A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, autorizou na noite dessa segunda-feira (23) que os juízes auxiliares do gabinete de Teori Zavascki, morto na semana passada, prossigam os trabalhos nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato.
Com a morte, os juízes, que tinham delegação do ministro para atuarem no caso, tiveram os trabalhos paralisados. Para esta semana, uma série de depoimentos de delatores já estava marcada. Com a decisão de Cármen Lúcia, a agenda será retomada e ficam mantidos depoimentos que estavam previstos.
A ministra tomou a decisão em razão de ela ser a plantonista do Supremo durante o recesso do Judiciário e diante da urgência do tema, uma vez que há delator preso.
A presidente do Supremo ainda terá que decidir sobre o que fazer em relação à relatoria da Operação Lava Jato, ou seja, quem será o ministro que vai analisar pedidos de prisão, de abertura de inquérito ou de buscas envolvendo políticos, por exemplo.
Pelo regimento, há diversas possibilidades sobre o relator, como sorteio entre os ministros que atuam hoje no Supremo.
A decisão de autorizar o prosseguimento da Lava Jato dá mais tempo para que Cármen Lúcia converse com outros envolvidos sobre quem comandará a operação no tribunal.
Sigilo - O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica, informou otem que a caixa-preta do avião que caiu com o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem danos. A Força Aérea Brasileira (FAB), no entanto, ressaltou que a caixa-preta é dividida em duas partes, e a que contém o gravador de voz é “altamente protegida”. As investigações vão ocorrer em sigilo e conduzidas na esfera federal, pela Polícia e o Ministério Público Federal. O juiz Raffaele Felice Pirro, da 1º Vara Federal de Angra dos Reis, do Rio de Janeiro, decretou o sigilo das investigações sobre a queda nessa segunda (23).
Ainda de acordo com a FAB, é a parte chamada de base — que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com os dados armazenados — que foi danificada no contato com a água do mar.
A aeronave caiu no mar quando chegava a Paraty (RJ) na última quinta-feira (19). Todas as cinco pessoas a bordo morreram da queda da aeronave. A caixa-preta, que contém o gravador de voz, está em Brasília desde o último sábado (21). Como ficou debaixo da água, o aparelho deve passar, num primeiro momento, por uma espécie de forno, para ser seco.
Depois, o Cenipa começa a fazer a degravação das conversas do piloto durante o voo. A Aeronáutica não informou, até a última atualização desta reportagem, se já identificou algum registro de voz no gravador ou se o contato com a água do mar danificou os registros.
A intenção do Cenipa é tentar descobrir o que o piloto falou com a torre, com outras aeronaves e na cabine. O equipamento pode ser fundamental para esclarecer o que provocou a queda do avião. Os destroços da aeronave, que foram içados do mar, serão levados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Aeroporto Galeão) no Rio.