Mário Filho tem feito excelente trabalho, um trabalho até para a gente recuperar a saúde financeira. Mas o preço também está muito amargo para o trabalhador, porque assim, por mais que ele esteja mui-to responsável com os investimentos seguros, a consequência do que passou ainda temos uma pre-vidência falida, com cálculo atuarial com déficit. Os aposentados, eles sofrem isso na pele. Eles sofreram no governo Rafael com salário parcelado e agora eles sofrem com um reajuste de infla-ção, apenas 5,79%, não teve 6% que nós tivemos, sofrem a falta da complementação previdenciária (...) Acredito que agora, com toda a segurança jurídica e em diálogo, nós estamos conseguindo fazer com o prefeito entenda a necessidade de pagar (a complementação previdenciária). Eu espero de verdade, que até fevereiro seja resolvido, eu tenho essa impressão, a última conversa foi boa, que isso vai vim retroativo de janeiro com toda a conversa, nós estamos fazendo, mostrando a realidade para o prefeito. Eu acho que isso vai melhorar agora. Queria muito que tivesse na LOA para poder ter a certeza.
Pretensões políticas — Não acho que eu tenha que fazer oposição todo o tempo e nem elogiar todo o tempo. Precisamos muito entender que nós temos lado, o do servidor. Tenho caráter, então não vou utilizar o servidor como massa de manobra (...) Sou filiada a partido, mas o sindicato não tem partido, porque ele é suprapartidário, ele vai dialogar com todos os partidos. Se nós tivéssemos envolvidos com a política, eles não aprovariam tudo o que aprovam nessa Câmara, porque eles iam ter medo. Infelizmente, muitas pessoas têm a sensação de que se vier candidato é trampolim políti-co. “Ah, se vier candidata, usou o sindicato” (...) Para você trabalhar para os servidores, para o servi-ço público, você precisa sim de uma cadeira na Câmara. Mas aí, Elaine, você vem candidata? Eu acho precipitado falar sobre isso agora, porque assim os servidores não têm esse entendimento da necessidade. Eu acho que nós precisamos fortalecer cada vez mais (...) Acho prematuro falar agora, mas eu me coloco à disposição. Ser presidente do sindicato nunca foi um projeto meu pessoal, ser vereadora nunca foi um projeto meu pessoal. Eu virei presente de sindicato...
Câmara sem mulher? — Horrível. Isso não pode acontecer mais. Eu acho que as mulheres precisam ocupar esse espaço. Nós precisamos muito de mulheres para discutir políticas públicas, porque isso dificulta muito a nossa vida de não ter. Nós precisamos da sensibilidade da mulher na política. As pessoas até brincam que o sindicato mudou muito depois da primeira mulher presidente (...) Está confirmado que as mulheres não votaram nas mulheres para a Câmara. Candidatas tiveram. Quer dizer, nós não estamos nem aprendendo a votar na gente mesmo, gente, vamos mudar essa reali-dade ano que vem. Mulher vote em outra mulher.