MPF diz que Cunha sempre ocultou dinheiro no exterior
08/03/2017 10:22 - Atualizado em 08/03/2017 11:55
Divulgação
CUNHA - detido em Curitiba desde outubro / Divulgação
O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro, manteve ocultos no exterior valores superiores a US$ 100 mil, sem declarar as quantias no Brasil, durante todo o período em que ocupou cargos públicos ou mandatos parlamentares. A informação consta do documento de alegações finais do Ministério Público Federal (MPF), apresentado na ação movida contra o peemedebista na Lava Jato, na qual ele é acusado de receber US$ 1,5 milhão em propinas na compra de áreas de exploração de petróleo na África pela Petrobras.
Os procuradores dizem que, desde que era dirigente de órgãos estatais no Rio de Janeiro, como a Telerj, nos anos 1990, Cunha “praticou crimes e teve manteve contas não declaradas no exterior, em total dissonância com as funções públicas que exercia”.
A Procuradoria pede que Cunha repare prejuízo à Petrobras no valor de US$ 77 milhões e que seja decretada a perda do dinheiro encontrado em suas contas no exterior, em favor da União. O cálculo do prejuízo foi feito pela própria estatal.
A defesa de Cunha não havia se manifestado até a noite de ontem. Além de presidente da Telerj, Eduardo Cunha foi deputado estadual do Rio entre 2001 e 2002 e, a partir de 2003, federal. De 2015 a 2016, foi presidente da Câmara e conduziu a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. (A.N.)

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