Documentário dirigido por ex-aluno da Uenf será exibido na universidade nesta quarta
Matheus Berriel - Atualizado em 18/10/2023 14:25
Cena do filme 'Rio, Negro'
Cena do filme 'Rio, Negro' / Foto: Elisângela Leite/Quiprocó Filmes
Ex-aluno da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, o cineasta Fernando Souza voltará à cidade nesta quarta-feira (18), para apresentar um dos seus novos trabalhos. O documentário “Rio, Negro”, dirigido em parceria com Gabriel Barbosa, será exibido a partir das 16h, no Centro de Convenções da própria Uenf, dentro do projeto Cine Darcy. Em seguida, haverá um bate-papo sobre cinema, o longa-metragem e a carreira de Fernando, que cursou ciências sociais na universidade. A mediação será de Priscila Castro. A entrada é gratuita, mas é necessário se inscrever previamente pelo endereço eletrônico www.even3.com.br/mostradeextensao2023.
Natural de Teresópolis e atualmente radicado no Rio de Janeiro, Fernando Sousa morou em Campos enquanto cursou ciências sociais. O aprendizado nessa área foi levado para o cinema, de modo que os seus trabalhos, produzidos pela Quiprocó Filmes, sempre estão relacionados a questões sociais. “Rio, Negro”, por exemplo, aborda e demarca os processos sociais, políticos, e as profundas transformações ocorridas no Rio entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, devido à presença e à influência de pessoas negras de origem africana. Entre os entrevistados, estão o ator Haroldo Costa, o escritor Luiz Antônio Simas, a vereadora Tainá de Paula, o carnavalesco Leandro Vieira, o ritmista Eryck Quirino, a atriz Juliana França, a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, a historiadora Ynaê Lopes e os pesquisadores Christian Lynch, Nielson Bezerra e Eduardo Possidonio, entre outros.
— É fundamental criar novas narrativas e inverter esse olhar do suplício e do açoite que é constantemente associado à história da população negra. Em “Rio, Negro” invertemos essa lógica, abordando outros olhares, como a sofisticação estética e a contribuição destas pessoas em campos como a arte, a ciência, a gastronomia, a linguagem — diz Fernando Sousa.
Apresentado e financiado pela organização Casa Fluminense, “Rio, Negro” estreou nos cinemas em março deste ano, sendo exibido em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Palmas, Balneário Camboriú, Porto Alegre, entre outras. Recentemente, foi selecionado para o Dubai Festival 2023, e atualmente concorre ao prêmio de melhor documentário sobre a Diáspora no Prêmio da Academia de Cinema Africano (em inglês, African Movie Academy Awards). O longa-metragem já teve exibições no 47º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), no Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife (Fifer), no Santos Film Fest (recebendo menção honrosa na competição de longas-metragens), no Inffinito Brazilian Film Festival, no Festival Casa Sueli Carneiro e no Festival Internacional de Cine Político. Em Campos, ele integrará a programação da Mostra de Extensão Uenf-UFF-IFF-UFRRJ, em parceria da Uenf com a Universidade Federal Fluminense, o Instituto Federal Fluminense e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Outra obra — Fernando Sousa e Gabriel Barbosa também serão os diretores de “Brava Gente”, com filmagem e lançamento previstos para o próximo ano. Também produzido pela Quiprocó Filmes, o documentário contará a trajetória do agricultor Cícero Guedes, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos e assassinado em janeiro de 2013. O anúncio dessa obra foi tema de matéria da Folha da Manhã em fevereiro.

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