A Operação Lava-Jato completa, nesta sexta (17), três anos e os números impressionam: 89 condenados a penas que somam pelo menos 1.383 anos de prisão, considerando apenas ações de irregularidades na Petrobras, R$ 10 bilhões recuperados aos cofres públicos, sendo R$ 745 milhões repatriados. A investigação que começou em Curitiba, Paraná, já avançou para países da América Latina, além dos Estados Unidos e Europa. Em sua 38º fase, de acordo com os responsáveis pelas investigações, a operação está longe de acabar.
— É surpreendente que, depois de três anos de apurações intensas, ainda haja tantas linhas de investigação para seguir. Há muito tempo descobrimos que, em tema de corrupção brasileira, o buraco é mais embaixo. Contudo, uma coisa é descobrir isso uma vez, outra é seguir redescobrindo isso repetidamente por três anos — afirmou recentemente o coordenador da força-tarefa em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol.
O nome “Lava Jato” decorre das investigações sobre uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas.
A partir daí, outras organizações criminosas foram sendo descobertas e a operação tornou-se a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.
A partir de delações premiadas, a Lava-Jato não se restringiu ao Paraná. Está presente, por exemplo, no Rio, onde o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi preso em novembro passado, junto com ex-secretários de Estado. E em Brasília, onde, recentemente, ficaram presos os operadores financeiros Jorge Luz e Bruno Luz.
E ultrapassou fronteiras: foram firmados mais de 150 acordos internacionais para troca de provas sobre corrupção e lavagem de dinheiro: Estados Unidos, Canadá, Panamá, República Dominicana, Guatemala, Uruguai, Peru, Ilhas de Man, Andorra, Alemanha, Dinamarca, Suíça, Suécia, Rússia, Macau, China, Cingapura, Hong Kong, entre outros. Megaempresários como Marcelo Odebrecht, herdeiro da, então, maior construtora do País, Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez também estão entre os presos. (S.M.) (A.N.)