O presidente Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, marcou para terça-feira, às 9h, o início do julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que disputou as eleições presidenciais de 2014. Para analisar o processo, foram marcadas quatro sessões na semana que vem.

A última etapa do processo foi concluída pelo relator, ministro Herman Benjamin, nessa segunda. Ele enviou aos demais integrantes do colegiado o relatório final.

No relatório, mantido em sigilo, há uma síntese sobre a fase de coleta de provas, entre as quais estão os depoimentos de delação premiada de executivos Odebrecht, que citaram supostos pagamentos irregulares para a campanha.

Apesar do processo de impeachment de Dilma Rousseff, a ação prosseguiu porque os dois integrantes da chapa podem ficar inelegíveis por oito anos se o TSE entender pela cassação. Se a ação for julgada procedente, o Congresso fará uma eleição indireta para escolher um novo presidente. A Corte também pode decidir dar posse ao segundo colocado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidente Dilma e de seu companheiro de chapa, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas no TSE. No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas prestações de contas, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Lava Jato. A prestação contábil da presidente e do vice é julgada em conjunto.

A campanha de Dilma nega irregularidades. No início do mês, a defesa do presidente Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos.