Carlos Augusto Balthazar: 'As políticas públicas de Rio das Ostras acabaram'
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Cláudio Nogueira e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 22/06/2024 08:39
Carlos Augusto Balthazar no Folha no Ar
Carlos Augusto Balthazar no Folha no Ar / Genilson Pessanha
“As políticas públicas que consolidaram Rio das Ostras como uma das primeiras em qualidade de vida acabaram”. A afirmação foi dada pelo ex-prefeito de Rio das Ostras e pré-candidato ao Executivo, Carlos Augusto Balthazar (PL), durante sua participação no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, nessa sexta-feira (21). Líder nas pesquisa de intenções de voto, Balthazar diz que o resultado é fruto do que foi feito em suas administrações nos anteriores. Embora líder nas pesquisas, ele também aparece com alto índice de rejeição e credita isso ao fato de fazer parte de um grupo político que venceu sete eleições. O pré-candidato também falou sobre sua mudança do MDB para o PL, após uma aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o governador Cláudio Castro. Ele também falou sobre a representatividade feminina na política, nominata de seu grupo e sobre o PL 1904/24.
Pesquisa — Eu vejo esses números fruto de um trabalho que foi feito por nossas administrações nos anos anteriores. Nós conseguimos fazer com que Rio das Ostras se destacasse na questão da Cultura, atraindo, fazendo uma música, um som, uma música tão diferenciada, vir a ser buscado em Rio das Ostras, esse momento de praticamente fazer o jazz e blues popular. Nós tivemos índices em educação pública que recebemos prêmios nacionais e internacionais em conteúdo pedagógico, em toda uma estruturação predial e de equipamentos para que a educação pública de Rio das Ostras se destacasse. Nós investimos muito em infraestrutura. Rio das Ostras tem hoje próximo de 40%, se não tem mais porque os outros gestores não continuaram com as obras de saneamento, obra debaixo da terra. Rio das Ostras tem estação de tratamento de esgoto, tem emissário submarino, que é uma obra feita pela nossa gestão, que também é um cartão postal de Rio das Ostras e representa o investimento dos royalties na garantia de preservação das praias, da saúde e de saneamento.

Infraestrurura — Rio das Ostras cresceu às margens das belas praias, mas também seguindo toda a linha da Amaral Peixoto. E Rio das Ostras já foi conhecida como a cidade dos cones, a cidade dos quebra-molas. E aí resultado, fizemos a duplicação, foi uma obra que foi muito polêmica, porque os moradores mais conservadores tinham receio de que a duplicação dividisse a cidade. E hoje mostra que ainda há necessidade de fazer a duplicação, não só do trevo até a patrulha, mas também que chegue até Macaé duplicada, porque o fluxo de veículos é muito grande. Em termos de saúde, nós implementamos e fizemos acontecer o hospital público, nós criamos a unidade de dor torácica, fomos a primeira unidade de dor torácica pública do Brasil, que era justamente todo um setor para atender cardiopatias de emergência e tudo mais. Essa, para mim, é a química que vai nos dar a condição de ir às ruas e ter esse apoio popular.

Críticas a atual gestão — A Prefeitura de Rio das Ostras fez um convênio na adesão da Cedae, do Governo do Estado, e a Rio Mar Saneamento, que nunca investiu um centavo em tratamento de esgoto, passa a receber, a cobrar, a partir desse mês, paridade no valor de água pelo tratamento de esgoto. E aí nós temos uma prefeitura, uma cidade que nunca teve este custo, hoje sendo entregue para uma empresa privada por R$ 38 bilhões, que não trouxe para a cidade nenhuma nova obra. Rio das Ostras há dois mandatos não é construída uma nova escola, não tem construído um novo posto de saúde. As crianças das escolas públicas estão sem uniforme desde o ano passado e até agora não chegou. Saúde Pública de Rio das Ostras virou rebocódromo, traz para operar em Campos, Itaperuna, Macaé, São Gonçalo, mas não se opera mais cirurgias eletivas. Rebocódromo porque a secretaria de Saúde alugou 32 veículos para diminuir, sanar o problema de Saúde do município, que é levando pacientes para fazer cirurgias em outros municípios.

Filiação no PL — Eu tive 20 anos de MDB e, em abril, eu me filiei ao Partido Liberal (PL), fruto de uma aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que aconteceu principalmente na última eleição, e com o governador Cláudio Castro. E o nosso pré-candidato a vice-prefeito está no MDB, que é o doutor Fábio Simões. Ainda não marcamos a convenção, tive até uma reunião no partido no Rio de Janeiro, justamente buscando conciliar a data porque estamos tentando trazer o ex-presidente Jair Bolsonaro a Rio das Ostras.

Representatividade feminina — Rio das Ostras até hoje só elegeu uma vereadora. Foi a Rosângela, ex-esposa do ex-prefeito Sabino. O que eu vejo hoje é que Rio das Ostras, não só nos partidos que estão coligados comigo, mas também em outros partidos, eu vejo uma participação feminina muito atuante e diversificada. Tem pré-candidatas para todos os segmentos, cultural, ideológico, religioso, também na questão profissional. Então eu vejo que teremos novidades em eleições femininas.

Nominata — O PL completou a nominata com dois dias. Os outros partidos tiveram uma dificuldade. O PT em Rio das Ostras, eu não sei se conseguiu completar a nominata. Então é justamente tudo aquilo que a gente iniciou nossa conversa falando sobre hoje uma predominância de centro, buscando a direita, na população e também na representatividade de seus pré-candidatos.

Nível de rejeição — Eu tenho, e isso é consolidado, uma rejeição porque eu faço parte de um grupo político vitorioso em sete eleições que disputamos. Então existem aqueles que não são. O Flamengo é o time que tem maior torcida e em compensação é a maior rejeição. Hoje eu acredito, nosso grupo político acredita, que justamente a consolidação das políticas públicas que nós fizemos, vamos conversar com a população. Muitos moradores não viram as nossas gestões. Rio da Ostras tem muitos moradores que moram há 5 anos, 6 anos. E nós vamos de casa em casa, nós vamos nas reuniões justamente conversar sobre o nosso projeto político, que é de justamente resgatar Rio das Ostras, fazer aquela Rio das Ostras que já esteve entre as primeiras em qualidade de vida, investimento, qualidade de educação pública, concurso de qualificação, capacitação, para que ela retorne, porque hoje ela não existe.

Afastamento do cargo — O afastamento foi por causa de um bolo de aniversário. Minha esposa faz aniversário no mês de agosto e em todos os anos, até hoje, pastores nos convidam para fazer cultos de aniversário, tanto meu quanto da Márcia. E foi no aniversário. Quando puxaram o bolo para bater o parabéns, o meu adversário na época era o Sabino, filmaram e colocaram que nós estávamos entregando um pedaço de bolo para obter votos. Eu fui punido em três anos. De 2009 a 2011 eu não pude ser candidato, eu estava prefeito no segundo mandato. Quando retornei em 2016, o Supremo Tribunal Federal trouxe essa discussão novamente e o que era três anos passou a oito anos e fez retroativa com pena cumprida. Só no Brasil que acontece isso, mas tudo bem, faz parte do jogo. Retornei, vim candidato a vereador, me elegi.

Reprovação do atual governo — Quem acompanha esses 32 anos de Rio das Ostras, as administrações Sabino, Carlos Augusto, se sucederam numa competitividade buscando o melhor para a cidade. Sabino investiu na questão da Orla de Costa Azul, atraiu com isso uma visibilidade muito grande turística para a nossa cidade, alguns pontos turísticos na cidade, Praça da Baleia, a Praça do Centro de Rio das Ostras. Quando aconteceu a minha gestão, eu busquei trabalhar em infraestrutura. A orla do centro de Rio das Ostras, do centro antigo, que foi toda feita do nosso governo, busquei investir na preservação das praias, das lagoas, investimos em qualificação, ensino público e hoje, lamentavelmente, o rio ostrense só tem perdido qualidade em serviços públicos. A mobilidade urbana de Rio das Ostras. Rio das Ostras não tem mais guarda de trânsito nas ruas, os sinais não são sincronizados e há um fluxo de mais de 50 mil veículos na cidade, motos, e é uma cidade também de passagem. As políticas públicas que consolidaram Rio das Ostras como uma das primeiras em qualidade de vida acabaram. O que se vê hoje é o rio ostrense com saudade de uma Rio das Ostras que já existiu.

Cultura dá voto? — Eu entendo como voto, porque é uma parte da sociedade que, quando atendida, se sente representada e ela vai às urnas. O que eu sinto é o seguinte, aí é fruto de todo o potencial da nossa sociedade, esporte tem um quantitativo maior. Cultura, um quantitativo menor. Mas nós temos representantes dentro daquele percentual de uma sociedade. Digamos, a cada mil habitantes têm aqueles da cultura, eu acho até que as redes sociais talvez tenham despertado mais potenciais para a cultura. Mas quando nós criamos, em Rio das Ostras, a escola de arte, dança e música, nós conseguimos potencializar, e várias pessoas votaram, tanto no Sabino que era do meu grupo político quanto em mim, fruto desse investimento. E protagonizamos.

PL do aborto — Eu acredito que o PL está precipitado, tudo tem que ser muito discutido. Não tem como admitir, e eu já vivenciei vários fatos semelhantes, uma mulher estuprada, uma moça estuprada ter que depender ainda da decisão judicial e o poder público não é veloz para resolver. Eu acredito que isso tem que haver uma grande discussão na sociedade. O que não pode é a gente jogar debaixo do tapete toda essa discussão, que é da preservação da vida, mas os direitos de uma pessoa que é estuprada, com certeza, eles têm que ser preservados também. É muito trágico, não vou dizer polêmico não, é muito trágico para decidir numa canetada ou numa opinião sem vir à discussão. (…) Pelo que eu sinto, eu confesso que eu não conversei com o deputado Sosteres, mas o que eu sinto é que foi lançado e aí foram ver depois o tamanho do problema que tem que ser também preservado, que esse direito daquela que foi estuprada de ter a opinião dela preservada é fundamental.

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