• 

Wladimir Garotinho (PSD) afirma que quer equilibrar contas antes de ter capacidade de investir na cidade. Secretários de pastas importantes do governo falam dos desafios desses primeiros meses de governo e o próprio prefeito afirma que nenhuma medida será adotada sem diálogo. Entretanto, algumas ações, inclusive, já foram adotadas na tentativa de equilibrar as contas e, só assim, o governo poderá voltar a investir em setores como infraestrutura, agricultura e programas sociais. O governo ainda ressaltou que a tarefa está em equacionar R$ 200 milhões em obrigações a pagar do exercício de 2020, além de mais de R$ 100 milhões de dívida com salário do funcionalismo, o que o obriga a realizar novos ajustes. 

“O momento exige seriedade e respeito à coisa pública. Estamos pagando os atrasados e mantendo o salário de 2021 em dia e tem gente insinuando que sou contra o servidor. Nossa equipe técnica está trabalhando com afinco e as propostas a serem encaminhadas à Câmara não estão fechadas. Assim que estiver com tudo em mãos vou conversar diretamente com as categorias”, frisou o prefeito.

O secretário de Controle e Transparência, Rodrigo Resende, destaca que antes de delinear investimentos, é necessário garantir o equilíbrio das contas de receitas e despesas correntes.

- A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) expõe que antes de investir é dever do gestor público controlar os gastos com as despesas levando em consideração a receita. Os gastos com despesas vinculadas à Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada pela Câmara de Vereadores possui limites definidos em lei, em especial ressalta-se o limite prudencial de despesa com folha de pessoal, que está acima de 54%. Conforme relatório de Gestão Fiscal do 3º Quadrimestre de 2020, publicado em diário oficial e no TCE, a folha de pagamento corresponde 54,50% da Receita Corrente Líquida (RCL) do município. É necessário equilibrar as contas públicas e os demais aspectos do orçamento e finanças para impulsionar e reestabelecer os investimentos necessários na agricultura, programas sociais e demais áreas para desenvolvimento de nosso município - acrescentou o secretário.

O secretário de Agricultura, Almy Junior, diz que o trabalho foi intenso nesses primeiros meses, mas que avanços dependem de recursos. “Se tivermos condições de investir, três pontos seriam importantes de imediato: ampliação da assistência técnica, que passa por profissionais da área, como agrônomos, zootecnistas, entre outros; ampliação de crédito rural, através do Fundecam, por exemplo; ampliação da conectividade rural, já iniciada pela atuação gestão, mas que precisa ser muito mais abrangente em termos territoriais. Hoje, estamos na fase básica, de recuperar estradas, encontradas em péssimas condições, além de empréstimo de máquinas, como tratores. Quando essas duas situações estiverem sanadas, será preciso avançar e para isso tem que ter dinheiro”, completou.

O secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, também analisou o momento. “Seria muito importante se pudéssemos aumentar o atendimento às pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade social – situação agravada durante a pandemia, oferecendo mais serviços sociais a essa população. Outra medida poderia ser, se tivéssemos recursos, a criação de um auxílio municipal”, concluiu.