Dom Rifan: Parabéns aos médicos
Hoje, dia de São Lucas, médico, pintor e evangelista, celebramos, por isso, o dia do médico. A eles os nossos parabéns, louvor e agradecimento por exercerem tão nobre e necessária profissão, digna dos nossos encômios. Que bela e frutuosa vocação!
Hipócrates (460 a.C.), talvez o maior médico da antiguidade, já falava da importante relação do médico com a vida, condenando o aborto e a eutanásia. No juramento a ele atribuído, que os médicos costumavam repetir no dia da sua formatura, lemos: “Não administrarei veneno a quem quer que me peça, nem tomarei a iniciativa de sugerir seu uso; da mesma forma, não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Entrarei nas casas para o bem dos enfermos, preservando-me de qualquer ato voluntário de maldade e corrupção...”.
“Doentes precisam de médico”, disse Jesus no Evangelho (Lc 5,31). Jesus reconheceu assim que as pessoas doentes precisam de médicos. Ele realizou muitos milagres de cura, mas não condenou o uso de médicos e remédios terrenos. Não estão de acordo com o Evangelho, os que, pensando confiar em Deus, dispensam o recurso aos médicos.
“Honra o médico, porque ele é necessário; foi o Altíssimo quem o criou. De Deus lhe vem a sabedoria... A instrução do médico lhe permite andar de cabeça erguida, e diante dos grandes será louvado. O Altíssimo faz sair da terra os medicamentos, e o homem sensato não os rejeita... O Altíssimo deu aos homens a ciência, para que pudessem honrá-lo por suas maravilhas. Com os remédios o médico acalma a dor, e, com eles, o farmacêutico prepara os unguentos: assim suas obras não ficam inacabadas e a saúde se difunde sobre a terra... e recorre ao médico, pois também a ele o Senhor criou... chega o momento em que a cura está em suas mãos” (Sr 38, 1-8, 12 e 13).
“Os doentes são a figura de Jesus Cristo. Muitos comprovadamente delinquentes, blasfemos, chegam inesperadamente ao hospital por disposição última da misericórdia de Deus, que os quer salvos. Nos hospitais, a missão das irmãs, dos médicos, dos enfermeiros, consiste em colaborar com esta infinita misericórdia, ajudando, perdoando, sacrificando-se... Bem-aventurados nós, médicos, tantas vezes incapazes de remover uma enfermidade, felizes de nós, se levarmos em conta que, além de corpos, estamos em face de almas imortais, para as quais urge o preceito evangélico de amá-las como a nós mesmos” (São José Moscatti, médico santo).
O Papa São João Paulo II falava aos médicos: “Levais para o quarto do doente e, sobretudo, para a mesa de operações, um pouco de caridade de Cristo, do amor e da ternura de Cristo, o grande Médico da alma e do corpo. Que estímulo para a desejável personalização da medicina pode vir da caridade cristã, que leva a descobrir no rosto de cada doente, o rosto adorável do misterioso e grande Doente, que continua a sofrer naqueles sobre os quais se debruça, com sabedoria e atenção, a vossa profissão. Cada um de vós não pode se contentar com ser médico de um só órgão ou de um aparelho, mas deve assumir a pessoa inteira”.