Arthur Soffiati: Sagres
Da rodoviária, rumei à foz do rio Arade, que eu planejara conhecer em Portimão. O taxista não sabia da linha de ônibus para Sagres. Segundo informações, ela fora criada havia pouco tempo. Os táxis estão para os hotéis, assim como os veículos de aplicativos estão para os hosteis. Muito gentil, o taxista me levou a um restaurante à margem direita do Arade. Passei pouco tempo na cidade. Logo voltei à rodoviária a fim de empreender a curta viagem para Sagres. O ônibus vinha de Lisboa.
Passei em Lagos, onde, por pouco tempo, viveram meus tios até se mudarem para Lisboa. O ônibus não demorou a chegar a Sagres, ponto final da linha. Desço diante da estátua do infante D. Henrique. Encontrarei estátuas dele em outros lugares de Portugal. Por que desviar-me de minha rota para visitar Sagres, um pequeno lugar de Portugal? Estaria eu movido pelo orgulho e pelo ufanismo de sentir meus pés num lugar em que, supostamente, foi planejada a expansão marítima portuguesa? Examinei bem meus sentimentos e concluí que minha viagem se destinava a buscar as raízes da cultura brasileira dentro de um mundo globalizado.
Aprendi na escola que D. Henrique criou uma escola de cartografia e navegação no promontório de Sagres, sul de Portugal, no início do século XV. Hoje, essa iniciativa é discutível. Existem historiadores que sustentam ter sido a escola apenas um local em que cartógrafos e navegadores se reuniam para trocar informações. Outros acreditam que a escola de Sagres não passa de um mito.
Fiquei com o meu aprendizado na escola. Com pelo menos a versão de que Sagres foi um ponto de encontro de cartógrafos e navegadores. O cenário natural é admirável. A linha de costa é elevada e escarpada. Altas falésias pedregosas caracterizam o litoral. Entre os rios Itapemirim e Guaxindiba, encontramos falésias, mas de barro, como registrou Pero Vaz de Caminha, na altura da Bahia, em sua famosa carta com as primeiras notícias da terra que futuramente seria chamada de Brasil. Esse tipo de falésia ou barreira é típica do Nordeste brasileiro. Pois as de Portugal são pedregosas. Eu já havia tido contato com uma costa semelhante no cabo da Roca, na estrada entre Cascais e Sintra. O promontório de Sagres é bastante famoso.
Na vila pouco populosa e antiga, era preciso me organizar. Meu tempo era escasso. No máximo três horas. Dirigi-me a uma loja de conveniência e me informei. A atendente conhecia um taxista que poderia me levar aos pontos mais conhecidos. Ele chegou e muito gentilmente se prestou a me levar aos lugares mais visitados. Fomos ao famoso Farol e à Fortaleza. Havia muitos turistas. Ambos os lugares iriam encerrar os trabalhos do dia. Ainda tive tempo de sentir o clima de ambos. Imaginei a possível concentração de navegantes, estudiosos naquele ponto. Sem ufanismo, volto a repetir.
Voltamos para a vila. Procurei a igreja. Fechada. Ainda pude chegar à margem direita do riacho dos Pescadores. Pouca água. Retornei ao centro a tempo de tomar o ônibus de volta. Não há terminal rodoviário. Espera-se o transporte num ponto de ônibus comum. Retorno a Portimão, onde ainda tomarei o último trem em direção a Faro.
Ao chegar a Portimão vindo de Évora, encontrei na rodoviária da cidade uma pequena casa ao lado das paradas de ônibus. Pelas informações obtidas nas redes sociais, eu deveria tomar um trem até Lagos e, de lá, um táxi até Sagres. A atendente do pequeno guichê me informou que havia uma linha direta de ônibus de Portimão para Sagres. Não hesitei em comprar passagens de ida e volta para o mesmo dia.
Da rodoviária, rumei à foz do rio Arade, que eu planejara conhecer em Portimão. O taxista não sabia da linha de ônibus para Sagres. Segundo informações, ela fora criada havia pouco tempo. Os táxis estão para os hotéis, assim como os veículos de aplicativos estão para os hosteis. Muito gentil, o taxista me levou a um restaurante à margem direita do Arade. Passei pouco tempo na cidade. Logo voltei à rodoviária a fim de empreender a curta viagem para Sagres. O ônibus vinha de Lisboa.
Passei em Lagos, onde, por pouco tempo, viveram meus tios até se mudarem para Lisboa. O ônibus não demorou a chegar a Sagres, ponto final da linha. Desço diante da estátua do infante D. Henrique. Encontrarei estátuas dele em outros lugares de Portugal. Por que desviar-me de minha rota para visitar Sagres, um pequeno lugar de Portugal? Estaria eu movido pelo orgulho e pelo ufanismo de sentir meus pés num lugar em que, supostamente, foi planejada a expansão marítima portuguesa? Examinei bem meus sentimentos e concluí que minha viagem se destinava a buscar as raízes da cultura brasileira dentro de um mundo globalizado.
Aprendi na escola que D. Henrique criou uma escola de cartografia e navegação no promontório de Sagres, sul de Portugal, no início do século XV. Hoje, essa iniciativa é discutível. Existem historiadores que sustentam ter sido a escola apenas um local em que cartógrafos e navegadores se reuniam para trocar informações. Outros acreditam que a escola de Sagres não passa de um mito.
Fiquei com o meu aprendizado na escola. Com pelo menos a versão de que Sagres foi um ponto de encontro de cartógrafos e navegadores. O cenário natural é admirável. A linha de costa é elevada e escarpada. Altas falésias pedregosas caracterizam o litoral. Entre os rios Itapemirim e Guaxindiba, encontramos falésias, mas de barro, como registrou Pero Vaz de Caminha, na altura da Bahia, em sua famosa carta com as primeiras notícias da terra que futuramente seria chamada de Brasil. Esse tipo de falésia ou barreira é típica do Nordeste brasileiro. Pois as de Portugal são pedregosas. Eu já havia tido contato com uma costa semelhante no cabo da Roca, na estrada entre Cascais e Sintra. O promontório de Sagres é bastante famoso.
Na vila pouco populosa e antiga, era preciso me organizar. Meu tempo era escasso. No máximo três horas. Dirigi-me a uma loja de conveniência e me informei. A atendente conhecia um taxista que poderia me levar aos pontos mais conhecidos. Ele chegou e muito gentilmente se prestou a me levar aos lugares mais visitados. Fomos ao famoso Farol e à Fortaleza. Havia muitos turistas. Ambos os lugares iriam encerrar os trabalhos do dia. Ainda tive tempo de sentir o clima de ambos. Imaginei a possível concentração de navegantes, estudiosos naquele ponto. Sem ufanismo, volto a repetir.
Voltamos para a vila. Procurei a igreja. Fechada. Ainda pude chegar à margem direita do riacho dos Pescadores. Pouca água. Retornei ao centro a tempo de tomar o ônibus de volta. Não há terminal rodoviário. Espera-se o transporte num ponto de ônibus comum. Retorno a Portimão, onde ainda tomarei o último trem em direção a Faro.