Edvar Chagas Júnior - Folha: um retrato de família
- Atualizado em 08/01/2024 10:42
Edvar Júnior
Edvar Júnior
Nesses 46 anos de existência do jornal Folha da Manhã, que depois se transformou em Grupo, poderia fazer vários recortes de momentos que marcaram esse quase meio século de história de Campos e da região, sendo importante frisar que sempre cobriu também os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, como convém a um jornal de um novo tempo.
Mas, neste momento, o recorte que me vem à cabeça é o que me remete aos vínculos entre a minha família, Freitas Chagas, e a Abreu Barbosa, fundadora e proprietária do Grupo Folha da Manhã.
Ambos saudades, o jornalista Aluysio Cardoso Barbosa hoje é nome de auditório na Universidade Estácio de Sá e do prédio na InterTv Planície, e meu pai, Edvar de Freitas Chagas, está prestes a virar nome de praça, no Parque Tamandaré. Isso ilustra bem a importância que os dois conterrâneos e contemporâneos tiveram ao seu tempo para Campos e região.
Eram amigos acima de tudo. Quase que simultaneamente, meu pai montou uma loja da Famac em Macaé e Aluysio Barbosa comprava uma rádio na mesma cidade, amplificando a voz do seu grupo de comunicação.
Por essas coisas do destino, os dois se foram, e os núcleos de ambas as famílias são afirmados, na nossa parte, por Cicinha, minha mãe, por mim e pelo meu irmão, Luciano. Do outro lado, por Diva e seus filhos, Aluysio Abreu Barbosa e Christiano Abreu Barbosa.
Aluysio Barbosa e Edvar Chagas prepararam os filhos para a sucessão e isso se configurou. Acho que conversavam muito sobre isso e devem estar satisfeitos.
Nesse contexto, uma outra inflexão: Aluysio Barbosa compra do meu pai o prédio onde nossa empresa começou, na rua dos Andradas, vizinho de fundos do prédio da Folha, com entrada pela Carlos Lacerda. Esse prédio, onde foi fundada a Feira das Máquinas, que deu origem à Femac, abriga hoje o parque gráfico da Folha da Manhã.
Como o leitor pode perceber, faço aqui um recorte afetivo, quase familiar. Na condição de empresário, poderia escrever de forma institucional para homenagear o Grupo Folha, mas prefiro escrever com o coração e poderia fazer mil citações, tentando traduzir o sentimento de que as empresas são menores do que a família em muitos casos e, em outros, maiores. No nosso caso, empresas e famílias se confundem, têm pesos iguais, e isso certamente se deve a Aluysio e a Edvar.
Concluindo, quero dar os parabéns pelos 46 anos do Grupo Folha, que revolucionou o conceito de comunicação no interior do estado do Rio de Janeiro.
Mas, bem no fundo, o recorte que faço ganha moldura de retrato de família. Orgulho de minha família fazer parte da família Folha.

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