Carnavalesco Amarildo de Mello receberá o Troféu Folha Seca na próxima quinta
Vitorioso no Rio de Janeiro e de São Paulo, o carnavalesco Amarildo de Mello receberá na próxima quinta-feira (14) um prêmio em sua cidade natal. Não será por conta de um desfile em Campos, mas pelo conjunto da sua obra, que tem como ponto alto o título da Beija-Flor de Nilópolis no Grupo Especial do Carnaval carioca em 1998. Fora da avenida, mas no palco do Teatro Municipal Trianon, o artista será homenageado com o Troféu Folha Seca, entregue pela Folha da Manhã a campistas de destaque nas suas áreas de atuação.
— Receber este prêmio tão importante, que a tantas personalidades já coroou, é algo que nunca pensei. Um momento mágico! Me dá a certeza de que todas as lutas, todo o engajamento e a militância exercida em minha vida artística estão hoje sendo chancelados com uma das maiores honrarias enquanto cidadão campista que sou — diz Amarildo de Mello, atualmente com 57 anos. — Lutei bravamente com minha arte pelo mundo, como um bravo de origem goitacá, e hoje volto à minha terra natal para seu nome dignificar — acrescenta.
Formado em museologia, Amarildo de Mello atua como carnavalesco desde o início da década de 1990. Também é figurinista, cenógrafo, diretor artístico e decorador. No Carnaval, estreou no bloco Unidos do Anil, do Rio de Janeiro, migrando em seguida para o universo das escolas de samba. E logo de cara foi campeão, vencendo a terceira divisão da folia carioca com o Boi da Ilha do Governador, em 1993. Nos anos seguintes, deu dois títulos à Acadêmicos do Dendê, nos Grupos C e B, respectivamente, além de um vice-campeonato do Grupo B, em 1996. Também foi vice com a tradicional Caprichosos de Pilares, mas no então Grupo A, equivalente à segunda divisão em 1997, devolvendo-a ao patamar principal das escolas.
A chegada de Amarildo de Mello ao Grupo Especial não poderia ter sido melhor. Autor do enredo “Pará: O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu”, o campista conquistou o direito de integrar a comissão de Carnaval da Beija-Flor em 1998, junto a Cid Carvalho, Anderson Müller, Fran Sérgio, Nélson Ricardo, Paulo Führo, Ubiratan Silva e Victor Santos. Foi um grande trabalho coletivo aquele, encerrando um jejum de 15 anos sem título da escola, campeã ao lado da Mangueira.
De 2005 a 2007, Amarildo de Mello foi carnavalesco da Portela, confirmando o seu potencial na maior vencedora do Carnaval do Rio. Em divisões inferiores, também passou por Canários das Laranjeiras, Cubango, Arranco do Engenho de Dentro, Mocidade Independente de Inhaúma, Independente da Praça da Bandeira e Sereno de Campo Grande. Desde o ano passado, esteve à frente da novata Fla Manguaça, campeã do Grupo de Avaliação e da Série Bronze (quinta e quarta divisão) em 2022 e este ano, respectivamente.
Desde 2001, também foi construída por Amarildo uma relação com o Carnaval de São Paulo. Lá, ele foi carnavalesco da Imperador do Ipiranga, Unidos do Peruche, X-9 Paulistana, Águia de Ouro e Leandro de Itaquera. Destacou-se especialmente na X-9, vencendo o Grupo Especial paulista em 2012 e 2015, além de ter ficado com a segunda colocação em 2014. Em trabalho no Pará, esteve à frente do Rancho Não Posso Me Amofiná, de Belém, no ano passado.
Sem nunca ter cortado os laços com Campos, Amarildo de Mello visitou a cidade em abril e setembro deste ano, para acompanhar o Carnaval fora de época e participar do Festival Doces Palavras (FDP!). Durante o FDP!, a convite da Prefeitura, foi tema de uma mesa sobre a sua vida, no Jardim do Liceu, e se emocionou com a oficialização de que seria homenageado pela Folha com o Troféu Folha Seca. Em sua 22ª edição, o prêmio será entregue quinta-feira, a partir das 20h30, em evento que também contará com show da banda The Fevers.
Histórico — Criado em 2000, o Troféu Folha Seca já foi dado aos campistas Didi (futebol), Tonico Pereira (TV, cinema e teatro), Ivald Granato (artes plásticas), Eucimar Oliveira (jornalismo), Karla Assed (dermatologia), Gilles (estética), Eraldo Leite (comunicação), Maria de La Riva (música), Hugo Aquino Filho (empreendedorismo), Cláudia Márcia de Azevedo Jacyntho (medicina), Paiva Brasil (artes plásticas), Amarildo Tavares da Silveira (futebol), Fernanda Motta (moda), Maria Lúcia Barbosa (ourivesaria), Carlos Alberto Boeschenstein (arquitetura), Zezé Motta (música e artes cênicas), Vilma Arêas (literatura), Danilo Miranda (gestão cultural), Marcele Lemos (comércio exterior), Aluísio Machado (música) e Noilton Nunes (cinema).
O 23º show de fim de ano da Folha e a 22ª edição do Troféu Folha Seca têm patrocínio de Grupo MPE, Rad Med, Sicoob Fluminense, Unimed Campos e Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro); com apoio de Empresa Brasil, Vacina Plinio Bacelar e Forte Telecom; apoio de mídia da Águas do Paraíba; apoio cultural da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima; e apoio logístico de Palace Hotel, Chicri Cheme, Ponto e Vinho e Rogil Tour.