Projeto de Campos é contemplado em edital da Fiocruz para desenvolver atividades entre jovens de periferias
Éder Souza 30/09/2023 09:08 - Atualizado em 30/09/2023 09:09
As organização em reunião com a Fiocruz
As organização em reunião com a Fiocruz / Foto: Divulgação
O projeto “Papo Reto, da ONG campista Nação Basquete de Rua, foi contemplado em um edital do Plano de Enfrentamento à Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Chamada Pública, no valor de R$ 20 milhões, foi realizada no pico da crise sanitária, em 2021, mas, por contingenciamento de recursos, os valores foram liberados agora. Entre nove instituições inscritas apenas em Campos, o projeto foi o único classificado. A ideia é promover segurança alimentar, educação, saúde mental, trabalho e renda, comunicação e informação popular em saúde, com foco no potencial dos jovens que vivem nas favelas e comunidades que, de alguma forma, foram atingidos pela pandemia.
O edital conta com a participação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), além da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Mesmo com o fim da emergência global da pandemia, a própria Fiocruz defende a necessidade de ações para compensação dos impactos causados pela doença, de forma especial nas áreas de vulnerabilidade social. À frente do projeto, o diretor da ONG, Lebron Victor, vê a iniciativa como uma forma de incentivar o futuro da juventude periférica a partir da educação, informação e saúde. O "Papo Reto" foi contemplado com a faixa de financiamento no valor de R$ 300 mil reais. 
"A gente está falando de questões de saúde biológica, mas sobre estar vivo, porque os jovens não têm que morrer. A formação será realizada em dois momentos. Na primeira turma, nós teremos três meses de formação de até 60 jovens, que nos próximos meses nós vamos divulgar como será o processo de seleção. Todos eles receberão uma bolsa de R$ 125 reais por mês para essa capacitação. Na segunda etapa também serão 60 jovens, que também ficarão por mais três meses e receberão ajuda de custo no valor de R$ 150 reais."
Ainda de acordo com o diretor, o "Papo Reto" vai utilizar a informação e a comunicação para mostrar exemplos dentro das comunidades que não sejam sobre violência. “A gente quer trabalhar a informação e mobilização em prol do futuro da juventude, mas a gente está instituindo o Papo reto no sentido de vida. A gente quer produzir, trimestralmente, um programa ancorado num podcast, com quadros sobre culinária, por exemplo. a gente vai em um território consagrado, seja na Baleeira, Santa Rosa ou na Tira Gosto, e conversar com aquela senhora que faz um bolo de cenoura bem gostoso para que ela dê uma dica gastronômica Assim como a gente quer pegar o craque da rodada de futebol na Penha e mostrar a rotina dele de gari, para que a gente possa mostrar outras histórias, que não sejam apenas sobre a apreensão de drogas e violência", explicou. 
  • Projeto MovimentArt (Foto: Divulgação)

    Projeto MovimentArt (Foto: Divulgação)

  • Projeto MovimentArt (Foto: Divulgação)

    Projeto MovimentArt (Foto: Divulgação)

O "Papo Reto" será o segundo projeto desenvolvido pela NBR em 2023. Em junho, através de parceria junto ao Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Sicoob, do Super Bom e do Boulevard Shopping, a Ong Basquete de Rua lançou o projeto MovimentArte. O Grupo Folha de Comunicação está entre os apoiadores, bem como a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Voltado a estudantes da rede pública Campos com 13 a 17 anos e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), o MovimentArte proporciona aulas gratuitas de teatro, street dance, grafite e bate-latas. Ao todo, 286 adolescentes se inscreveram. Com 80 vagas, as aulas tiveram início em julho. 
A história da ONG
Criada através do sonho de jovens periféricos e apaixonados por basquete, a ONG Nação Basquete de Rua cumpre o seu papel social há 17 anos. Com eventos, competições, oficinas e diversas ações, como o próprio basquete e outras vertentes da cultura urbana, a ONG vem trilhando um caminho para diminuir os impactos dos problemas sociais dos jovens de comunidades.

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