Propagação de notícias falsas se intensifica na semana da eleição
Gabriel Torres 03/10/2024 15:49 - Atualizado em 03/10/2024 16:00
Justiça Eleitoral
Justiça Eleitoral / Folha da Manhã
As eleições municipais de 2024 acontecem neste domingo (6) e desde o início da campanha eleitoral, candidatos estão disputando a preferência do eleitor. A disputa, no entanto, tem caminhado para a desinformação. Nesta semana, véspera do pleito, tem se intensificado a propagação de notícias falsas. O prefeito e candidato à reeleição Wladimir Garotinho (PP) é o principal alvo das "fake news", assim como seu aliado Caio Vianna (PSD). A notícias falsas são compartilhadas em grupos do aplicativo WhatsApp e se espalham rapidamente. Wladimir Garotinho e Caio Vianna negaram as informações atribuídas a eles.

Uma das publicações falsas dizia que o prefeito Wladimir Garotinho cogitava o uso de linguagem neutra e a implementação de banheiros unissex nas escolas municipais de Campos. A publicação trazia a logo do jornal O Dia e continha uma frase atribuída a Wladimir: "Abrir espaço para linguagem neutra é fazer da escola um lugar mais acolhedor". Outra notícia falsa afirmava que uma cartilha LGBTQIA+ seria lançada por Wladimir para orientar professores e gestores de escolas em Campos.

Através das redes sociais, o prefeito afirmou se tratarem de notícias falsas."Reta final de campanha, chegando a hora da decisão, os adversários começam a contar ainda mais mentiras e espalhar ainda mais fake news. A última agora é sobre banheiro unissex em escola pública e linguagem neutra em escola pública. Nada disso é verdade. É mais uma fake news da oposição", disse Wladimir.

Outro alvo foi o ex-deputado federal Caio Vianna, aliado de Wladimir. Uma notícia falsa com a logo do jornal O Globo afirmava que Caio teve pedido de prisão decretada por não pagar a pensão de um filho. Caio usou uma rede social para desmentir as afirmações e acusou a oposição."Montagem falsa usando a marca do jornal O Globo. Oposição covarde, mentirosa, maldosa e que age como criminosos políticos", afirmou.

O tema foi comentado pelo cientista político e professor da UFF Campos, George Gomes Coutinho. Ele chamou a atenção para os efeitos dessa prática no período que antecede as eleições."A Justiça Eleitoral tem se mostrado acertadamente preocupada com os impactos disso. Isso pode em última instância influenciar resultados eleitorais concretos. Ou seja, os eleitores sendo enganados por notícias falsas, podem produzir resultados que são a negação de seus próprios interesses e de suas intenções", disse George.

Para o cientista político, a questão das notícias falsas não deve ser minimizada."Devemos olhá-lo com a gravidade que merece. Em última instância, notícia falsa visa manipular a percepção dos eleitores. Em outros termos, brincar com a cognição dos outros, com a formação de juízo", concluiu George.

A equipe de reportagem também ouviu o advogado João Paulo Granja, especialista em direito eleitoral. Ele destacou as alterações na legislação que ocorreram nos últimos anos visando combater a desinformação.”Como forma de garantir o equilíbrio e a lisura nas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral promoveu alterações na Resolução 23.610/2019, para tratar com rigor a desinformação na propaganda eleitoral, popularmente conhecida como fake news. Com isso, as postagens que busquem alterar a realidade fática, propagando inverdades, com a precípua finalidade de influenciar na opinião do eleitor sobre determinado candidato, são coibidas pela Justiça Eleitoral, podendo ensejar a determinação da sua exclusão”, disse João Paulo.

Nesta quarta-feira (2), começou a circular notícia falsa sobre a possibilidade do ex-goleiro Bruno ocupar uma função na Prefeitura de Campos. Segundo a postagem, o nome do ex-goleiro "ganhou força para presidir a Fundação Municipal do Esporte".

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