Rodrigo Bacellar mostra força, filia Caputi e lança Madeleine
Rodrigo Gonçalves 16/03/2024 09:08 - Atualizado em 16/03/2024 09:12
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Com o Centro de Convenções Expomag cheio, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o campista Rodrigo Bacellar, se tornou, nessa quinta-feira (14), o novo presidente estadual do União Brasil e lançou a delegada Madeleine Dykeman ao tabuleiro político como pré-candidata à Prefeitura de Campos pelo União. O deputado disse que a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) será a “prefeita” dele e do governador Cláudio Castro (PL), também presente no evento. A proposta é de um enfrentamento direto ao favoritismo à reeleição do prefeito Wladimir Garotinho (PP).
— Anunciando em primeira mão, se me permitem a quebra do protocolo, a candidatura da minha prefeita e a prefeita do governador Cláudio Castro em Campos, a delegada Madeleine Dykeman — discursou Bacellar, ressaltando que a pré-candidata terá uma “missão” pela frente, “porque Campos é um município espinhoso, difícil, grande, com um eleitorado enorme e uma importância histórica para o estado”.
A delegada usou uma rede social, onde tem mais de 16 mil seguidores, para postar uma foto do momento em que assinou sua ficha de filiação. “Hoje, ao entrar para a política, dou cumprimento ao meu Chamado. Irei contigo aonde quer que fores, meu Senhor. O Teu Chamado eu vou cumprir na alegria ou na dor”, escreveu na legenda.
Outros nomes, inclusive da região, passaram a integrar o União, que deu o pontapé inicial na pré-candidatura a prefeito e vereadores em várias cidades. Pelo menos 14 chefes de Executivos que tentarão a reeleição se filiaram, inclusive do Norte e Noroeste Fluminense. Com isso, o União tem um aumento de 600% no quadro de prefeitos, já que antes só estava à frente de dois municípios. Carla Caputi, de São João da Barra, é um desses nomes que concorrerá à permanência na Prefeitura pelo partido de Bacellar, como adiantado no Ponto Final (aqui).
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Caputi esteve acompanhada no ato pela sua antecessora e deputada estadual Carla Machado (PT). “Quero parabenizar o amigo Bacellar pela festa democrática que foi sua filiação, reunindo no mesmo evento diversas siglas partidárias, da esquerda, centro e direita, o que demonstra a capacidade de diálogo que o presidente tem. Desejei que sua condução à frente do União continue sendo de diálogo em benefício do estado. A presença de (...) lideranças partidárias de grande expressão na política estadual e nacional comprova o prestígio que Bacellar alcançou ao longo de sua trajetória política. Vamos caminhar juntos com este mesmo propósito. Fazer política de forma transparente e correta é o caminho certo para fazer a diferença na vida das pessoas”, postou Caputi.
Outra que já está confirmada na sigla é Geane Vincler, prefeita de Cardoso Moreira. “Extremamente feliz em fazer parte dessa União pelo Estado do Rio de Janeiro! Agradeço ao meu amigo Rodrigo Bacellar pelo convite e parabenizo por assumir a presidência estadual do partido! Feliz em continuar caminhando ao lado do nosso governador Cláudio Castro”, comentou Geane.
Três prefeitos do Noroeste também se filiaram, sendo Alfredão, de Itaperuna, pai do deputado federal Murillo Gouvêa (União); Ronald Moreira, o Roninho, de Aperibé; e Heriberto Pereira, de Itoacara.
O ato de filiação teve uma vasta lista de convidados, que incluiu, além do governador Cláudio Castro (PL), o prefeito do Rio, Eduardo Paes; o secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República e antecessor de Bacellar na Alerj, André Ceciliano (PT); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; o presidente nacional do União, Antônio Rueda; e o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do partido, ACM Neto. O líder do PL, Altineu Côrtes, também esteve presente no ato, que teve vários deputados estaduais, inclusive os bolsonaristas aliados de Rodrigo na Alerj.
Ministros, senadores, deputados federais, entre eles, Lindbergh Farias (PT), além de prefeitos e vereadores de diferentes legendas e pré-candidatos, como o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), marcaram presença. Pai de Rodrigo, o ex-vereador Marcos Bacellar ficou no palco ao lado das autoridades.
— Olho para trás e só vejo cacique nacional aqui nesse palco. Gente que tem bagagem. Só posso acreditar que meu rápido crescimento foi por caráter e posicionamento — afirmou o presidente da Alerj, que agradeceu a seu pai. “Olho meu pai, que é meu espelho, isso nunca foi escondido para ninguém. É o cara que forjou meu caráter me educou, ainda com saúde aqui podendo presenciar mais um degrau que o filho dele sobe na vida (...) Através do meu pai, eu trago a máxima do caráter de que palavra não se volta atrás. Apertou a mão, vai até o final, cante o pau na moleira ou não. Esse cara me ensinou que na vida a gente tem que ter lado, doa a quem doer. Ganhando ou perdendo, em cima do muro não se fica. Escolhe um lado e vai”.
Bacellar é o primeiro campista a ocupar o cargo mais alto da Alerj e tem no seu histórico outros feitos que o colocam em evidência na política do interior. Como relator do processo de impeachment de Wilson Witzel (PSC), em 2020, deu o seu parecer favorável ao procedimento para o afastamento. O pulso firme e técnico, reconhecido por especialistas, não deu brecha para Witzel. Rodrigo caiu nas graças de figurões da Alerj e de Cláudio Castro, que, como vice, depois se tornaria o governador do Rio, reeleito no último pleito, também com o importante apoio do deputado. Depois, ainda sairia da Alerj para se tornar um dos homens de maior confiança de Castro, à frente da secretaria de Governo, cargo que ocupou até a véspera de tomar posse para o seu segundo mandato e ser eleito presidente da Assembleia.
Nascido em 5 de abril de 1980, em Campos, é advogado tributarista, especialista em Direito Constitucional e Direito Administrativo. Entre 2007 e 2009, atuou como assessor da Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio e, entre os anos de 2009 e 2011, foi presidente da Fenorte.
Elogios vindos de Castro a Paes
Prestigiado por políticos do PL ao PT, a cerimônia de filiação do União foi marcada pela pacificação, apesar de que, em determinado momento, vaias foram feitas contra o deputado Pedro Paulo (do PSD em negociação com o União), aliado de Eduardo Paes. No entanto, veio do governador Cláudio Castro o pedido: “Queria pedir de coração para que ninguém fosse vaiado hoje”.
O União é visto como um possível destino para Pedro Paulo caso ele troque de legenda a fim de facilitar a composição de uma eventual chapa como vice do aliado Paes para a Prefeitura do Rio. A movimentação entre Paes e Bacellar já geram rumores de possível reflexos em Campos. O suplente de deputado federal Caio Vianna (PSD), que era cogitado no palanque de Wladimir, pode ter que lançar o seu nome na disputa à Prefeitura campista a pedido do seu padrinho político Paes.
No evento desta quinta, Paes fez questão de exaltar a força do presidente da Alerj. “O Rodrigo Bacellar chegou aqui no Rio igual a um meteoro. Em quatro anos de mandato, já virou presidente da Alerj e tem ajudado a construir consenso no Estado. Não tenho dúvida de que ele irá continuar comandando por muito tempo a política fluminense, a gente precisa disso”, salientou o prefeito do Rio.
Castro também reforçou os seus laços com Bacellar, que custaram, inclusive, segundo os bastidores da política, o rompimento com o seu vice Thiago Pampolha (MDB).
O governador definiu a relação dele com Rodrigo como de pai e filho, mas também irmão. “A gente briga, briga com os outros, mas tem uma coisa que é certa, sempre vamos nos defender. Nos conhecemos quando eu era vice-governador, e ele se mostrou um cara de muita palavra, desde o início. Tenho muito orgulho da sua trajetória e de falar que sou seu irmão. Eu não tenho dúvida que você é um dos maiores presidentes que a Alerj já teve”, discursou.

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