Mais de 500 animais silvestres foram resgatados pelo GAM em Campos
Ingrid Silva 24/08/2024 10:04 - Atualizado em 24/08/2024 10:03
Animais foram resgatados pelo GAM
Animais foram resgatados pelo GAM / Foto: Divulgação
Somente no mês de agosto, até a última quarta-feira (21), 28 animais silvestres foram resgatados pelo Grupamento Ambiental da Guarda Municipal (GAM). Já de janeiro até o mês de julho, segundo o órgão, foram 475 resgates, registrando um aumento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado, em que foram contabilizados 326 resgates. Ainda segundo as estatísticas do GAM, os gambás e as cobras jiboia continuam sendo os animais resgatados em maior número, sendo a grande maioria os gambás, com 377 animais da espécie resgatados até o mês passado. Outros tipos de animais resgatados são ouriços, capivaras, cágados, corujas, tatus, sapo cururu, macaco prego, jacaré de papo-amarelo, cágados, preás, além de outras espécies de cobras. 

O Grupamento realiza o resgate após constatação de boas condições de saúde dos bichos já que, até o momento, não resgata animais feridos. Depois, os agentes tem que devolver o bicho para o seu habitat natural, “em plena condição de sobrevivência”, como diz a nota da Prefeitura de Campos sobre a ação do GAM. A orientação do GAM é que, ao identificarem os animais silvestres, as pessoas isolem a área e acionem o órgão para o resgate seguro, entrando em contato pelos telefones (22) 98175-0758, (22) 98102-0185 ou 153. Para facilitar o atendimento, é solicitado que o denunciante envie um vídeo ou foto do animal junto com o endereço correto.

O ambientalista Arthur Soffiati falou sobre o motivo que estaria trazendo esses animais exóticos para a área urbana, relembrando que, neste caso, os ambientes humanos que estariam avançando sobre os naturais.

“Os ambientes humanos, como cidades e propriedades rurais, estão avançando sobre os ambientes naturais e invadindo o território dos animais. Estes ou são mortos ou fogem para outros lugares ou vêm para as cidades. Esse processo acontece em Campos, no Rio de Janeiro e em São Francisco de Itabapoana e em outros lugares. Os animais invadem as cidades porque estão sendo expulsos de seus hábitats”, disse Soffiati, ressaltando que as cidades também atraem os animais silvestres com restos de alimentos.

Sobre o resgate de animais feridos, o GAM apenas respondeu, através de nota que: “Em Campos não tem hospital veterinário conveniado para receber animais silvestres machucados” e esse seria o motivo para não o realizarem. Porém, Soffiati, ao falar sobre o risco de atropelamento que esses animais sofrem, além de ações de repúdio dos humanos e de serem ingeridos, mostrou uma possível solução para que esses bichos não sofram tanto, ressaltando sobre a necessidade de envolver o caso também na política do município.

“A primeira solução parcial é escolher ou recriar ambientes para reintrodução desses animais. Isto significa recolar o animal no ambiente e monitorá-lo. Não apenas jogá-lo longe da cidade. Eles devem ser primeiro recolhido em centros especializados, tratados, recuperados e devolvidos a seus habitats. Esta última etapa é mais difícil porque os ambientes naturais estão sendo destruídos em todos os lugares. Então, este tema deve entrar na política”, analisou o ambientalista, ressaltando que o assunto deveria ser discutido com os candidatos às prefeituras. (I.S.)

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