O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito presidente do Senado Federal para o biênio 2017/2018. Eunício teve 61 votos e venceu o senador José Medeiros (PSD-MT), que conquistou o apoio de 10 senadores e 10 senadores votaram em branco. Eunício é aliado do presidente Michel Temer e também já foi citado em delação da operação Lava Jato.
A eleição confirmou o favoritismo do peemedebista e confere ao PMDB um domínio de 12 anos no comando da Casa. Eunício substitui o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no cargo. Calheiros passará a ocupar a liderança do partido na Casa, cargo antes ocupado por Eunício.
Pai de quatro filhos, Eunício nasceu em setembro de 1952 em Lavras da Mangabeira, município no Centro-Sul do Ceará, localizado a 400 quilômetros da capital, Fortaleza. O senador é casado com Mônica Paes de Andrade, filha do ex-deputado e ex-presidente do PMDB Paes de Andrade (que morreu aos 88 anos em 2015).
Aliado do presidente Michel Temer, Eunício Oliveira vai suceder no cargo Renan Calheiros (PMDB-AL) e controlará um orçamento de R$ 4,2 bilhões por ano.
Considerado um “político habilidoso” pelos colegas, o parlamentar passou as últimas semanas se reunindo com lideranças partidárias em busca de apoio para sua eleição.
Discurso — Pouco antes de ser eleito novo presidente do Senado, Eunício Oliveira fez um discurso na tribuna da Casa, no qual citou a crise econômica e defendeu a necessidade de o Senado aprovar as reformas propostas pelo governo Michel Temer, como a da Previdência.
“O Senado tem a obrigação de trabalhar com os demais poderes para implementar ações que coloquem o Brasil no trilho do crescimento”, disse.
Eunício afirmou, ainda, ser “hora de unir e não desunir”. Disse também que a trajetória política dele como deputado, ministro e senador o havia ensinado sobre a importância sobre “construir consenso do que apostar em dissensos”.
Eunício também defendeu a independência entre os poderes. “O equilíbrio harmônico entre os três poderes (...) será perseguido por mim em todos os dias do meu mandato”, afirmou.
Lava Jato — O novo presidente do Senado está entre os citados em delações premiadas da Lava Jato. O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, por exemplo, relatou aos investigadores que pagou R$ 2,1 milhões em propina para Eunício. Em troca, segundo o delator, o parlamentar, apelidado de “Índio”, atuava em defesa dos interesses da empreiteira