Arnaldo Neto
29/03/2017 22:34 - Atualizado em 31/03/2017 13:29
A sessão da Câmara de Campos seguia morna, nesta quarta-feira (29), com discussões de emendas simples e moções. No entanto, já na reta final dos trabalhos, o debate aqueceu ao entrar em pauta a questão dos contratados por Recibo de Profissional Autônomo (RPA) que não receberam do governo Rosinha (PR) o salário referente a dezembro. Presidente da Câmara, o vereador Marcão Gomes (Rede) afirmou que se não fossem os “sucessivos rombos” da administração passada, não haveria dívida com RPAs. Marcão propôs, ainda, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para “repatriar esse dinheiro que foi roubado dos cofres do município”.
Na questão dos autônomos, governistas afirmavam que o prefeito Rafael Diniz (PPS) vai quitar a dívida com RPAs após apurar “quem realmente trabalhou”. O assunto veio à tona com uma moção proposta pelo vereador Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) a todos que prestaram serviço ao município. Thiago Ferrugem (PR) cobrou o pagamento de quem trabalhou e não recebeu. “Já está se encerrando os 90 dias da auditoria”, destacou Ferrugem, em referência ao processo aberto pelo governo para apurar as contratações nesta modalidade.
José Carlos (PSDC), na tribuna, afirmou que no período eleitoral houve irregularidades não só com RPAs, mas também com Cheque Cidadão, que prejudica a atual gestão. Logo depois, o vereador Neném (PTB) foi à tribuna: “Vou ser muito homem em falar que pedi. Ele não me deu querendo meu mal, mas acabou fazendo bem”.
Último a debater a questão da dívida dos RPAs, Marcão disse que a gestão Rosinha Garotinho (PR), apesar da “venda do futuro”, não quitou com seus compromissos com empresas, RPAs e deixou dívidas: “Aonde foi parar este dinheiro? Por certo, deve estar em algum apartamento no Rio“, disparou. Marcão ainda citou a relação da Odebrecht, que fez obras em Campos no governo Rosinha, com a família Garotinho. Segundo informações que vazaram à imprensa, a ex-prefeita, o marido e a filha Clarissa Garotinho teriam recebido doações da empreiteira investigada na Lava Jato. Ele também falou sobre um “rombo” de mais de R$ 100 milhões constatado em auditoria feita a pedido da ex-prefeita, além do “rombo” do Previcampos.
— Faço um chamamento aos vereadores para que possamos abrir uma CPI para investigar os sucessivos rombos da gestão passada e repatriar o dinheiro que foi retirado dos cofres da Prefeitura por ladrões.