"A Uenf do futuro já começou", diz Rosana Rodrigues
“Os desafios são grandes, e nós vamos precisar da participação de todos para vencermos. A nossa mensagem é de união, de respeito”. A convocação é da professora Rosana Rodrigues, eleita como a primeira mulher para comandar a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Apesar de o mandato começar efetivamente só em 2024, ela sabe que os esforços para cumprir os compromissos feitos com as comunidades interna e externa começam desde já. Ao participar do Folha no Ar, na Folha FM 98,3, na última quinta-feira (28), Rosana falou que “envidará todos os esforços para que a obra na reforma do Solar do Colégio, que abriga o Arquivo Público Municipal, seja concluída no menor espaço de tempo possível”. A Alerj liberou R$ 20 milhões à Uenf, em outubro de 2021, para as intervenções e, desde então, um impasse, envolvendo também a Prefeitura, atravanca o processo. A nova reitora defende uma melhor relação com o poder público em todas as esferas e quer discutir com o Executivo municipal outras demandas da universidade, como transporte. O resultado da eleição da reitoria será homologado no próximo dia 11, em cerimônia do Conselho Universitário (Consuni). “A partir daí, vamos chamar as equipes, conversar com as pessoas. Somos muito maduros para continuar a nossa caminhada em prol da nossa instituição”, disse a eleita, citando os adversários no pleito, os professores Carlão Rezende e Daniela Barros.
Obra do Solar do Colégio — Eu entendo que a gente, de fato, tem que olhar agora para o futuro. Essa é a nossa proposta. Então, eu preciso me atualizar. Assim que eu retornar para o cargo de vice-reitora, porque estou afastada até 1º de outubro, preciso me atualizar do que está acontecendo. Mas, vou reafirmar aqui o que eu tenho dito em vários locais: nós temos e faremos todos os nossos esforços, envidaremos todos os nossos esforços para que a obra, seja feita, concluída no menor espaço de tempo possível. Nós precisamos contar muito com a parceria da Prefeitura. Isso é um trabalho parceiro. Precisamos também contar com o Iphan. É um trabalho bastante delicado, mas nós entendemos que, por meio do diálogo, a gente vai conseguir vencer os desafios burocráticos, principalmente, para entregar à comunidade de Campos e da região essa obra, que é tão importante do ponto de vista histórico e cultural para a cidade. Eu acho, inclusive, que isso será um marco, porque outras obras arquitetônicas da cidade poderão seguir o mesmo modo de operação para a segurança. É um arsenal que nós temos de prédios históricos na cidade. A gente não pode, de jeito nenhum, permitir um apagamento dessa história por meio da perda desses patrimônios históricos. Então, eu entendo que a Uenf tem um compromisso, nós reafirmamos esse compromisso de entregarmos esse prédio totalmente recuperado, bem como o acervo que está lá guardado, mantido. Nós temos esse compromisso e nós vamos honrar esse compromisso, tentando fazer isso dentro dos aspectos legais, dos ritos legais que nos são exigidos, mas também os aspectos de celeridade que a questão merece. Já visitei recentemente o Arquivo, estive com a Rafaela (Machado, administradora do equipamento). A nossa intenção é voltarmos lá o quanto antes, para acompanharmos bem de perto todas as ações que estão sendo desenvolvidas lá. Acho muito importante também a gente pontuar que teria sido até muito mais cômodo para a universidade não assumir esse papel. Quando a Alerj chamou um ente estadual para fazer a transferência desse recurso, talvez fosse mais cômodo não fazer, passar para outra (instituição) e tal. Mas, ela prontamente entendeu a urgência, a necessidade, a importância, a relevância de estarmos envolvidos nesse processo, que, na verdade, um processo de atendimento crucial para a comunidade, não só de Campos, mas de todo o interior do estado. E esse é um papel da Uenf. Isso é da origem da instituição. Ela precisa trabalhar. Do ponto de vista da extensão, essa também é uma ação de extensão. Não é um processo simples, e nós também estamos aprendendo a fazer isso, porque é a nossa primeira incursão nessa área. Mas, eu espero que a gente possa ser um agente transformador também nessa visão da importância do patrimônio histórico, não só de Campos.
Utilização do Arquivo — É importante que a gente tenha em mente que o Arquivo, além de ser um patrimônio histórico, cultural, de grande relevância para o município, ele é um espaço importantíssimo para pesquisas, para a gente fazer ciência. Então, não só o CCH, que é um centro de excelência nessa área, mas também o CCTA, da questão do programa de agroecologia, que está sendo criado dentro da instituição... Existem muitos cenários importantes de nós levarmos também a Uenf para mais próximo da Baixada. Então, eu entendo ali como um braço importante para nós termos mais um ponto de visibilidade e atuação da Uenf para toda essa população. Eu entendo também que esse é um processo muito dinâmico, muito rico, e que nós teremos muito prazer em contar com a participação do município, abrindo essa discussão não só dentro da Uenf, mas também externamente, para a gente poder atender, de fato, aos anseios dessa comunidade que está lá, e levando a Uenf também para outros cenários da cidade.
Da burocracia ao Solar — Hoje, tem uma equipe técnica montada com pessoas da Prefeitura e da Uenf, com participação do Iphan. Nós precisamos, de fato, manter essa equipe trabalhando junta, para poder identificar esses eventuais gargalos e tentar solucionar o mais rápido possível. Então, a gente tem que reunir essa equipe técnica com frequência, para a gente poder acompanhar isso bem de perto. Eu acho que o papel da reitora, nesse caso, vai ser tentar solucionar os problemas que a equipe técnica levanta da maneira mais rápida possível. Se for algum problema de ordem técnica e a gente precisar trazer alguém da área técnica para essa equipe, vamos identificar essa pessoa e trazer para resolver. Se é uma questão burocrática, então, vamos trabalhar para trazer uma pessoa que entenda dessa questão burocrática para resolver. O que a gente tem que demonstrar nesse momento é a nossa capacidade de resolver os problemas. Isso é o fundamental: identificar onde estão os gargalos e atuar para resolvermos esses embaraços, e não ficar acalentando o problema. O negócio é partir para a solução. Nesse aspecto, eu sou uma pessoa bastante pragmática, e acho que isso tem muito com a profissão. Vai ser muito prazeroso trabalhar com uma equipe formada por pessoas que estão todas imbuídas desse espírito de trazer o Arquivo de volta ao patamar que ele merece. Eu acho que esse vai ser um projeto bastante prazeroso de a gente trabalhar, estando à frente agora desse processo.
O que vai fazer de diferente? — Acho que essa ligação com esses órgãos, e o trabalho frequente com uma equipe da área técnica, de uma forma mais próxima. Eu entendo que faria diferente nesse sentido de me dedicar mais a compreender essas questões técnicas que estão envolvidas nesse processo de restauro, para tentar buscar essas soluções de maneira mais rápida.
Villa Maria — Hoje a Villa está recuperada, tem uma subestação elétrica própria, tem gerador, enfim, está segura do ponto de vista de instalação e também de guarda de acervos. E ela se torna um espaço multiuso, não só para eventos culturais. A gente tem que lembrar que é um espaço limitado. A gente já teve eventos culturais ali abertos a toda a comunidade, com mais de mil pessoas. Nós entendemos também a Casa de Cultura como um polo de ciência, um polo de pesquisa, um polo que vai se tornar uma referência em cursos de capacitação para o setor cultural, para o setor das artes. Os nossos planos para a Villa incluem toda essa questão de a gente capacitar pessoas para trabalhos em cinema, arte... É muito importante que a Villa se torne essa referência também. E a reitoria não funcionou ali exatamente durante o período da obra, porque era absolutamente impossível. Mas, a reitoria tem uma sede oficial. O reitor Raul despachava uma vez por semana, ele tem um gabinete lá. Nós pretendemos manter esse gabinete e tornar também a Villa um polo para receber os nossos visitantes mais ilustres e também reunirmos ali as pessoas mais influentes na ciência, na pesquisa, outros reitores, enfim. Temos planos de uma utilização bem intensa da casa. Deixo um abraço para a professora Priscila Castro (assessora de cultura da Uenf), que está terminando de fazer a digitalização de grande parte do acervo. Já existe um aplicativo da assessoria de cultura, já foi liberado, as pessoas podem baixar nos seus telefones e ter acesso ao acervo.
Inclusão — Tenho honra de fazer parte, na Faperj, de uma comissão recém-criada, criada em fevereiro, que é uma comissão permanente de equidade, diversidade e inclusão. Essa comissão analisa todos os editais, todos os dados pregressos de aprovação de editais, e propõe modificações dentro do sistema da Faperj para, de fato, trabalharmos essa questão da inclusão e da equidade dentro dos projetos da Faperj. A minha ideia é seguir esses passos. A UFF já fez isso, já criou a sua comissão interna de equidade, diversidade e inclusão. E eu pretendo também, já no primeiro mês, que a gente tenha essa comissão permanente, para que a gente possa trabalhar esses aspectos dentro da universidade. Neste momento, nós temos as obras da acessibilidade, que vai trabalhar a questão de banheiros, de espaços acessíveis. Então, a gente entende que já vai começar num processo um pouquinho melhor do que a gente tem hoje na questão da acessibilidade, e nós termos aí editais internos e o reconhecimento de alguns coletivos, por exemplo, como o Coletivo Trans Uenf, recém-criado por estudantes transgêneros dentro da universidade. A gente precisa estar com um olhar muito atento para todos esses coletivos e trabalharmos para um ambiente cada vez mais seguro, mais democrático e mais inclusivo.
Transporte — Nós conquistamos uma emenda parlamentar, agradeço ao (deputado federal) Lindberh Farias e ao Gilberto (Gomes, secretário de Comunicação do PT em Campos), com um ônibus. A exemplo do que tem o IFF, será um ônibus que vai fazer um transporte com paradas... Isso tudo, obviamente, nós vamos ter que conversar com o poder público municipal sobre a logística disso. Entendemos também que um ônibus talvez não seja ainda o suficiente. Nós precisamos interagir mais com o poder público. Deixar aqui um abraço para o prefeito, Wladimir, que me ligou assim que saiu o resultado. Me ligou dando os parabéns. Deixo aqui o meu registro, o abraço para ele, e dizer que vamos ter que trabalhar bastante juntos, em parceria, para a gente equacionar essa questão do transporte público para aquela região onde está localizada a universidade. Sei que ele tem outras questões a serem resolvidas, mas nós vamos conversar sobre isso, e eu tenho certeza de que ele será sensível.
Relação com os Poderes — Já recebi os parabéns de diversos deputados e vereadores... Enfim, foram várias pessoas. O que nós temos que fazer como gestores públicos é estabelecer um diálogo institucional com todos esses Poderes: com os vereadores, com o prefeito, com os prefeitos de outros municípios onde estamos presentes com projetos de extensão; com a Alerj... Já estamos solicitando também uma audiência com o governador. Tem que haver um Consuni para a homologação do resultado oficial das eleições, e nós, a partir daí, iniciaremos esses diálogos com os poderes. A Uenf é uma instituição de grande reconhecimento nacional, e nós pretendemos tratar isso com esse diálogo institucional com todos esses poderes. A Uenf tem muito a oferecer. Então, nós precisamos, sim, trabalhar junto aos diferentes poderes, Legislativo e Executivo, levando o nome e a imagem da Uenf de uma forma bastante coesa, respeitosa, independentemente de políticas partidárias; e trabalhar em conjunto para o engrandecimento da nossa instituição e do estado do Rio de Janeiro como um todo. A Uenf é um ente que tem um dever, entre as suas missões, de trazer esse desenvolvimento do estado, principalmente. Então, nós precisamos trabalhar isso de uma forma muito responsável do ponto de vista de política institucional.
Da política universitária à partidária — Não sou filiada a nenhum partido. Não que eu seja contrária, mas não tenho essa vertente. E entendo também que quanto mais candidatos capacitados e bem formados, estruturados, com uma visão coletiva das propostas e do que tem que ser feito, Campos tem muito a ganhar com isso. Mas, acho que isso é uma questão muito particular, de cada CPF. Dentro desse xadrez político, eu entendo que cada um vai buscar atender às suas demandas dentro dos seus partidos, dentro das comunidades que os apoiam. Eu entendo que é um processo natural para pessoas que estão em cargos de gestão e que desejam fazer um trabalho que atinjam a um maior número de pessoas, que deem mais coletividade aos seus planos. E entendo que pessoas mais gabaritadas para fazer isso, tanto melhor para o município. Eu espero que a gente tenha a eleição de pelo menos algumas mulheres para a Câmara. Espero que a gente tenha uma representatividade feminina. Tenho uma dedicação extrema à Uenf. Eu construí toda a minha carreira acadêmica aqui e coloquei o meu nome aqui porque é um cargo que mistura uma parte política institucional, apartidária, mas tem também um lado técnico, um lado acadêmico, um lado científico. Nisso, de fato, eu entendo que, pela minha trajetória, eu tenho condições de contribuir bastante com a instituição, com o crescimento dela nesse momento. Mas, não me imagino dando passos em outras direções que requeiram uma defesa partidária de algum sonho ou de alguma proposta. Eu não tenho nenhuma pretensão (...) Eu construí um nome dentro do CNPq, da Capes e de outras agências por estar nessa instituição inovadora (Uenf), que nasceu para ser diferente de tudo aquilo que a gente conhecia até então enquanto universidade. E é isso o que eu desejo para a Uenf. É isso o que eu pretendo defender na nossa instituição: uma universidade inovadora, uma universidade reconhecida pela sua ciência, pela sua fortaleza na formação de recursos humanos, e pelo seu engajamento com a comunidade, com os problemas regionais e com a solução desses problemas, esse engajamento com o território.
Participação coletiva — Eu entendo que as eleições se encerraram, nós somos colegas, somos docentes, defendemos a mesma instituição. Vamos trabalhar com as portas abertas, vamos contar com a participação de todos. É muito importante que a instituição esteja bastante coesa. Os desafios são grandes, e nós vamos precisar da participação de todos para vencermos esses desafios. Então, a nossa mensagem aqui é uma mensagem de união, de respeito. Nós somos um pouco legalistas, e eu aguardo a reunião do Conselho Universitário que vai homologar os resultados da eleição. A partir daí, vamos chamar as equipes, conversar com as pessoas. É um processo bastante natural, e eu acho que nós somos muito maduros para podermos continuar a nossa caminhada em prol da nossa instituição. É nesse caminho aí que a gente vai. À comunidade interna da universidade, agradecemos a confiança que nos foi depositada. Seguiremos trabalhando de portas abertas, de modo coletivo, abraçando todas as pessoas. Queremos a participação de todos. E quero dizer para a comunidade externa que nós também contaremos com a participação dessa comunidade. Queremos estar de mãos dadas com todos os territórios onde a Uenf está presente. Esperamos contar com a participação de todos para o engrandecimento da nossa instituição. A Uenf do futuro já começou!
Utilização do Arquivo — É importante que a gente tenha em mente que o Arquivo, além de ser um patrimônio histórico, cultural, de grande relevância para o município, ele é um espaço importantíssimo para pesquisas, para a gente fazer ciência. Então, não só o CCH, que é um centro de excelência nessa área, mas também o CCTA, da questão do programa de agroecologia, que está sendo criado dentro da instituição... Existem muitos cenários importantes de nós levarmos também a Uenf para mais próximo da Baixada. Então, eu entendo ali como um braço importante para nós termos mais um ponto de visibilidade e atuação da Uenf para toda essa população. Eu entendo também que esse é um processo muito dinâmico, muito rico, e que nós teremos muito prazer em contar com a participação do município, abrindo essa discussão não só dentro da Uenf, mas também externamente, para a gente poder atender, de fato, aos anseios dessa comunidade que está lá, e levando a Uenf também para outros cenários da cidade.
Da burocracia ao Solar — Hoje, tem uma equipe técnica montada com pessoas da Prefeitura e da Uenf, com participação do Iphan. Nós precisamos, de fato, manter essa equipe trabalhando junta, para poder identificar esses eventuais gargalos e tentar solucionar o mais rápido possível. Então, a gente tem que reunir essa equipe técnica com frequência, para a gente poder acompanhar isso bem de perto. Eu acho que o papel da reitora, nesse caso, vai ser tentar solucionar os problemas que a equipe técnica levanta da maneira mais rápida possível. Se for algum problema de ordem técnica e a gente precisar trazer alguém da área técnica para essa equipe, vamos identificar essa pessoa e trazer para resolver. Se é uma questão burocrática, então, vamos trabalhar para trazer uma pessoa que entenda dessa questão burocrática para resolver. O que a gente tem que demonstrar nesse momento é a nossa capacidade de resolver os problemas. Isso é o fundamental: identificar onde estão os gargalos e atuar para resolvermos esses embaraços, e não ficar acalentando o problema. O negócio é partir para a solução. Nesse aspecto, eu sou uma pessoa bastante pragmática, e acho que isso tem muito com a profissão. Vai ser muito prazeroso trabalhar com uma equipe formada por pessoas que estão todas imbuídas desse espírito de trazer o Arquivo de volta ao patamar que ele merece. Eu acho que esse vai ser um projeto bastante prazeroso de a gente trabalhar, estando à frente agora desse processo.
O que vai fazer de diferente? — Acho que essa ligação com esses órgãos, e o trabalho frequente com uma equipe da área técnica, de uma forma mais próxima. Eu entendo que faria diferente nesse sentido de me dedicar mais a compreender essas questões técnicas que estão envolvidas nesse processo de restauro, para tentar buscar essas soluções de maneira mais rápida.
Villa Maria — Hoje a Villa está recuperada, tem uma subestação elétrica própria, tem gerador, enfim, está segura do ponto de vista de instalação e também de guarda de acervos. E ela se torna um espaço multiuso, não só para eventos culturais. A gente tem que lembrar que é um espaço limitado. A gente já teve eventos culturais ali abertos a toda a comunidade, com mais de mil pessoas. Nós entendemos também a Casa de Cultura como um polo de ciência, um polo de pesquisa, um polo que vai se tornar uma referência em cursos de capacitação para o setor cultural, para o setor das artes. Os nossos planos para a Villa incluem toda essa questão de a gente capacitar pessoas para trabalhos em cinema, arte... É muito importante que a Villa se torne essa referência também. E a reitoria não funcionou ali exatamente durante o período da obra, porque era absolutamente impossível. Mas, a reitoria tem uma sede oficial. O reitor Raul despachava uma vez por semana, ele tem um gabinete lá. Nós pretendemos manter esse gabinete e tornar também a Villa um polo para receber os nossos visitantes mais ilustres e também reunirmos ali as pessoas mais influentes na ciência, na pesquisa, outros reitores, enfim. Temos planos de uma utilização bem intensa da casa. Deixo um abraço para a professora Priscila Castro (assessora de cultura da Uenf), que está terminando de fazer a digitalização de grande parte do acervo. Já existe um aplicativo da assessoria de cultura, já foi liberado, as pessoas podem baixar nos seus telefones e ter acesso ao acervo.
Inclusão — Tenho honra de fazer parte, na Faperj, de uma comissão recém-criada, criada em fevereiro, que é uma comissão permanente de equidade, diversidade e inclusão. Essa comissão analisa todos os editais, todos os dados pregressos de aprovação de editais, e propõe modificações dentro do sistema da Faperj para, de fato, trabalharmos essa questão da inclusão e da equidade dentro dos projetos da Faperj. A minha ideia é seguir esses passos. A UFF já fez isso, já criou a sua comissão interna de equidade, diversidade e inclusão. E eu pretendo também, já no primeiro mês, que a gente tenha essa comissão permanente, para que a gente possa trabalhar esses aspectos dentro da universidade. Neste momento, nós temos as obras da acessibilidade, que vai trabalhar a questão de banheiros, de espaços acessíveis. Então, a gente entende que já vai começar num processo um pouquinho melhor do que a gente tem hoje na questão da acessibilidade, e nós termos aí editais internos e o reconhecimento de alguns coletivos, por exemplo, como o Coletivo Trans Uenf, recém-criado por estudantes transgêneros dentro da universidade. A gente precisa estar com um olhar muito atento para todos esses coletivos e trabalharmos para um ambiente cada vez mais seguro, mais democrático e mais inclusivo.
Transporte — Nós conquistamos uma emenda parlamentar, agradeço ao (deputado federal) Lindberh Farias e ao Gilberto (Gomes, secretário de Comunicação do PT em Campos), com um ônibus. A exemplo do que tem o IFF, será um ônibus que vai fazer um transporte com paradas... Isso tudo, obviamente, nós vamos ter que conversar com o poder público municipal sobre a logística disso. Entendemos também que um ônibus talvez não seja ainda o suficiente. Nós precisamos interagir mais com o poder público. Deixar aqui um abraço para o prefeito, Wladimir, que me ligou assim que saiu o resultado. Me ligou dando os parabéns. Deixo aqui o meu registro, o abraço para ele, e dizer que vamos ter que trabalhar bastante juntos, em parceria, para a gente equacionar essa questão do transporte público para aquela região onde está localizada a universidade. Sei que ele tem outras questões a serem resolvidas, mas nós vamos conversar sobre isso, e eu tenho certeza de que ele será sensível.
Relação com os Poderes — Já recebi os parabéns de diversos deputados e vereadores... Enfim, foram várias pessoas. O que nós temos que fazer como gestores públicos é estabelecer um diálogo institucional com todos esses Poderes: com os vereadores, com o prefeito, com os prefeitos de outros municípios onde estamos presentes com projetos de extensão; com a Alerj... Já estamos solicitando também uma audiência com o governador. Tem que haver um Consuni para a homologação do resultado oficial das eleições, e nós, a partir daí, iniciaremos esses diálogos com os poderes. A Uenf é uma instituição de grande reconhecimento nacional, e nós pretendemos tratar isso com esse diálogo institucional com todos esses poderes. A Uenf tem muito a oferecer. Então, nós precisamos, sim, trabalhar junto aos diferentes poderes, Legislativo e Executivo, levando o nome e a imagem da Uenf de uma forma bastante coesa, respeitosa, independentemente de políticas partidárias; e trabalhar em conjunto para o engrandecimento da nossa instituição e do estado do Rio de Janeiro como um todo. A Uenf é um ente que tem um dever, entre as suas missões, de trazer esse desenvolvimento do estado, principalmente. Então, nós precisamos trabalhar isso de uma forma muito responsável do ponto de vista de política institucional.
Da política universitária à partidária — Não sou filiada a nenhum partido. Não que eu seja contrária, mas não tenho essa vertente. E entendo também que quanto mais candidatos capacitados e bem formados, estruturados, com uma visão coletiva das propostas e do que tem que ser feito, Campos tem muito a ganhar com isso. Mas, acho que isso é uma questão muito particular, de cada CPF. Dentro desse xadrez político, eu entendo que cada um vai buscar atender às suas demandas dentro dos seus partidos, dentro das comunidades que os apoiam. Eu entendo que é um processo natural para pessoas que estão em cargos de gestão e que desejam fazer um trabalho que atinjam a um maior número de pessoas, que deem mais coletividade aos seus planos. E entendo que pessoas mais gabaritadas para fazer isso, tanto melhor para o município. Eu espero que a gente tenha a eleição de pelo menos algumas mulheres para a Câmara. Espero que a gente tenha uma representatividade feminina. Tenho uma dedicação extrema à Uenf. Eu construí toda a minha carreira acadêmica aqui e coloquei o meu nome aqui porque é um cargo que mistura uma parte política institucional, apartidária, mas tem também um lado técnico, um lado acadêmico, um lado científico. Nisso, de fato, eu entendo que, pela minha trajetória, eu tenho condições de contribuir bastante com a instituição, com o crescimento dela nesse momento. Mas, não me imagino dando passos em outras direções que requeiram uma defesa partidária de algum sonho ou de alguma proposta. Eu não tenho nenhuma pretensão (...) Eu construí um nome dentro do CNPq, da Capes e de outras agências por estar nessa instituição inovadora (Uenf), que nasceu para ser diferente de tudo aquilo que a gente conhecia até então enquanto universidade. E é isso o que eu desejo para a Uenf. É isso o que eu pretendo defender na nossa instituição: uma universidade inovadora, uma universidade reconhecida pela sua ciência, pela sua fortaleza na formação de recursos humanos, e pelo seu engajamento com a comunidade, com os problemas regionais e com a solução desses problemas, esse engajamento com o território.
Participação coletiva — Eu entendo que as eleições se encerraram, nós somos colegas, somos docentes, defendemos a mesma instituição. Vamos trabalhar com as portas abertas, vamos contar com a participação de todos. É muito importante que a instituição esteja bastante coesa. Os desafios são grandes, e nós vamos precisar da participação de todos para vencermos esses desafios. Então, a nossa mensagem aqui é uma mensagem de união, de respeito. Nós somos um pouco legalistas, e eu aguardo a reunião do Conselho Universitário que vai homologar os resultados da eleição. A partir daí, vamos chamar as equipes, conversar com as pessoas. É um processo bastante natural, e eu acho que nós somos muito maduros para podermos continuar a nossa caminhada em prol da nossa instituição. É nesse caminho aí que a gente vai. À comunidade interna da universidade, agradecemos a confiança que nos foi depositada. Seguiremos trabalhando de portas abertas, de modo coletivo, abraçando todas as pessoas. Queremos a participação de todos. E quero dizer para a comunidade externa que nós também contaremos com a participação dessa comunidade. Queremos estar de mãos dadas com todos os territórios onde a Uenf está presente. Esperamos contar com a participação de todos para o engrandecimento da nossa instituição. A Uenf do futuro já começou!