MPE pede cassação e inelegibilidade do vereador Bruno Pezão
Gabriel Torres 03/10/2024 15:34 - Atualizado em 03/10/2024 18:17
Bruno Pezão
Bruno Pezão / Reprodução rede social
O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da 76ª Promotoria Eleitoral, ajuizou nesta quinta-feira (3) uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o vereador e candidato à reeleição em Campos, Bruno Fernando Santos de Azevedo, conhecido como "Bruno Pezão", e membros de sua equipe, por abuso de poder político e econômico. O MPE busca a cassação do registro de candidatura e a declaração de inelegibilidade de Bruno Pezão por um período de oito anos, assim como a invalidação de todos os votos que serão obtidos por ele e a exclusão desses votos da coligação ou partido, conforme previsto pela Lei Complementar nº 64/1990. Membros da campanha do vereador foram alvo de uma operação da Polícia Federal para cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (3). A defesa de Bruno Pezão afirmou que tudo será esclarecido à Justiça e "confia que a verdade prevalecerá".
Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), a ação visa apurar irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral, inclusive a participação de uma organização criminosa em sua campanha, liderada por José Ricardo Rangel de Oliveira, vulgo "Ricardinho", narcotraficante que atua na localidade de Campo Novo e adjacências.
De acordo com os fatos apurados e detalhados em inquérito policial, o candidato estaria se utilizando de recursos financeiros não declarados, além do emprego de coação e intimidação de eleitores, armas de fogo e intimidações de criminosos, orquestradas por uma organização criminosa envolvida em torturas, mortes e tráfico de drogas, entre outros, com forte influência na região de Campo Novo.
Segundo a Ação, em julho de 2024, "Ricardinho", um traficante e conhecido matador da região, foi inserido ao vivo em um telão e assim participou de uma reunião com eleitores da região, demonstrando apoio e exigindo o mesmo dos presentes. Para a 76ª Promotoria Eleitoral, além de chefiar a organização criminosa e dos vínculos descobertos com o candidato, foi observado que a transmissão ao vivo se deu diretamente de uma cela de um dos presídios de Bangu, no Rio de Janeiro, local em que "Ricardinho" está preso há aproximadamente 10 anos. A ação foi caracterizada como uma tentativa clara de criar embaraços ao voto livre e criar um curral de eleitores, prática que afronta diretamente os princípios da livre manifestação do voto.
A ação foi protocolada após análise das provas e depoimentos colhidos no curso do inquérito policial, que indicam fortes indícios de irregularidades com potencial de comprometer a legitimidade do pleito eleitoral. O MPE informou que outras ações estão sendo adotadas, mas sob sigilo.
Confira a nota da defesa do vereador Bruno Pezão:
"A defesa do vereador Bruno Pezão informa que a operação realizada na data de hoje, assim como o pedido do Ministério Público, não trouxeram nenhum fato novo ao caso. Nada de ilícito foi apreendido com o candidato, nem com qualquer outro investigado. Essa ação, às vésperas da eleição, trata-se de uma clara tentativa de descredibilizar o candidato.
É importante destacar que, até a data de hoje, a Delegacia tem negado acesso dos advogados aos autos do processo, mesmo com a devida procuração, em clara violação à Constituição e ao direito de defesa. Tais atitudes levantam questionamentos sobre a condução do caso e a possível parcialidade por parte da autoridade policial.
Reforçamos que tudo será devidamente esclarecido na Justiça. Apesar das tentativas de grupos antagônicos de minar a candidatura, motivados pela grande popularidade de Bruno Pezão junto aos eleitores, a campanha seguirá firme. A defesa confia que a verdade prevalecerá, e que essas manobras políticas não terão o efeito desejado".
Com informações de Assessoria MPRJ

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