A periferia vence! No sábado (31), 100 crianças esperavam ansiosas a chegada do homem que estava dando nome ao espaço que foi criado na Tapera 3, em Campos, para integrá-las a um mundo novo, que é a leitura. O poeta, escritor infantil, produtor cultural, agente literário, educador social, ativista sociocultural e apresentador dos Programas “Xexelento da Peri” e “Tô Com Bruno Black” marcou presença e cortou a faixa do espaço idealizado e posto em prática pela escritora e gestora cultural Cris Lemos. Para Bruno, a Casa de Cultura, na comunidade da Tapera, é uma honra. “Eu sempre sonhei em fazer mais barulho do que com um tiro. Ser uma oportunidade através da minha história com a periferia. Acho que começou esse momento, graças a Campos isso aconteceu”, dispara emocionado.
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- Em primeiro lugar, não imaginei que seria contemplado com tal honra, virar uma casa de cultura, ainda fora da minha cidade. E a gente vê o tamanho do impacto que a gente vai fazendo pelo mundo afora. E aí, quando eu chego lá, primeiro a Cris com toda recepção na rodoviária, quando chego no local, já tinham quase 100 crianças esperando. Não eram 100 adultos, não eram 100 ativistas culturais, não eram 100 produtores culturais, eram crianças esperando as boas novas da casa de Cultural Bruno Black, esperando o tal Bruno Black chegar. Foi muito emocionante - conta.
Brincalhão e com sorriso grande, Bruno aproveitou o momento com as crianças, tomado por tamanha alegria. “Elas queriam conhecer minha história. As crianças ficaram paralisadas olhando o que eu estava dizendo, fiz contação, brincadeiras, cortamos a faixa. Foi emocionante perceber o quando eles estavam sedentos por esse movimento que jamais aconteceu naquela comunidade. Um dos momentos mais incríveis da minha vida, marca minha história como artista e ser humano e tenho certeza que elas vão aproveitar aquele espaço da melhor forma possível. Tudo para fazer uma periferia melhor, isso foi encantador”.
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Cris Lemos, que envolveu toda a família e amigos nesta aventura de abrir na comunidade a Casa de Cultura Bruno Black, com olhar atento da criançada citou a famosa frase de Martin Luther King... “I Have Dream” (Eu tenho um sonho). Martin, tal como Bruno e suas histórias, desconhecidos para os pequenos, no entanto, as palavras de Cris deixaram explícito que tudo se tratava de “sonhos”. Quem não tem um sonho desde a tenra idade?
“Descrevi a forma que meu sonho começou, que foi no momento em que toquei o primeiro livro que li, que viver a inauguração de mais um equipamento Cultural, era a realização de mais um sonho, mas que não foi sonhado sozinho. Que a realização só foi possível por causa das pessoas em torno de mim que tornaram esse sonho realidade”, salienta Cris Lemos.
O projeto da Casa de Cultura Bruno Black prioriza o resgate da Cultura para a comunidade da Tapera 3. O espaço passou por reforma, ganhou livros, decoração atrativa. Ainda vai ofertar às crianças o dia do conto e rodas de conversas. O espaço funcionará também como biblioteca para empréstimos de livros e pesquisa escolares, oficinas e alfabetização para adultos.
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Quanto ao Bruno, ele é considerado um dos artistas mais produtivos dos últimos 10 anos na cena carioca e no Brasil. Morador da Comunidade do Fumacê em Realengo, na Zona Oeste do Rio, vive de seus livros e de sua arte e já tem quase 6 mil textos escritos. Seu lema: “Se tens um dom, seja!” tem salvo vidas e dando liberdade às pessoas para viverem através de seus dons. Uma de suas obras literárias, intitulada “#Tarja Preta” fala sobre saúde mental e se tornou um Best Seller. Seu livro infantil - homenageando seu cachorro, Euclides - é um sucesso de vendas.
Ganhador de vários prêmios, inclusive, em 2022, foi homenageado pela Câmara da Indústria e Comércio do Rio, no Theatro Municipal, como “Liderença Negra” que movimenta a economia do Rio de Janeiro. Bruno tem como madrinha artística a cantora Zélia Duncan e seu padrinho é o grande empresário David Santana.
