"Prendi minha atenção naquela forte luz amarela, quando ela começou a se movimentar. Primeiramente de forma lenta e, depois, começou a ficar mais rápida no momento em que a perdi de vista...”. O relato é do morador da praia de Atafona, o empresário Rogério Hissa. Muitas são as conversas sobre “avistamentos misteriosos” no céu de Atafona. De certo, tanto de dia, quanto de noite, o balneário de São João da Barra tem suas histórias e lendas. Uma delas é que a região seria visitada por seres de outros planetas. Na praia de Chapéu do Sol, uma casa em formato de um disco voador, construída na década de 80, chama atenção e, ainda, alimenta o imaginário dos aficionados por extraterrestres. De concreto, um telescópio no espaço da Reserva Caruara, em Grussaí, em parceria com o Clube de Astronomia Louis Cruls, é oportunidade para observar as estrelas e, quem sabe, algo a mais...

O presidente do Clube de Astronomia Louis Cruls, o professor Marcelo Souza, quando questionado em relação aos céusde Atafona e Grussaí diz: “Eu observo há 30 anos o céu da região. Até o momento não observei nenhum fenômeno que não houvesse uma explicação racional.Sou consultado com relativa frequência sobre observações realizadas na região, que na opinião dos observadores poderia ser um objeto não identificado”.

No caso do empresário e morador de Atafona, Rogério Hissa, viu o que ele considera um “fenômeno”. Segundo ele, silencioso,no céu de Atafona. “Até pensei que pudesse ser um planeta ou até mesmo a lua, mas apresentava uma bola de fogo. Olhei para um outro lado e vi a lua.Prendi minha atenção naquela forte luz amarela, quando ela começou a se movimentar. Primeiramente de forma lenta e, depois, começou a ficar mais rápida no momento em que a perdi de vista. Enfim, a bola de grande luz sumiu. Não foi a primeira vez que vivi essa experiência nesta região. Não fiquei assustado, apenas pensativo após o acontecido”, explicou Rogério, contando que a aparição foi no céu em frente ao “Varandão Bar”, esse ano.

Quando se fala em fenômenos no céu, os mais comuns são os meteoros e representam a entrada na atmosfera de pequenos asteroides.O caso mais famoso, e que Marcelo contou ter acompanhado, foi a queda de um que ocorreu no município de Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, em 2010. Na ocasião, o fenômeno foi visto a olho nu, por pessoas em vários municípios.

Fora o que pode ser estestado pela astrofísica, Marcelo acrescenta:

- Há muitos mistérios que não podem ser explicados pela ciência. Há uma quantidade incontável de estrelas. Grande parte delas possui um sistema Planetário. É provável que haja outras formas de vida no Universo. Geralmente se associa aos objetos voadores não identificados e a civilizações extraterrestres. Porém, até o momento não há nenhuma comprovação.

Que o céu do litoral sanjoanense tem seu encanto, isso é incontestável. Desde o início de 2024, os visitantes da região podem acessar um telescópio instalado no espaço de visitação da Reserva Caruara, do Porto do Açu, em Grussaí, para admirar a infinidadede estrelas no céu. O programa “trilha+visita ao observatório”, com supervisão do Clube de Astronomia Louis Cruls, acontece duas vezes ao mês. Em setembro, esse programa ocorrerá nos dias 13 e 27. É preciso agendar pelo link reservacaruara.com.br.

Relatos de objetos não identificados ganham as redes sociais no Brasil e pelo mundo. Oficialmente, a Administração Nacional da Aeronáuticae Espaço (NASA) já mostrou queuma parcela entre 25% e 30% dos casos estudados, não é encontrada uma explicação. “A maioria dos relatos de OVNIs, depois de investigados, são identificados como fenômenos mundanos ou naturais, no entanto, um objeto voador não identificado (OVNI), também chamado de UFO (da sigla em inglês para unidentified flying object), e mais recentemente chamado de unidentified anomalous phenomena (UAP), que em português são Fenômenos Anômalos não identificados, são objetos ou luzes vistos no céu, tanto em terra ou no mar”, apontou o órgão, colocando a diferença entre siglas.

 

Caminhando, em janeiro, sobre as dunas, em um dia lindo, não imaginava quantas histórias, quantos sonhos encobertos por baixo daquela areia fofa que faz um traçado do Pontal até o Balneário.

Por lá, ouvia infinitos contos – uns mais divertidos que os outros – até tarde da noite, ao mesmo tempo que percebia que a lua se despedia na água revolta e barrenta que animaria o dia.

Estava acordado e continuava com amigos e com pessoas que vinham chegando da noite endiabrada, com o objetivo de observar o nascer-do-sol sereno, em silêncio; enquanto, ao longe, uma música começa a tocar. A harmonia era perfeita entre o manguezal e o encontro do rio com o amar, completando com o sopro do vento nordeste.

O caminho parecia longo, mas a sensação foi de rejuvenescer o corpo, a mente e a alma de imaginar que tanto segredo poderia por ali habitar.

Enquanto admirava a beleza do mar, tropecei em um vergalhão carregado de maresia, sinalizando dor, solidão, melancolia, talvez um aviso...

Após um descansar durante o dia, a chegada da noite, parecia um convite para se continuar apreciando a natureza. Dava um arrepio ao contemplar, novamente, o encontro das águas do rio com as do mar.
O mar anunciava, através de reflexos lunares e ao som de suas ondas, que a lua começava a derramar os últimos clarões da noite e, que, mais tarde, ressurgiria esplendorosa mais uma vez como a lua cheia.

Realmente, aqui, o céu se mostra diferente de todos os dias, com suas curvas e cores exuberantes, encontrando sempre a forma que parecia perdida. Causava o caos dentro dos meus olhos, ao mesmo tempo uma esperança de dias melhores ao ouvir também o cantar de um canário da terra, que estava perto e ao mesmo tempo bem distante, talvez para não cortar a concentração de quem admirava aquele momento.

Foram esses – e muitos – alguns instantes maravilhosos em minha Atafona, querida.