José Francisco Rodrigues: A grande Campos
José Francisco Rodrigues - Atualizado em 04/09/2024 08:00
José Francisco Rodrigues
José Francisco Rodrigues / Divulgação
Campos dos Goytacazes, tradicionalmente denominada como uma Cidade de Porte Médio, passou recentemente por uma reavaliação de sua classificação demográfica, sendo agora considerada uma área de grande densidade populacional. Esse novo status foi confirmado por um levantamento técnico conduzido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), destacando a necessidade de uma profunda reflexão acerca das novas diretrizes que devem ser propostas para o desenvolvimento urbano e socioeconômico tanto da cidade quanto do município.
A transformação de Campos em uma área densamente povoada requer a revisão das políticas públicas locais, especialmente em termos de infraestrutura, mobilidade urbana e planejamento territorial. É pertinente recordar que, na década de 1970, o governo federal implantou, em Campos, o programa “Cidades de Porte Médio”, executado pela Fundenor. Esse programa foi necessário para o desenvolvimento de projetos de urbanização e mobilidade que marcaram a história recente da cidade, como a criação do bairro Nova Brasília. Tais iniciativas foram fundamentais para o ordenamento territorial e o crescimento planejado que caracterizaram Campos ao longo das últimas décadas.
No entanto, o cenário atual impõe novos desafios. Com o crescimento populacional acelerado e a possibilidade iminente de Campos alcançar o status de área metropolitana, é preciso que as lideranças locais — tanto políticas quanto empresariais — estejam preparadas para gerir essa transição de forma estratégica e eficaz. Campos ocupa hoje a 42ª posição no ranking nacional de áreas de densidade habitacional, sendo a única cidade fora das regiões metropolitanas a ultrapassar os limites tradicionais de uma Cidade de Porte Médio.
Esse fenômeno demográfico evidencia a urgência de uma abordagem inovadora e proativa por parte das lideranças municipais. Estratégias de planejamento urbano, sustentabilidade e desenvolvimento econômico devem ser reformuladas e adaptadas à nova realidade de Campos, garantindo que a cidade não apenas acompanhe, mas também lidere o processo de transformação que se desenha no horizonte.
Portanto, pensar o futuro de Campos é, inevitavelmente, pensar grande, alinhando o crescimento populacional às demandas de uma metrópole em potencial. As decisões tomadas hoje moldarão o papel que Campos desempenhará no cenário regional e nacional nas próximas décadas, exigindo, assim, uma postura visionária e comprometida por parte de todos os atores envolvidos no desenvolvimento da cidade.
* Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos

ÚLTIMAS NOTÍCIAS