Literatura gótica tem Arual Ortiz representante da escrita do caos
Dora Paula Paes 02/10/2024 08:41 - Atualizado em 02/10/2024 08:56
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O universo gótico tem sua representação em Campos na literatura. Nas redes, ela se apresenta como @escrivadocaos (no Instagram) e Escrivã do Caos (no YouTube). A escritora Arual Ortiz, de 26 anos, encontra neste universo mais sombrio toda sua inspiração: um romantismo mais direcionado ao mistério e ao lado obscuro. Ao contradizer costumes, tradições e cultura de uma dada sociedade, com personagem dotado de um psicológico nada saudável, sua escrita afunda na “loucura” proposta pela literatura gótica, que está ligada, geralmente, à fantasia, e à literatura fantástica. Neste contexto do fantástico, Arual tem seu primeiro livro publicado “Dorhor” e sua segunda obra prevista para 2025: “Rehor”.

Também recém chegada da maratona de 10 dias da Bienal Internacional de São Paulo, em meados de setembro, Arual, fala do seu trabalho.

“Adoro criar! Não importa o contexto artístico. Seja escrevendo, produzindo vídeos, tirando fotos, fazendo colagens no journaling (prática de diário, colagens, scrapbooking) ou escrevendo cartas para o mundo. O importante é colocar a arte em movimento! A criação de conteúdo foi um verdadeiro alívio e me conecta com pessoas incríveis!”, disse ela, que é professora de Português, formada em Letras pelo Instituto Federal Fluminense (IFF) e, atualmente, cursa Biblioteconomia.
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Sobre “Dorhor”, seu primeiro livro, ela conta que se trata de uma fantasia sombria. Dentro das suas 600 páginas, a história de Aldon, um guerreiro lendário que fugido de um passado sombrio, foge de dimensão em dimensão até chegar na nossa, mais especificamente em Rio das Ostras, no litoral fluminense. “Minha escrita tem a característica de ser sombria, por causa das influências góticas. Meu leitores sempre dizem que é ‘poética’”, completa.

Quanto estar imersa na Bienal e fazer parte dela com seu livro, sua participação em 2024 foi como veterena, afinal, segundo ela, foi a terceira vez que participou da bienal como autora. “Mas isso não torna as coisas menos intensas. É sempre como se fosse a primeira vez: o friozinho na barriga, o nervosismo, a ansiedade, a felicidade de ser reconhecida pelos leitores, a felicidade de vender um livro! A bienal é o lugar onde nós, amantes da literatura, podemos ser livres e sonhar intensamente!”, conta. No evento, Arual esteve acompanhada da editora Flyve.
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Sem muito spoiler, a conexão com a literatura gótica terá sequência com”Rehor”, ela já adianta. “Gosto de referências subjetivas, introspectivas, dos monólogos internos e certo existencialismo que encontramos na literatura”, ainda acentua Arual. Na fonte da inspiração, ela bebe na obra do escritor Lúcio Cardoso, a quem ela garante que admira muitíssimo. O escritor mineiro é famoso, entre suas obras, uma das mais conhecidas é “Crônica da casa assassinada”.

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