Ponto Final - Rodrigo Bacellar mostra força em Brasília com o União
- Atualizado em 02/03/2024 08:30
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Bacellar e União
A rápida ascensão de Rodrigo Bacellar na política fluminense volta e meia é comentada por aliados e adversários. E não é por menos, já que o campista e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vem a cada dia se mostrando com mais força política, reconhecida, inclusive, nesta semana, pela grande cúpula do União Brasil, que deve desembarcar ainda este mês na Cidade Maravilhosa para um grande ato de filiação do deputado. O combinado foi feito durante Convenção Nacional do partido, em Brasília, na última quinta-feira (29), quando Bacellar ajudou na articulação para eleger a nova executiva da sigla.

Articulador
Desde dezembro do ano passado ela já coordena, extraoficialmente, o União no estado do Rio, após ter sido autorizado a deixar o PL. A ida de Bacellar à capital federal serviu também para acertar detalhes do papel dele como grande articulador do partido no RJ de olho nas eleições de 2024. Por óbvio, Campos está no radar e é de se esperar que após as movimentações em Brasília e o ato de março no Rio, ainda sem data certa definida, Bacellar articule mais diretamente também na sua cidade natal. Uma caravana de aliados campistas já se mobiliza para acompanhar de perto a filiação de Rodrigo na capital, que prevê também um grande ato em Campos por novas filiações e em uma demonstração de força.

Mudanças
Nessa quinta, ao lado de grandes nomes do União, como o governador de Goiás e desafeto de Garotinho, Ronaldo Caiado, Bacellar acompanhou de perto a eleição da nova executiva da sigla, que tomará posse em junho. O deputado federal Luciano Bivar (PE) será substituído pelo atual vice-presidente, Antônio Rueda. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que hoje ocupa o cargo de secretário-geral da sigla, será o 1º vice-presidente. Havia um acordo para a escolha de Rueda, mas o atual presidente, Luciano Bivar, na última hora, resolveu entrar na disputa para permanecer na presidência. A eleição chegou a ser cancelada por Bivar, mas foi mantida após recurso de líderes da legenda.

Força do partido
Um dos maiores partidos do país, resultado da fusão entre PSL e DEM, o União conta hoje com uma bancada de 59 deputados federais, entre eles o itaperunense Murillo Gouvêa, que conseguiu lugar de destaque na sigla no estado do Rio Janeiro ao assumir a segunda vice-presidência. O partido era comandado no estado pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho (hoje Republicanos), que rompeu com a sigla. Na ocasião, um grupo de seis deputados federais pediu desfiliação na Justiça, por justa causa, entre eles a deputada federal Daniela Carneiro, esposa de Waguinho e ex-ministra do Turismo, que caiu do cargo. O fato de Murillo não ter acompanhado o grupo foi o que o projetou ainda mais na sigla.

Fora do PL
Desde de dezembro do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) autorizou, por unanimidade, a desfiliação do deputado estadual Rodrigo Bacellar do PL. A decisão, tomada pelos desembargadores garantiu que o parlamentar se desvinculasse da sigla sem perder o mandato, de acordo com o previsto em legislação eleitoral. Mesmo quando ainda estava formalmente no PL, Bacellar já vinha dando as cartas no diretório estadual do União Brasil, com o apoio do seu braço direito no Legislativo fluminense, o deputado estadual Márcio Canella, que, na prática, comanda o núcleo do Rio. Juntos, eles vão trabalhar na escolha dos nomes da legenda para disputar prefeituras e cadeiras em Câmaras de Vereadores.

“He Man”
Rodrigo Bacellar vem ganhando tanto destaque que uma nota publicada, recentemente, pela coluna do Informe O Dia, assinada pelo jornalista Sidney Rezende, diz que “amigos do presidente da Alerj garantem que no Rio de Janeiro ele se transformou na maior força política do Estado. Eles dizem: ‘ele é nosso He Man’, super-herói dos desenhos. Paparicado pela Justiça ao ponto de receber a alta condecoração ‘Colar do Mérito Judiciário’, sua influência parece estender também pelos salões do Palácio Guanabara. Quando dito que tem ascendência sobre as decisões do governador Cláudio Castro, Bacellar desvia o rumo. Seu discurso é pela importância da ‘harmonia dos poderes’, mas quem tem a força é ele”.

Histórico
Bacellar é o primeiro campista a ocupar o cargo mais alto da Alerj e tem no seu histórico outros feitos que o colocam em evidência a política do interior. Como relator do processo de impeachment de Wilson Witzel (PSC), em 2020, deu o seu parecer favorável ao procedimento para o afastamento. O pulso firme e técnico, reconhecido por especialistas, não deu brecha para Witzel. Rodrigo caiu nas graças de figurões da Alerj e de Cláudio Castro, que, como vice, depois se tornaria o governador do Rio, reeleito no último pleito, também com o importante apoio do deputado. Depois, ainda sairia da Alerj para se tornar um dos homens de maior confiança de Castro, à frente da secretaria de Governo, cargo que ocupou até a véspera de tomar posse para o seu segundo mandato e ser eleito presidente da Assembleia.

Apagão
Milhares de moradores de São João da Barra ficaram sem energia das 15h38 dessa quinta (29) às 5h desta sexta. A Enel Distribuição Rio informou que aconteceu um desarme na Subestação Pontinha durante uma forte chuva acompanhada de descargas atmosféricas. A sede do município e a parte do litoral foram as regiões mais prejudicadas. Por meio de nota, a distribuidora comunicou que “realizou, imediatamente, manobras e transferência de carga pela rede de distribuição, com normalização de parte dos clientes”. A Prefeitura informou que, diante da interrupção no fornecimento de energia, foram utilizados “todos os recursos disponíveis para garantir o abastecimento de energia nas unidades de saúde, assegurando o atendimento à população e a continuidade dos serviços essenciais”.

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    Rodrigo Gonçalves

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