Bárbara Cabral
03/02/2017 17:45 - Atualizado em 06/02/2017 13:18
Cerca de 50 aprovados em concurso realizado em 2014 para a área de educação realizaram um ato, em frente à Prefeitura de Campos, na tarde desta sexta-feira (3), contra a não convocação. Segundo os manifestantes, as vagas para os cargos de inspetor de alunos, acompanhante de turno e professor de ensino religioso teriam sido preenchidas apenas por alguns aprovados.
Valéria Cordeiro, 45 anos, aprovada para inspetora, relatou que são 150 vagas para o cargo, das quais apenas 95 pessoas teriam sido chamadas; 130 para acompanhante, com convocação de apenas 107 concursados; e 20 vagas para professor, com 18 convocados.
– Eles estão ferindo o princípio da isonomia. Eles não chamaram o excedente, chamam apenas o que precisa. Estamos há quase três anos esperando e tem gente que fez o concurso junto com a gente, entrou na Justiça com mandado de segurança, e conseguiu ser convocado. Tem gente, inclusive, que concorreu para o mesmo cargo que o meu, passou a minha frente e já está lá trabalhando. Tudo o que eles dizem para gente é que não tem dinheiro e que vão cair na lei de responsabilidade fiscal, como se a lei impedisse de chamar concursado para posse – disse Valéria.
Ainda segundo a concursada, um acordo com o Ministério Público garantiria a não abertura de unidades escolares sem a presença de inspetores e acompanhantes. “Eles dizem que vão abrir as escolas sem o quadro de funcionários. Como vão abrir sem estar na folha de pagamento que tem inspetor? Fica muito claro que eles estão querendo remanejar funcionários para ocupar essas vagas”, relatou.
Valéria contou, ainda, que o exame admissional realizado pelos aprovados no dia 5 de dezembro estaria para vencer no próximo mês. “É uma falta de respeito o que estão fazendo com a gente. Pagamos o exame com dinheiro do nosso bolso e eles estão nos enrolando para que ele perca a validade. A lei garante que temos direito à posse e nomeação, porque a gente passou dentro do número de vagas”, contou Valéria.
Em nota, a Prefeitura informou que “segundo a secretaria de Gestão Pública, a intenção do novo governo é cumprir o decreto publicado em Diário Oficial que determina levantamento da situação orçamentária municipal dentro de 90 dias após a data de publicação (3 de janeiro de 2017), para análise real da situação encontrada. Este levantamento permite que haja análise minuciosa da disponibilidade orçamentária do município e do quadro funcional, que compromete quase 54% do total máximo estipulado pela lei de responsabilidade fiscal”.
Ainda nesta tarde, o superintendente municipal de Comunicação, Thiago Bellotti, esteve com os manifestantes e ficou de fazer um agendamento com os concursados para tratar da situação. Eles informaram que se não receberem um posicionamento da Prefeitura até o dia 13, uma nova manifestação será realizada às 11h, em frente à Escola Municipal Maria Lúcia, na avenida 28 de março.