Rodrigo mostra força e lança Madeleine contra Wladimir
Aluysio Abreu Barbosa - Atualizado em 16/03/2024 10:08
Rodrigo mostra força e lança Madeleine
Se dúvida havia sobre a força do presidente campista da Alerj, ela foi desfeita na quinta (14) carioca, no Centro de Convenções Expo Mag, onde tomou posse como presidente estadual do União: Rodrigo Bacellar é hoje o político mais poderoso de Campos. Nome hoje mais empoderado do seu clã, o prefeito Wladimir Garotinho (PP) tentará confirmar seu favoritismo à reeleição em outubro. Se conseguir, sobretudo em turno único, se cacifará a voos mais altos. Antes, a pergunta que ecoa desde quinta terá que ser respondida: lançada por Rodrigo, qual o potencial eleitoral da delegada da Polícia Civil Madeleine Dykeman a prefeita de Campos?

O que as pesquisas dirão?
Com a impossibilidade da deputada estadual Carla Machado (PT), por toda a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), concorrer à prefeita de Campos ou qualquer outro município brasileiro em 2024, por já ter se reelegido em 2020 prefeita de SJB; e com o titubeio do deputado federal Caio Vianna (PSD) em concorrer outra vez a prefeito, Madeleine é a primeira pré-candidata real da oposição em Campos com potencial para chegar aos dois dígitos de intenção de voto. Mas isso terá que ser evidenciado em pesquisas eleitorais sérias. Antes delas, quem disser que sim ou que não, estará mentindo.

Mulher para tentar rachar a direita
Pesquisas qualitativas foram feitas pelos Bacellar para se chegar ao perfil preenchido por Madeleine, jovem mãe de família, articulada e de carreira profissional brilhante. Antes dela aceitar, também teriam sido sondadas as delegadas Natália Patrão e Pollyana Henriques. Mas Madeleine traz uma característica política própria: a identificação ideológica com a direita. Sua pré-candidatura a prefeita é também uma tentativa de resposta ao apoio do senador Flávio Bolsonaro e do PL à reeleição de Wladimir. Pois o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo derrotado nacionalmente no 2º turno de 2022, teve nele 63,14% dos votos válidos de Campos.

Nas 98ª e 75ª ZEs
Dentro desse pragmatismo político, onde a ideologia conta menos que a eficiência, o objetivo eleitoral da pré-candidatura de Madeleine, além de rachar com Wladimir os votos de direita e extrema-direita, é penetrar em duas Zonas Eleitorais (ZEs) de Campos. Sobretudo na 98ª, que reúne a classe média e a classe média alta do Centro, e é historicamente refratária aos Garotinhos — tendência que todas as pesquisas de 2023 mostraram ter sido invertida por Wladimir. Mas também tentar entrar na franja de classe média da 75ª, da Penha ao Farol e maior ZE de Campos, a partir dos votos de integrantes das forças de Segurança e familiares.

Magal na 76ª ZE
Para a 76ª ZE, segunda maior da cidade, pegando toda a Guarus à margem direita da BR 101 no sentido Campos/Vitória até a divisa com o Espírito Santo, que sempre foi tradicional reduto do garotismo, a tentativa de tirar votos de Wladimir deve caber ao ex-vereador Jorge Magal. Que anunciou sua pré-candidatura a prefeito pelo SD do vereador Marquinho Bacellar, irmão de Rodrigo e presidente da Câmara de Campos. Como Madeleine e qualquer outro prefeitável novo, o nome de Magal terá que ser testado nas pesquisas. Mas o fato de não concorrer novamente na proporcional indica também a dúvida real que teria para ser eleito vereador.

Buchaul e Clodomir
Em relação à disputa dos votos da direita e da extrema-direita em Campos, além de Wladimir e Madeleine, há outros dois prefeitáveis: o odontólogo Alexandre Buchaul (Novo) e o empresário Clodomir Crespo (DC). Este esteve ontem no Rio, na posse de Rodrigo como presidente estadual do União, com quem teria encontro neste domingo (17). Já Buchaul, que não esteve no Centro de Convenções Expo Mag na quinta, estará hoje, quando o encontro estadual do Novo será sediado no mesmo local. Clodomir e Buchaul também não tiveram seus nomes ainda testados em pesquisas. Mas ambos tendem a buscar votos na 98ª ZE.

Pré-candidatos do PT
Atrás dos 100.427 votos (36,86% dos válidos) que Lula teve no 2º turno presidencial em Campos. Neste sentido, o presidente do Sindipetro NF, Tezeu Bezerra, se encontrou ontem com a presidente nacional do PT, deputada federal Gleise Hoffman. O petroleiro postou a foto e escreveu no Instagram: “Atualizei ela (Gleise) sobre a política do Norte Fluminense e, em especial, de Campos. Expliquei as três pré-candidaturas que temos: a deputada Carla Machado e suas nuances, Jefferson de Azevedo, nosso reitor do IFF; e o sindicalista Helinho Anomal. Será feita uma reunião com o diretório estadual e a partir daí fechamos todas as estratégias”.

Oposição tem dois objetivos
Já testada em pesquisa (0,5% na consulta estimulada da Iguape de julho), há ainda a pré-candidatura a prefeito do ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania). Em grupos de WhatsApp da cidade, circulam listas que colocam Madeleine, Carla, Caio, Magal, Clodomir e até o deputado estadual bolsonarista de Maricá, Filippe Poubel (do PL que apoia Wladimir), como candidatos do grupo dos Bacellar a prefeito de Campos. Os que se confirmarem nas convenções de julho, além dos de oposição independentes, têm um objetivo comum: levar a eleição com o prefeito ao 2º turno. E, na pior das hipóteses, puxar as nominatas dos seus partidos a vereador. A ver. 

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